É muito difícil quem não reconhece que possui algumas das “qualidades” deste gato.
Jim Davis vinha trabalhando em um tira, chamada Gnorm Gnat, mas tinha dificuldades para vendê-la. Segundo seus interlocutores, o texto era bom, a arte idem, mas ninguém se interessaria por tiras estreladas por insetos. Depois de cinco anos, ele desistiu e resolveu partir para outro personagem.
Analisando as tiras da época, Davis percebeu que existiam várias cujos personagens eram cachorros, mas nenhuma estrelada por um gato. Criado em uma fazenda com vários destes felinos, Jim optou por criar um gato que, de certa forma, englobasse todas as lembranças terríveis que tinha daqueles bichanos. Ele, claro, também notou que um gato poderia trazer bem mais dividendos na forma de licenciamento para produtos do que uma barata ou uma aranha. O personagem foi batizado com o nome de seu avô ranzinza, Garfield.
Garfield é uma bola de pelos laranja, dorminhoco, glutão e cínico. Odeia as segundas-feira (inexplicavelmente, já que não trabalha), despertadores, fazer dieta, ir à praia, a balança do banheiro, o palhaço Binky e caçar ratos (ou qualquer outro tipo de trabalho). Adora implicar com Odie (“o cão mais idiota do mundo”, segundo Garfield), lasanha (embora não dispense quase nenhum tipo de comida, fora passas), Pooky (seu urso de pelúcia), tomar café, perseguir o carteiro Herman e assistir tv.
Seu dono é o cartunista Jon Arbuckle. Frequentemente desmoralizado pelo próprio gato, é um desastre como paquerador e tem péssima noção de gosto no tocante ao vestuário. Apesar disso, sempre se declara um “especialista” nos mais diversos assuntos (como ler o futuro em folhas de chá). Jon não escuta os pensamentos de Garfield (a forma como o gato se comunica com os leitores), o que faz com que seus “diálogos” sejam hilariantes, muitas vezes invertendo o papel dono-animal de estimação, com o bichano jogando toneladas de sarcasmos sobre o pobre Jon (que, muitas vezes, são devolvidas). Depois de vários foras e encontros desastrosos, ele engatou um namoro com Liz Wilson, a veterinária de Garfield.
Entre seus principais “amigos”, Garfield tem Odie – que surgiu no primeiro ano, junto com Lyman, amigo de Jon e dono original do cão: Odie ficou, Lyman dançou – e Arlene, sua namorada, que sofre com a concorrência, pois Garfield, além de ser muito paquerador, se ama em altíssimo grau! Garfield também tem um relacionamento conflituoso com Nermal – “o gato mais lindo do mundo” – principalmente pelo fato de o preguiçoso bichano ser sempre comparado com ele.
Garfield, depois de alguns especiais animados, teve uma série entre 1988 e 1995, que, mesmo pegando mais leve do que as tiras, mantinha o espírito destas. Desde 2009, ele estrela uma série feita em computação gráfica, infelizmente já contaminada por um espírito mais infantilóide (que contaminou também seus últimos longas feitos também em computação). Também teve dois longas metragens em live action, onde os produtores cometeram o grande erro de fazer apenas o Garfield digital (se, pelo menos, o Odie também o fosse, em vez de ser um cão de verdade, o resultado poderia ser mais satisfatório).
A editora L&PM tem lançado uma série de livros de bolso com as tiras do personagem, sempre em preto e branco, a um preço médio de R$ 14,90. Recomendadíssimos!
E pra piorar, o filme teve a péssima dublagem do Antônio Caloni.
Nem fala… Todo dublador é ator, mas nem todo ator é dublador.
O pior é que o dublador do desenho – Garfield e seus Amigos – era muito bom. Sem sentido a troca.
Cara, o Caloni como dublador é uma negação nojenta… O Bussunda, com muito menos formação como ator, fez trabalho mil vezes melhor no primeiro Shrek.
Particularmente, achei o trabalho dos dois uma merda. Shreck com voz do Bussunda foi uma negação pra mim.
Gostei da voz do Bussunda. Se levarmos em conta de que foi o primeiro trabalho dele como dublador, ele fez muito bem, acho.
A dublagem foi o menor dos problemas naquele filme péssimo, que tem a coragem de colocar um gato que mais parece um bicho de pelúcia num mundo “real”, portanto, completamente destoante. Além disso, o filme não tem motivação. Muito menos roteiro. Dormi nos primeiros 10 minutos pra nunca mais. Garfield é um excelente personagem, explorado comercialmente à exaustão, graças à permissividade do Jim Davis, sendo de uma oposição quase que diametral ao Bill Waterson, com seu Calvin.
Olha, eu acho o Calvin do caralho, mas o Bill Waterson é chato pra cacete também.
Concordo mas também entendo o lado do Waterson. Uma vez iniciada a ciranda dos licenciamentos, há grande chance de as coisas escaparem do controle e seu personagem acabar integrando alguma campanha publicitária contraditória ao próprio personagem…
Coisa que volta e meia acontece como Garfield….
Não só entendo, como concordo com ele nesta parte, mas continuo achando ele chato.
Também tem aquele “tijolão” do Garfield, reunindo uma porrada de tirinhas.
Na época do lançamento pensei em comprar, mas depois que vi o preço preferi aguardar um pouquinho.
Fácil de entender, parabéns e continue assim sempre. Ótimo artigo, gostei muito
muito bom conteudo parabens sou fan do seu blog