Com certeza, você já se questionou sobre quem é a pessoa por trás do texto que está lendo. O que ela faz, de onde ela é, qual sua formação…

Por isso, decidimos criar esta série para dar uma luz sobre os autores do Iluminerds. Se quiser saber outras coisas sobre eles, basta colocar nos comentários.

Como todo site nerd é cheio de punheteiros, é só aparecer um membro do sexo feminino para encher nosso saco para saber mais sobre ele. Mas não é por isso que no post de hoje conversamos com Gaby Molko. Basta ler nossa conversa para entender…

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Gaby Molko por Gaby Molko… Brincadeira! Vamos começar pelo seu nome…

Bom, o nome Gabriela quem escolheu foi a minha irmã, mas a real é que eu fui nomeada num sorteio. Minha mãe queria Jéssica e achava Jaqueline bonito também, as duas pegaram uns nomes no jornal e fizeram um sorteio. Nada tira da minha cabeça que veio da página das primas…

O Molko é engraçado. Lá em 1998, aos meus 7, eu andava com 10 Gabriela(s) e 5 delas eram Rodrigues, assim como eu; então um dia eu estava com uma camiseta do Placebo e um dos meninos me chamou de Molko. Já faz quase 16 anos isso, acho até estranho quando não posso usar o Molko.

Quantos anos? E essa pergunta é importante para que nosso público saiba que nossos membros não são adolescentes donos da verdade (apenas donos da verdade).

Como assim não sou adolescente? Tenho 22 anos.

De onde é?

Sou natural de São Paulo

Estuda ou é formada? Em quê?

Já fiz dois anos de Jornalismo, até perceber que se faz de tudo na área, menos jornalismo de fato. Então comecei Produção Audiovisual esse semestre.

Trabalha? Em quê?

Tiveram a irresponsabilidade de me contratar como professora de inglês.

Por que queimar sua carreira escrevendo para o Iluminerds? O que a obrigou levou a trabalhar neste site?

Na realidade eu nem queria escrever pro Iluminerds, relutei demais quando tivemos uma reunião com o Don Vitto e, em todos os sites que eu escrevi antes, nunca tive “chefia”, sempre foram sites meus. Quando eu vi que o pessoal do Arquivo 42 tinha parado e o Área vivia em hiatos, desencanei. Hoje eu vejo que foi até legal, aprendi a “obedecer” na marra por aqui, apesar de achar tudo uma putaria. PU-TA-RI-A!

Diversos posts tratam sobre música, como Música: Bandas Internacionais Que Você Deve Ouvir ou O Terno – 66 (The Fight of the Illuminati I). A música nacional é pouco valorizada? E o rock brasileiro, você acredita que estamos naquele pensamento que o que vem de fora é melhor ou, de fato, há diferença de qualidade?

Eu diria que é nem um, nem outro. Temos muitas bandas boas por aqui, bandas que nunca tiveram espaço na grande mídia e que não conhecem ninguém na “pequena” mídia (que só cospe o que a grande mídia fala e faz um desserviço absurdo), mas quando pensamos em produção musical não tem como competir com Estados Unidos, Inglaterra, França; lá a arte é tratada com respeito, né? Então, quando falamos de desvalorização eu diria que desvalorizamos tudo, não precisa nem ser brasileiro.

Qual a sua banda favorita? Em quais momentos você gosta mais de ouvi-la?

Acho essa coisa de banda favorita tão limitador… Não tenho banda favorita, tenho discos que gosto muito, como o “Ok Computer”, do Radiohead; o “Nó Na Orelha”, do Criolo e o “Boa Parte de Mim Vai Embora” do Vanguart. Gosto de escutar música em qualquer momento, o rádio fica ligado 24h por dia em casa desde quando eu era pequena, e já não consigo mais ficar num silêncio absoluto, sabe…

Cada vez mais as pessoas estão baixando suas músicas, seja de forma ilegal ou via um iTunes da vida. Qual o futuro do mercado musical? Você acha que o CD desaparecerá? Como você vê esta renovação que a mídia digital está causando em toda a dinâmica musical?

Cara, tanta gente falou que o vinil ia sumir e hoje temos grandes lançamentos no bolachão porque é cool, então falar que o CD vai sumir é de uma irresponsabilidade imensa. Acho terrível essas pessoas que demonizam o download, mas também sinto um pouco de pena das gerações futuras que não vão saber o que é esperar pra pegar um CD, olhar a arte do encarte, abrir o plástico… Download é o futuro que conseguimos ver, não sei quais serão as próximas tecnologias nessa área. Sobreviverá quem souber lidar com a situação.

Se você pega artistas como o Criolo e o Emicida, que disponibilizaram CD e DVD pra download grátis e tiveram essa visibilidade na grande mídia, entende que isso vai ser cada vez mais recorrente. E nada mais justo também né, porque a realidade é que quem lucra com CD é gravadora, o artista vive por aí, de show em show.

No post TPB AFK – The Pirate Bay Away From the Keyboard, você levanta a discussão sobre o livre acesso à informação. O que você acha sobre o marco civil da internet? É o fim da neutralidade? E em relação aos direitos autorais, as obras precisam ser protegidas por lei ou é melhor abrir totalmente seus usos?

Minha ideia sobre como deve ser a liberdade na Internet muda cada vez mais porque, sinceramente, eu não faço ideia do que podemos fazer. A questão dos direitos autorais sempre foi controversa, e agora com a Internet a discussão só piorou: o jeito que as gravadoras estão lidando com isso só acaba mais ainda com a situação. Sinceramente não sei o que fazer. Só tenho a certeza de que tem muito velho fazendo lei pra coisa que nem sabe usar – vide SOPA e PIPA.

Se a obra fosse minha abriria, eu acho que arte pertence ao espectador não ao artista, mas isso é a visão – até um pouco utópica – que eu tenho do assunto sem pensar nas complicações legais, essa parte deixo pro Harvey hahaha.

E as polêmicas ficam para o fim… O post Silas Malafaia, Homossexualidade e a PLC 122 aborda questões muito importantes para a sociedade, como sexualidade e religião. De onde você acha que vem este “ódio” dos religiosos sobre os homossexuais? Crença histórica? Interesses políticos? Ignorância?

De onde vem? Da cabeça de gente mal amada, desse discurso de ódio que a gente vê assim que liga a televisão e eles chamam de liberdade religiosa.

Eu não tenho religião, nunca tive, nem batizada sou, mas já experimentei demais… Uma vez fui num templo evangélico na ZL,  aqui em São Paulo, e tive uma surpresa imensa – ainda levei um belo de um bitch slap – quando a pastora dos jovens abordou o assunto e disse que ela não poderia afirmar se ser homossexual é pecado ou não, que só quem pode falar isso é Deus, mas que nós, como seres humanos, devemos fazer com que nossos iguais sejam aceitos e amados. ISSO é ser líder religioso. Essas outras “Igrejas” evangélicas visam a política do terror, você vai lá, dá o dízimo, participa, não porque de fato quer, ou acredita, mas porque tem medo… Isso não é religião, é terrorismo! Pior é que essas pessoas levam os filhos e a gente cria uma geração que não se aceita, que sofre, e para canalizar seu próprio sofrimento vira uma legião de Felicianos e Malafaias.

Partindo do post A Carniça Com Cara de Justiça, se pudesse elaborar uma cartilha contendo recomendações de comportamento, para quem você faria e quais seriam estas recomendações?

Quem sou eu pra fazer cartilha de qualquer coisa? Hahaha!

Tive a sorte de nascer numa família extremamente politizada, desde pequena escuto repetidamente sobre a importância do voto e sobre o tanto de gente que teve de morrer e ser torturada para que eu pudesse ter esse direito; isso me ajudou demais na hora de me engajar e me preocupa que eu seja uma exceção.

Acho que a gente precisa parar com essa ideia de que falar do que aconteceu no Brasil é trazer terror às novas gerações, pelo contrário, se tivéssemos feito isso hoje a Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade não estaria acontecendo, as [poucas] pessoas não estariam pedindo a volta da ditadura. E tudo isso começa na escola: na construção do pensamento coletivo; no acúmulo de conhecimento sobre nossos próprios erros para que nunca mais venhamos a repeti-los; no conceito de coletivo e do individual. A gente precisa ensinar essas coisas, senão vamos sempre ter discussões de “casamento gay não pode porque a minha religião não permite”, “aborto não pode porque meu Deus não quer”.

Se todos nós nos empenhássemos nisso, tudo estaria melhor. Como recomendação –  e acho que vale pra todo mundo –, tem que acompanhar quem você votou, assinar newsletter, enviar e-mail pra saber de posicionamento e discutir as propostas em votação com ele; se possível, verificar projetos. Hoje eu faço isso com o vereador e os dois deputados que eu votei, infelizmente o senador não me responde, mas serve como lição pra não votar mais nele. Se bem que olha, tem tanta coisa errada por aqui que isso é só o começo, eu poderia escrever mais quatro páginas só disso. hahahaha!

Quer deixar algum recado para os punheteiros leitores do Iluminerds?

Recado? Queria mandar um beijo pra minha mãe, minha irmã e pra você, Xuxa.