Iluminerds na coletiva de imprensa “Se Beber, Não Case! Parte III”

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Os bastidores do fim de uma das comédias mais relevantes e lucrativas da década

A franquia Se beber, Não Case! (The Hangover) do diretor, roteirista e produtor Todd Philips dispensa apresentações. Da mesma forma que American Pie serviu às comédias adolescentes e Todo mundo em Pânico (Scary Movie) às sátiras, a série de filmes que agora chega a sua terceira e, aparente, última edição ajudou a renovar o estilo besteirol/pastelão de fazer humor. Numa rápida passagem pelo Rio de Janeiro, elenco e diretor falaram com a imprensa sobre a realização deste projeto, a composição dos personagens, as curiosidades dos bastidores de todos os três filmes e, claro, as expectativas para um possível quarto longa. O Iluminerds esteve lá pra conferir mais esse lançamento e traz todas as informações para nerdaiada ávida por conteúdo jornalístico de qualidade (ao contrário da cagação de regra habitual…rs).

Se Beber, não case III, a despeito de uma possível continuação, foi mesmo pensado como o encerramento das histórias dos quatro amigos Stu, Phil, Alan e Doug. Por isso, o roteiro de Todd e Craig Mazin precisou sofrer algumas alterações em busca do tom apropriado para o que seria o grand finale. Uma dessas mudanças é a ausência do boxeador Myke Tyson. “Quando estávamos escrevendo a história, vimos que não haveria espaço para o Mike, pois tínhamos que encerrar a trama ‘do jeito certo’ e colocá-lo no filme pareceria forçado”, justificou o diretor.

Outra alteração nesse sentido foi a retirada das fotos ao final e da famosa “cena do casamento”, uma marca de Philips presente nos dois últimos filmes e em Dias Incríveis (Old School) – diga-se de passagem, uma das comédias favoritas deste Iluminado Iluminerd. O ator Bradley Cooper, que interpreta Phil, disse que a ausência da cena foi uma surpresa pra o elenco também, “lembro que até quase o começo das filmagens a gente iria fazer a cena só que Todd e a equipe acabaram mudando de ideia. De fato, se a ideia era fazer um ‘final digno’ para a trilogia, o filme não poderia acabar como todos os outros”. A atriz Heather Graham que volta como a garota de programa Jade ainda brincou sobre a situação, “não tem fotos, mas tem peitinhos. Isso é importante dizer!”.

Parte do elenco reunida no Morro da Urca minutos após a coletiva
Parte do elenco reunida no Morro da Urca minutos após a descontraída coletiva. Crédito: Vanessa Oliveira/Uerjviu

Sem entregar muito do enredo, é possível dizer que o final parte mesmo para outra direção, apostando na emoção ao invés da comédia. “Nesta sequência, quando Alan [personagem de Zach Galifianakis] anuncia sua saída do grupo, ‘do bando de lobos’ [the Wolf Pack], é que podemos ver que ele finalmente foi aceito e faz parte do grupo. Por isso, na tomada seguinte, achamos que colocar os quatro amigos, vestindo seus ternos e andando em direção a esta cerimônia, intercalados com outras cenas deles, flashbacks dos outros filmes, seria um jeito mais elegante de terminar o filme”, explica Todd Philips.

Realmente, elegância pode ser a palavra-chave para definir o longa que, diferente do segundo, traz um humor mais sofisticado, com piadas encadeadas ao roteiro e menos “humor físico” (escatologias em geral) e “politicamente incorreto”. O próprio Todd evita utilizar essa alcunha para falar da franquia. “Nós só tentamos fazer o filme o mais engraçado possível. Você escreve o roteiro e escala o elenco, e são os atores que preenchem essas ‘lacunas’. As pessoas dizem que fazemos humor politicamente incorreto, mas eu tento não pensar no que fazemos desse jeito”, defendeu-se. O galã Bradley Cooper também complementou as palavras do ‘chefão’, “nossa única preocupação é manter o filme no mesmo patamar dos outros dois. E a gente tinha um padrão muito alto pra superar. Sempre se dizia no set, ‘se vamos fazer isso de novo, tem que ser melhor’”. O resultado vai ficar a critério do público.

Bastidores e spin-off

Com esse tom de despida, a pergunta que todos queriam fazer era sobre as possibilidades de um quarto filme ou, pelo menos, de um spin-off, um longa dedicado exclusivamente a um algum personagem secundário. Vale lembrar que a trama de Se Beber, Não Case! Parte III gira em torno de Alan (Galifianakis) e do mafioso coreano Chow (Ken Jeong, da série Community) e não custaria muito aproveitar a deixa dada por sua participação final no longa para construir um novo conjunto de histórias  (como Zumbilândia que vai virar série de TV). Para felicidade geral da nação, tanto o diretor quanto o ator não descartaram essa possibilidade. Ken ainda disse que “adoraria fazer parte dessa equipe novamente, foi uma ótima experiência. Como a maioria sabe, eu era um médico de verdade que atendia em consultoria e tudo mais, quando, aos 43 anos, decidi ser ator só pra ‘ter falas em filmes’. Além do mais, Chow é um ótimo personagem, não foi feito para ser bonzinho, se fosse descrevê-lo diria que representa ‘a tirania dos homens maus’ [risos]”, declarou.

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“Protagonista” deste terceiro filme, o ator Zach Galifianakis esteve no tapete vermelho no dia anterior. Não participou da coletiva no Morro da Urca por causa de seu medo de alturas. Crédito: Vanessa Oliveira/Uerjviu

Perguntado sobre a possibilidade desse ainda hipotético quarto longa ou spin-off  ser rodado no Rio, Todd deu bastante esperança à plateia. “Se rolar mesmo um quarto filme, tudo é possível. No segundo filme, ficamos sinceramente divididos entre filmar em Bangcoc, como acabou sendo feito, ou aqui no Rio. As duas são cidades que tem esse potencial de a gente ‘se entregar’. Em suma, são locais ideais para um sujeito se perder, fazer uma besteira”, ele brincou.

Como não poderia deixar de ser, uma franquia como Se Beber, Não Case obrigatoriamente possui as melhores histórias de bastidores, uma vez que as loucuras que o elenco precisa fazer na telona ocasionalmente levam a situações embaraçosas, e tão hilárias quanto, fora dela. Justin Bartha (Doug) e Ed Helms (Stu), por exemplo, disseram que sinceramente ficaram com medo de serem ‘cortados’ de algumas cenas porque não paravam de rir. Ken conta que um dos momentos mais bizarros para ele foi sua primeira aparição, ainda na produção de 2009, na qual ele precisa sair pelado de um porta-malas xingando todo mundo. “Eu estava pelado dentro daquele carro, esperando a minha deixa, e ficava pensando: ‘será que eu consigo mesmo fazer isso?’”, narrou.

Já para Bradley, outra cena do filme que merece a alcunha de momento mais bizarro da franquia é quando “A gente tava gravando num hospital e era dia de eleição – a primeira ganha pelo Barack Obama. E na cena tinha um velhinho, muito velho mesmo, que abaixa as calças e mostra os ‘documentos’ para gente. Foi impossível parar de rir, acho que nunca ri tanto na minha vida. Não sei como a gente conseguiu terminar a cena”, contou ainda gargalhando.

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Toda a trupe no tapete vermelho. Crédito: Vanessa Oliveira/Uerjviu

Zé Messias

Jornalista não praticante, projeto de professor universitário, fraude e nerd em tempo integral cash advance online.

Este post tem 4 comentários

  1. Não vi o segundo filme, mas o primeiro Se Beber, não Case é simplesmente Hilário.. Tô tentando ver o segundo pra, só depois, ir ao cinema ver esta edição da franquia. Bela crítica, Zé Messias.

  2. toddy

    Rapaz, ótimo post Zé Messias, o melhor de todos! e esse terceiro filme com certeza é ótimo, só uma coisa, a série do zumbilandia, já foi viu! cancelaram a bagaça! valeu

  3. Vilipendiador Unperucked

    Agora quero ver este post “versão do diretor”.

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