Iluminamos: Resident Evil 5 – Retribuição

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Existem, basicamente, três tipos de público-alvo da franquia cinematográfica Resident Evil: os fãs de cinema de ação, os fãs de videogames em geral e os fãs de videogames em geral com ênfase nos jogos da série Resident Evil. Destes, o terceiro grupo é, de longe, o mais difícil de agradar, posto que os filmes gozam de pouquíssima semelhança com os games. No máximo, os produtores e roteiristas apenas aproveitam locais e personagens em uma história própria: a saga de Alice, personagem interpretada pela lindeza da Milla Jovovich.

Resident-Evil-Retribution-Milla

Resident Evil 5 – Retribuição, embora continue na mesma pegada, conta com um diferencial muito bem vindo: o filme se assume de vez como peça de entretenimento descerebrado e descompromissado. São tiros, tiros, tiros, explosões e piruetas adornadas pela excelente filmagem em 3D. Praticamente um jogo de videogame transportado para o cinema, que acaba funcionando independente de provocar, ou não, a ira dos amantes da série nos games. Não há nem mesmo a necessidade de se ter conferido os filmes anteriores para encarar este. A própria Alice faz questão de apresentar um enorme resumo da saga logo no início.

A questão da mescla videogames vs. ação vs. cinema se mostra tão divertida quanto às antigas aventuras dos saudosos heróis brucutus, já comentadas pelo Don Vitto no review de Os Mercenários 2. A vantagem de Resident Evil 5 é pegar este conceito de “história zero” e jogar na tela com a profundidade e os efeitos em 3D, como se transportassem o antigo Contra direto para o cinema, trazendo-o para os dias atuais. Há cenas em que roupas e armas aparecem do nada para a protagonista, passagens que se abrem e fecham conforme os “inimigos” vão sendo derrotados, além das telas em estilo “briefing” que informam sobre a missão ao telespectador. Missão esta que nada mais é do que escapar de uma gigantesca instalação militar da Umbrella Corporation, que ainda restava na Rússia, e que é capaz de produzir ambientes virtuais para simular o funcionamento do mortal T-Vírus sob o comando da Rainha Vermelha, computador maligno que retorna diretamente do primeiro filme. No meio disso, há uma citação à suposta nova corrida armamentista que ocorreu no planeta, com o próprio vírus no lugar das armas nucleares. Quer enredo mais videogame do que isso?

Resident-Evil-Retribution-City

É de se encher os olhos as sequências em 3D. A começar pelo início da produção, com diversas telas espalhadas por todos os cantos e em todos os ângulos. As cenas de luta são memoráveis, tanto na profundidade, quanto nos elementos voando em direção ao público. Há até uma brincadeira com um pente de uma pistola, que é atirado para fora da tela e, de repente, reaparece como se alguém da plateia o tivesse pegado no ar e atirado de volta para a heroína Alice.

Os efeitos de chuva e neve também são impressionantes, chegando a assustar em alguns momentos. Paul W. S. Anderson, diretor deste, do quarto e do primeiro filme, além de produtor de toda a série, acerta em cheio ao usar e abusar da técnica. Contando com o fato de que as televisões com acesso ao recurso tem tido uma diminuição de preço acentuada nos últimos meses, o uso dos efeitos de forma correta se torna uma tendência natural para o futuro. Assistir Resident Evil 5 em uma tela normal, sem a opção de 3D, retira, no mínimo, metade do apelo.

O filme ainda promove as estreias de alguns personagens clássicos dos games, como Ada Wong, Barry Burton e Leon Kennedy, mas nada que rememore às aventuras da mídia de origem. Em resumo, não adianta procurar elementos mais fortes dos jogos presentes em nenhum dos filmes da franquia, e muito menos neste.

Se você estiver atrás de um enredo rebuscado, esqueça deste quinto episódio, já que a história sai do nada e não vai pra lugar nenhum, é entupida de todo e qualquer tipo de clichês do gênero e ainda deixa um gancho para uma continuação. Agora, se você procura diversão rápida, rasteira e belíssima esteticamente, como muitos acham que uma boa sessão de cinema deve ter, pode ir ver sem medo.

Nota: 7,0

Administrador Iluminerd

A mais estranha figura nesse grupo: não posta, não participa de podcast, mas foi ele quem uniu todas as pessoas dessa bagaça...

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