A ‘Brincadeira’ de Andrew Garfield e a Mudança da Sexualidade dos Personagens de HQ

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Não faz muito tempo que a mídia lançou uma matéria com Andrew Garfield, o mais recente ator que interpreta o Homem Aranha. Nessa matéria, Garfield ‘brincou’ dizendo que gostaria de ver seu personagem sendo bissexual e tendo um relacionamento romântico com alguém do sexo masculino. A questão é que todos levaram a sério a ‘brincadeirinha’ dele, inclusive Stan Lee.

Caso queriam ver a controvérsia, segue o link.

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Sendo brincadeira ou não, essa notícia levanta uma questão bastante discutida nos dias atuais: é necessário mudar a sexualidade do personagem para agradar a massa homossexual? Personagens como Peter Parker já tem muitos anos de quadrinhos, e o que conseguimos ver no decorrer do tempo é a heterossexualidade dele. Não houve nenhum indício de homossexualidade no personagem em mais de 50 anos de existência.

Ora, façamos o mesmo com um personagem bissexual: Shatterstar. Apesar de um dos criadores do personagem, Rob Liefeld, ter afirmado que o personagem era para ser assexual e que Fabian Nicieza, o outro criador, tenha revelado que Shatterstar foi criado em um mundo onde a sexualidade não existia, Jeph Loeb introduziu as pistas de que Shatterstar sentia algo romântico por Rictor. Mas isso foi ainda no início da vida do personagem nas HQs. Daí, alguns fãs defendiam a ideia que Shatterstar era gay e outros, assexual. Até que Peter David finalmente fez o casal Shatterstar e Rictor se beijarem. Isso causou um alvoroço entre os fãs, mas, para Shatterstar, se tornar bissexual não foi algo repentino e muito menos sem sentido. David apenas pegou o que Nicieza e Loeb tinham escrito e continuou a história do personagem sem alterá-la: antes era assexual por ter vindo de um mundo onde a sexualidade não existia; depois, começou a entrar em contato com os seres humanos e descobriu o contato sexual que eles tinham; assim, David apenas juntou as peças.

Se com Shatterstar a sexualidade dele não foi criada do acaso, por que a de Peter Parker deveria ser? Não seria estranho ver um personagem com mais de 50 anos de existência, que nunca teve contato romântico com nenhum outro do mesmo sexo repentinamente se tornar bissexual?

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Então, a questão inicial volta à tona: é necessário mudar a sexualidade do personagem para agradar a massa homossexual? Sendo mais preciso: “é necessário mudar a sexualidade do personagem que nunca mostrou pistas que era bissexual?”. Perceba que não é necessário mudar, mas há casos que a mudança da sexualidade deu certo como em Kathy Kane (a recente Batwoman). Apesar de Kane ser uma personagem da era Prata da DC que tinha uma atração pelo Batman, ela não foi muito utilizada até voltar como lésbica em 2006. Por que funcionou? Justamente porque Kane não era uma personagem popular.

Peter Parker é um personagem popular e a mudança da sexualidade dele iria acarretar mais confusão entre os fãs. Aí sim podemos dizer que não é necessário. Temos muitos personagens homossexuais e bissexuais que são muito bons como Shatterstar e Rictor, Apolo e Meia-Noite (The Authority), John Constantine (Hellblazer), Lord Fanny (The Invisibles), Estrela-Polar, dentre outros. O que podemos concluir é que a maior parte dos herois clássicos foram criados numa época em que a homossexualidade era considerada doença. Os escritores não tiveram espaço para desenvolver algo fora da heterossexualidade. Isso mudou e agora personagens que foram criados na década retrasada, e alguns mais antigos, tiveram a chance de ‘sair do armário’. Jean-Paul Beaubier, o Estrela-Polar, foi criado para ser gay, mas o criador John Byrne teve que esperar para mostrar isso aos leitores porque na época  a aparição de personagens gays nas HQs ainda era muito restrita  Até chegar no “momento certo”, ele teve que apenas dar indícios que o personagem era homossexual.

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Mudar a sexualidade do personagem não é necessário; pode dar certo, mas temos o outro lado da moeda também. Peter Parker não precisa ter um relacionamento com um homem para provar aos fãs que a Marvel apoia a homossexualidade.

Texto enviado por Jessica Nunes

Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

Este post tem 6 comentários

    1. toddy

      É um fanfarrão mesmo, fazer uma pergunta dessas! É lógico que está no mesmo lugar do bat-escudo, ou seje, no seu ânus! hauhauahuah

    2. José Messias

      ué, tá no “segue o link”, oras (“suponhando” que foi uma pergunta legitima e não uma piada interna que não entendi)

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