10 motivos para ver Centopeia Humana com outros olhos

Você está visualizando atualmente 10 motivos para ver Centopeia Humana com outros olhos

Com uma franquia de 3 filmes, o amadurecimento da ideia de uma centopeia humana é notável tanto pela fama quanto pelo aumento do número de integrantes  do projeto.

Antes de assistir o segundo filme, eu não conseguia imaginar como se poderia tirar uma sequência de uma das histórias mais polêmicas da interwebs. Tom Six não tem medo de criar universos paralelos e trazer os horrores da Deep Web não só para  o Surface mas para o cinema, fazendo a felicidade de quem tem o amor pelo gore no sangue. E ,ao contrário do que se fala por aí, não se trata só de coco e beijo grego compulsório.

jewl

  1. Orçamento

Não, não!  Um baixo orçamento não justifica um filme mal feito. E por isso isso mesmo que NÃO foi o que aconteceu. Muitas pessoas alegam que o primeiro filme foi um filme pobre e por isso o mais fraco. A primeira lindeza contou com um orçamento de 1,5 milhões de Euros. Digamos que não é lá um Bolsa Familia, não é mesmo? O filme conta com pouquíssimos atores e nenhum efeito especial hollywoodiano, então, na minha humilde opinião, não foi um filme bosta (tu dum tss!!!) por esse motivo. O orçamento das sequências não foi divulgado e é sabido que foi bem maior do que o o do primeiro; aliás, o uso dessa verba pode ser visto em participações como Tom Lister Jr. (O Quinto Elemento/Batman: O Cavaleiro das trevas) e Robert LaSardo (Corrida Mortal) e Eric Roberts (Mercenários).

tiny-listerlasardo

  1. Fotografia e posters

Ok, ok, pode ser que as imagens do filme não agradem a gregos e troianos mas não se pode negar que são muito bem feitas. O segundo filme, por exemplo é todo em P&B sendo que a única coisa que tem cor são as cacas (calma, não vai ter caca aqui!) e isso é um dos detalhes que provam que não se trata apenas de um filme gore feito só para tirar seu apetite. Existiu um cuidado com a arte do filme e se precisa ver além do número 2 para se apreciar esse cuidado. Os posters são um amor à parte. Os menos divulgados são os melhores.

poster 2
São mais bonitinhos do que se pensa.

poster poster 4 poster 5 poster 3

  1. Trivia

Como todo bom filme de sucesso (#not) centopeia humana tem sua versão Porn. WAT?

Exato! Human Sexipede é a versão porn dessa lindeza da minha vida. E para minha surpresa, essa versão é mais amável do que o original.

600full-the-human-sexipede-poster
#medo

Tá abismado, tá chocado, quer parar o mundo pra descer? Espere até eu te contar sobre os jogos!

Achei algumas versões lindinhas de jogos online de Human Centipede. Nessa primeira, a intenção é matar a centopeia, porque, claro, não basta a boca naquilo e aquilo no joelho, ainda vamos caça-la. =)

hcgame
Parece mais legal do que realmente é.
human_centipede_game
Acaba quando o guarda te prende.

Esse segundo é uma versão temática do jogo Snake que tinha no celulares antigos. (Ele não parece tão nostálgico agora, né?)

hcgame 5

E claro (esse eu já tive no celular, e pasmem, é viciante) a versão android. Esse é um puzzle onde temos que encaixar o loló na boca com a cor correspondente. São 30 telas com diferentes truques obrigatórios pra deixar mais difícil. Um deles é uma cabeça de porco que esconde a cor da peça e não sabemos onde encaixa-la.

hcgame 6
Candy Crush não é nada perto disso.
  1. Não tem tanto coco
the_human_centipede_3_42687
Limpo como um centro médico. =)

Toda vez que se fala de Centopeia humana, um penico vem a sua cabeça, certo? Pois você está errado. Ao contrário do que se imagina e se encontra em relatos pelo internê, coco de verdade só aparece no segundo filme (como dito lá em cima, é a única coisa que tem cor). O que impressiona no filme é saber do que se trata e não a visão da coisa. O que já é o suficiente, não? Agora você não tem mais desculpa para não assistir.

  1. Making of

Uma das coisas que eu mais pensei vendo a franquia foi: que coragem desses atores de enfiar a cara no bandeco do colega. Então fui buscar mais informações e descobri que todas as bundas do filme são uma prótese de plástico. Confesso que assistir o making of e ver as pessoas rindo e tendo as bundas de plástico sendo engatadas tirou um pouco do glamour do filme para mim, mas fez muito mais sentido do que lolós bem lavados e confiança nos colegas de trabalho.

making of 2
É tudo de mentira e você pode dormir mais calmo hoje.
  1. Terceiro >segundo > primeiro

Normalmente franquias começam com um filme muito bom, o segundo meio chulé e o terceiro uma bosta. HC não obedece essa e nenhuma outra regra. Começou com um filme que tinha muita fama e falhou miseravelmente em impressionar quem esperava ver o absurdo da ideia da centopeia; seguiu com um gore esplêndido e surpreendente para quem já está acostumado com um mundo de horrores e não esperava muito da sequência; e terminou com um PUTA produção FODA com atuações GENIAIS e um final brilhante para um início merda (Desculpe a fanboyzice). O desenvolvimento das histórias, sendo uma dentro da outra, deu a ele uma abertura para criar um mundo paralelo e se especializar em absurdos, o que faz cada filme ser melhor que o outro.

tom six
Tom Six
  1. Vilão sem fala dá medo, muito medo

Pois então… Estamos acostumados com frases de efeito memoráveis, risadas maléficas e diálogos que explicam a psiquê do vilão. Meu preferido da franquia é o segundo filme exatamente por esse motivo: não percebemos assistindo pela primeira vez, mas o doidinho não fala. Ele dá medo, muito medo, e conseguimos entender tudo o que ele sente e pensa, mas ele não diz palavra. Sabemos quando ele está com raiva, quando devemos gritar “CORRE” para a próxima peça da centopeia, descobrimos que ele gosta muito de criança e não suporta a mãe sem nada sair da boca dele. Pensa numa pessoa que dá medo fazendo barulho de peido com a boca. Cara, isso mexe com a sua cabeça. Tive que buscar entrevistas com ele para descobrir aquele sotaque inglês gracinha antes de assistir o terceiro filme.

cent7
Suas palavras são inuteis.
  1. O melhor de 3 mundos – (contém spoiler)

1 (2009)- Um médico alemão (Dieter Laser) aposentado especializado em separar siameses quer fazer o contrário: construir siameses! E para criar a centopeia, sequestra duas garotas e um asiático. O ápice da história é quando o japonês não consegue mais se segurar e alimenta as garotas do jeito que vocês já sabem. A intenção do Dr. não é exatamente sexual, mas criar um pet exótico. Ele não os vê como pessoas e sim como órgãos de um único animal. Ele morre no final quando a policia entra na casa para salvar todo mundo; o  policial  salvador da pátria morre; o japonês se mata; a parte final da centopeia morre de infecção… Ou seja todo mundo morre, menos a coitada que ficou no meio. É um roteiro bem chulé na verdade.

2 (2011)- Martin (Laurence R. Harvey) é um gordinho bem perturbado, porteiro de um prédio, solitário e com uma mãe psicótica que o culpa pela prisão do marido que abusava de Martin. É obcecado pelo primeiro filme e monta uma centopeia com 12 pessoas. É um amor de pessoa nível matar a mãe na porrada, coloca-la na mesa de jantar e comer olhando para a cara desfigurada dela sem perder o apetite. Cenas como a do funil no estômago da peça inicial da centopeia para força-la a comer; um bebê pisoteado pela mãe desesperada para fugir; e masturbação com uma lixa de parede fazem parte desse mundo cor de rosa. No final ele mata todos muito puto da vida por eles não estarem colaborando com seu sonho de montar a centopeia (povo ingrato) e morre com uma lacraia no reto.  Na verdade o final do filme não deixa claro se tudo isso aconteceu mesmo ou só existiu na cabeça dele porque a cena final, é ele trabalhando normalmente na portaria do prédio.

3 (2015)- Uma prisão “terra de ninguém” em que o dono Bill Boss(Dieter Laser) é um PUTA de um lunático. A terceira história traz uma secretária que é abusada constantemente por Bill pois o pai dela foi solto da prisão e a deu em troca de sua liberdade, clitóris africanos assados comidos como se fossem cheetos, bagos cozidos e uma centopeia de 500 pessoas. O dono da prisão e seu secretário Dwight Butler (Laurence R. Harvey) querem um método para domar os prisioneiros e nada melhor do que mante-los em uma centopeia humana enquanto durar sua sentença.  Absurdos como: castração a sangue frio, um rim estuprado (SIM, É ISSO MESMO) e uma morte com aguá fervente a la Carandiru fecham a franquia. No final, o método é aceito pelo governador Hughes (Eric Roberts) que aceita implanta-lo nas cadeias do estado.

  1. Inception

Um filme dentro do filme, dentro do filme.

Na primeira sequência, Martin é fissurado pelo primeiro filme a ponto de ter uma pasta com fotos que olha com carinho e assiste seu DVD no trabalho diariamente. Uma das atrizes do primeiro filme (Ashlynn Yennie), interpreta ela mesma  mesma indo para um teste de cinema com o Martin como agente e acaba sendo a primeira peça de sua centopeia, dessa vez “de verdade”, realizando o sonho do doidinho.

ashlynn
Ashlynn sendo Ashlynn.

No terceiro, além de termos os mesmos atores, temos Dwight sempre insistindo para que Bill assista a série para entender a proposta para o controle dos prisioneiros. Para melhorar tudo, o próprio Tom Six aparece como ele mesmo assegurando que é possível criar a uma centopeia no mundo “real”. No universo que Six criou ele é o único detentor dessa ideia e tudo se baseia na sua riação. Não se pode negar que é genial.

the-human-centipede-3-3
E Six sendo Six.
  1. Atuação

Pode dizer que é nojento. Pode dizer que é gore. Pode dizer que é desnecessário, mas nunca pode-se dizer que não foi feito com paixão.

Dieter Laser, como todo bom vilão, não saiu do personagem durante a filmagem nas suas duas participações na franquia e só quem assistiu a última parte sem preconceitos conseguiu enxergar o quanto ele se entregou a maluquice do Bill Boss gritando e com aquele olhar que, cruzes, dá arrepio.

bill boss.jpg 2
“I don’t speak with a stupid filmmaker about his poop fetish!”

Laurence R. Harvey ganhou meu respeito interpretando Martin sem dizer uma palavra e bateu ponto nos meus pesadelos por dias. Você quase se alegra ao ver aquele cara que obviamente tem problemas, rir como um bebê quando monta seu brinquedo de gente viva e isso é o que faz todos os filmes valerem a pena de se assistir pelo menos uma vez para qualquer cinéfilo.

A-Centopeia-Humana-2-2011-1
Ownt!

Centopeia humana é para pessoas que tem coragem de ter contato com o inimaginável e tirar beleza disso.

Pinkyie

Neologista, inventora de verbos, tradutora de analogias e ironias, amante do gore e amiga imaginária de crianças tímidas.

Este post tem 6 comentários

  1. Joker

    Eu assisti aos primeiros dois filmes. Achei a idéia interessante. Mórbido, sombrio, de uma crueldade “irreal”, mas bons filmes, o primeiro é meio parado mas bem como que se pode dizer cruel? O segundo já foi mais forte, marcante, o segundo me fez vomitar juro. Nunca senti medo ou nojo assistindo filmes e olha quer sou apaixonada pelo terror. Mas o centopéia humana 2 me fez vomitar, embora isso tenha acontecido eu achei ele um filme excelente, a cena em que a mulher foge e tem o bebê dentro do carro, o que ela faz com o bebê nossa, foi chocante. Agora sobre o terceiro filme o qual ainda não assisti, porém vi o trailer ( oque me tirou muito a vontade de ver) ficou parecendo que o filme saiu do gore e foi para o trash, perdeu a essência pavorosa e sombria dos outros. Mas depois de ler o que você escreveu vou assistir. Espero que realmente seja melhor do que eu imaginei.

  2. Felipe C

    Você já asssitiu “Salo, 120 Dias de Sodoma”?? O Tom Six disse que Salo foi o filme mais cruel que ele já assistiu.

    Centopeia Humana é pra crianças perto de Salo. Serbian Movie, Ex Drummer que são filmes recentes, não chegam perto de Salo que é da década de 70.. aqui não foram usadas próteses.

Deixe um comentário