Iluminamos: TPB AFK – The Pirate Bay Away From the Keyboard

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Quem, no mundo de hoje, não faz downloads ilegais? Quem, com acesso a Internet banda larga, nunca entrou em sites como MegaUpload ou 4Shared? Quem, na sociedade atual, pode definir o que é de fato liberdade? São questões como estas que fazem o filme TPB AFK ser tão visto e discutido.

TPB AFK é um documentário que foi lançado no último dia 8 de fevereiro, filmado entre o verão de 2008 e o final de agosto de 2010. O filme tem como foco a vida e os julgamentos envolvendo os três fundadores de um dos maiores sites de compartilhamento de arquivos, The Pirate Bay: Peter Sunde, Fredrik Neij e Gottfrid Svartholm. A direção ficou por conta de Simon Klose, o que fincou seu nome no mundo dos documentários.

Dentre as inúmeras impressões que obtive enquanto assistia ao filme, a maior delas é que Klose, em algum momento, se decepcionou com a história que havia escolhido para documentar e resolveu modifica-la, transformando aqueles três nerds em anti-heróis Hollywoodianos.

Não há o que se falar de termos técnicos; a fotografia está linda, a edição maravilhosa e a trilha excelente, porém não foi por isso que eu assisti ao filme, se estivesse procurando alguma obra com tais qualidades, assistiria qualquer outra coisa, eu queria ver a realidade por trás de um dos sites que mais uso e admiro. Engano meu.

Klose vende a imagem de Fredrik como um retardado, arrogante e preconceituoso; Gottfrid como um maníaco depressivo drogado e mentiroso; e Peter como um moleque medroso e mimado. Além de tudo isso, Simon ainda peca por afirmar por a mais b que os ativistas envolvidos na luta de manter os três livres abandonaram a causa por não estar mais na primeira página de todos os sites.

Após assistir aquele monte de imagens montadas de uma forma quase ofensiva, fui procurar a resposta de Peter – meu fundador favorito e comunicador oficial do site – ao filme e, aparentemente, eu estava certa. O post em seu blog deixa extremamente claro que Sunde não está tão feliz assim com o documentário.

Por outro lado, a intenção de TPB AFK também é provocar, e o fez de maneira magistral, incitando a discussão do que é uma mídia livre, como lidar com a Internet e a globalização da cultura e, mais do que isso, com “organizações” sem um líder aparente, dispostas a fazer uma ruptura no poder.

É lógico que ações como a recente decisão da Google de não exibir mais resultados de sites que “promovem a pirataria” (entre eles o próprio Pirate Bay), inclusive chamando os sites de arrecadação de dinheiro online e as provedoras de cartão de crédito para a briga, só deixa mais claro que existe pessoas muito velhas fazendo leis sobre o que não entendem.

A resposta do Pirate Bay – “É bom para nós que o Google rebaixe nossos links. Agora teremos mais tráfego direto quando as pessoas souberem que não vão nos encontrar utilizando o buscadorconfesso que entrei no Google, apontei meu dedo indicador para o logo e dei risada depois de ler isso – também deixa mais evidente que o dinheiro talvez não seja mais o que de fato move estas pessoas. Ou mais que isso, que a Internet vaza pelo vão dos dedos das grandes empresas.

Mas, disso tudo, ainda fica a discussão e a incerteza em relação a liberdade, aos direitos autorais e ao futuro da tecnologia.

** Lembrando que, obviamente, você pode assistir ao filme online no Youtube, ou procurar por ele no próprio Pirate Bay.

Gaby Molko

Paulista, musicista, jornalista, detalhista, sessentista, comentarista, imediatista e polemista.

Este post tem 2 comentários

  1. “eu queria ver a realidade por trás de um dos sites que mais uso e admiro”

    HAHAHA!Você é muito inocente.

    Eu estava curioso em assistir o filme, mas depois de ler esse texto dá pra perceber que esse foi um “filme de vingancinha”.Deve ser mais deturpado que aquele filme do facebook.

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