A guerra que iria acabar com todas as guerras

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Um século depois, esta alcunha soaria hilária se não fosse tremendamente trágica.

A geração que sangrou e morreu nos campos de batalha europeus entre os anos de 1914-1918 partiu para os mesmos ao som de aplausos entusiasmados e com o peito inchado de orgulho. Esses aplausos e esse orgulho eram motivados pela crença – cuidadosamente alimentada pelos governos ao longo dos séculos – de que a paz era entediante e não construía homens de boa índole nem nações de grande poder. Também estavam iludidos pela ignorância no tocante ao crescimento dos exércitos, do desenvolvimento da tecnologia bélica e na nova forma como os planos de campanha viam os não-combatentes.

Há, realmente, um fundo de verdade quando se diz que, nos cemitérios da Primeira Guerra Mundial, foram enterradas as ilusões de um continente que se acreditava moral e culturalmente superior a todos os outros. A cegueira tática de generais velhos e teimosos, incapazes de aceitar que o desenvolvimento dos armamentos havia tornado obsoletas as antigas táticas de avanço em bloco, provocou perdas humanas e materiais enormes e o longo período de “guerra de trincheiras” que fez o conflito se arrastar por anos, exaurindo econômica e moralmente a maioria dos países envolvidos. Mesmo em 1918, último ano da guerra, fuzileiros americanos ficaram espantados com a forma como seus aliados europeus se expunham desnecessariamente ao fogo inimigo.

General Michel-Joseph Manoury, antes certo para ser o comandante-em-chefe das forças francesas na guerra contra a Alemanha, teve seu nome desconsiderado ao antecipar o plano de ataque alemão e defender uma estratégia defensiva. Era dogma no exército da França que apenas a ofensiva à outrance vencia batalhas (e isso estava declarado no Regulamento de Campanha promulgado pelo governo francês em 1913!). Também eram consideradas imutáveis pelos franceses seu desprezo pelos armamentos pesados e seu apego ao uniforme colorido (dólmã azul com quepe e calças vermelhas), impróprio para a guerra moderna.
General Michel-Joseph Manoury, antes certo para ser o comandante-em-chefe das forças francesas na guerra contra a Alemanha, teve seu nome desconsiderado ao antecipar o plano de ataque alemão e defender uma estratégia defensiva. Era dogma no exército da França que apenas a ofensiva à outrance vencia batalhas (e isso estava declarado no Regulamento de Campanha promulgado pelo governo francês em outubro de 1913!). Também eram consideradas imutáveis pelos franceses seu desprezo pelos armamentos pesados, sua ojeriza ao uso de reservistas em ações de combate e seu apego ao uniforme colorido (dólmã azul com quepe e calças vermelhas), impróprio para a guerra moderna. Sobre este último, quando Messimy, Ministro da Guerra, propôs a mudança das cores do uniforme para um cinza azulado, um de seus antecessores, Étienne, gritou no parlamento: “Eliminar as calças vermelhas? Nunca! As calças vermelhas são a própria França!”

Todos os países que entraram no conflito em 1914 o fizeram despreparados. A maior prova deste despreparo era que nenhum deles sequer imaginava que o combate pudesse se arrastar por mais de seis meses. Mesmo os mais longos conflitos históricos europeus (como as chamadas Guerras Napoleônicas) na verdade eram campanhas diversas e esparsas. Somente depois eram agrupadas para estudo como se fossem uma só. Também entraram ocultando suas motivações reais ou sob o peso de uma política de alianças mal conduzida, que forçou, por exemplo, a Alemanha e a Rússia – aliadas até pouco tempo antes – a entrarem em confronto por conta de uma disputa que, na verdade, envolvia a Áustria-Hungria e a Sérvia.

Edward Grey, Secratário de Exterior da Grã-Bretanha. Ele paulatinamente comprometeu a Inglaterra moralmente a apoiar a França num conflito contra a Alemanha, contrariando a vontade do povo inglês e de boa parte do Gabinete do qual fazia parte. Grey achava que um conflito com os germanos se fazia necessário por conta da política de "equilíbrio de poder" adotada pela Inglaterra ao longo dos séculos nas suas relações com a Europa continental. Se não fosse o apoio entusiasmado de Winston Churchill, então Primeiro Lorde do Almirantado, o esforço francês para evitar figurar como agressor (tropas francesas, no início da mobilização, chegaram a receber ordens para recuar dez quilômetros ao longo de toda a fronteira com a Alemanha para evitar incidentes) e a agressão alemã à Bélgica
Edward Grey, Secratário de Exterior da Grã-Bretanha. Ele paulatinamente comprometeu a Inglaterra moralmente a apoiar a França num conflito contra a Alemanha, contrariando a vontade do povo inglês e de boa parte do Gabinete do qual fazia parte. Grey achava que um conflito com os germanos se fazia necessário por conta da política de “equilíbrio de poder” adotada pela Inglaterra ao longo dos séculos nas suas relações com a Europa continental. Se não fosse o apoio entusiasmado de Winston Churchill, então Primeiro Lorde do Almirantado, o esforço francês para evitar figurar como agressor (tropas francesas, no início da mobilização, chegaram a receber ordens para recuar dez quilômetros ao longo de toda a fronteira com a Alemanha para evitar incidentes) e a agressão alemã à Bélgica (cuja neutralidade era garantida formalmente pela Inglaterra), acredita-se que ele dificilmente teria convencido o governo e a população ingleses a atravessar o Canal da Mancha em auxílio aos franceses. Sobre a Bélgica, vale reparar que embora, formalmente, a Grã-Bretanha tenha declarado guerra à Alemanha para defendê-la, foi pra França que as tropas inglesas foram mandadas.  E que, se tivesse prevalecido a vontade de Churchill, teriam sido os ingleses que teriam violado a neutralidade belga para bloquear a Alemanha.

Se fossem mais humildes, os militares europeus teriam dado atenção a alguns conflitos recentes, como a Guerra de Secessão ou a Guerra Russo-Japonesa, e percebido o impacto dos armamentos modernos nas ações de combate. Se houvesse um mínimo de cautela tática, teriam visto que grandes exércitos dificilmente poderiam se deslocar ou se manter sem provocar grandes estragos nas regiões onde estivessem, amigas ou inimigas. Espantados com a selvageria e o morticínio de soldados e civis, não abandonaram a tática de mentir e dourar a pílula, mas apenas mudaram o foco: se não podiam mais esconder os horrores da guerra, cada lado se empenhou a culpar o outro por todos os terríveis excessos.

Isso exarcebou as animosidades entre as nações que; quando os Estados Unidos se tornaram o elemento de desequilíbrio e a Alemanha aceitou o armistício embora estivesse, de certa forma, em posição privilegiada se comparada aos primeiros anos, quando havia lutado em duas frentes; os povos vencedores exigiram que a nação germânica fosse destruída moral e economicamente! Vários outros países, alguns com participação ínfima nos combates, outros com participação nenhuma, imediatamente abraçaram a Doutrina da Auto-Determinação dos Povos para apresentar suas exigências em Versalhes.

Embora tenha rompido o isolacionismo norte-americano declarando que estava enviando soldados para lutar contra o governo alemão e não contra o seu povo, Woodorw Wilson logo se deixou levar por ingleses e franceses e assistiu a destruição da Alemanha no Tratado de Versalhes. Só pra destacar, a Alemanha perdeu todo o seu império ultra-marino, sofreu severas amputações territoriais, foi declarada única culpada pela guerra e obrigada a ressarcir monetariamente os vencedores por todos os seus gastos com o conflito (no montante total de 32 bilhões de marco-ouro). Sua Esquadra foi destruída, sua indústria militar arrasada e seu exército reduzido a um número pífio. Os Tratados de St. Germain e Trianon arrasaram com a Áustria-Hungria. O povo norte-americano ficou frustrado com os termos da paz e passaram a aceitar que hyaviam sido ludibriados pela propaganda inglesa. Os americanos retornaram ao seu isolacionismo e só o os campos de concentração nazistas e o ataque de Parl harbour os convenceram a ir a guerra ao lado de ingleses e franceses novamente.
Embora tenha rompido o isolacionismo norte-americano declarando que estava enviando soldados para lutar contra o governo alemão e não contra o seu povo, Woodrow Wilson se deixou levar por ingleses e franceses e assistiu a destruição da Alemanha no Tratado de Versalhes. Só pra destacar, a Alemanha perdeu todo o seu império ultra-marino, sofreu severas amputações territoriais, foi declarada única culpada pela guerra e obrigada a ressarcir monetariamente os vencedores por todos os seus gastos com o conflito (no montante total de 32 bilhões de marco-ouro). Sua Esquadra foi destruída, sua indústria militar arrasada e seu exército reduzido a um número pífio. Os Tratados de St. Germain e Trianon arrasaram com a Áustria-Hungria. O povo norte-americano ficou frustrado com os termos da paz e passaram a aceitar que haviam sido ludibriados pela propaganda inglesa. Envergonhados inclusive de sua participação no bloqueio qua antes havia denunciado, os americanos retornaram ao seu isolacionismo e só o os campos de concentração nazistas e o ataque de Pearl Harbour os convenceram a ir a guerra ao lado de ingleses e franceses novamente.

Cessadas as manifestações de ódio provocadas pela dor da perda de entes amados e pela imagem de crianças sendo carregadas mortas na ponta de baionetas, os povos vencedores começaram a acordar aos poucos para o horror que estava se perpetuando entre seres humanos. Alemães morriam aos milhares de fome por conta do bloqueio que continuava sendo mantido e que, segundo declarou um orgulhoso Churchill, deixou a Alemanha “muito próxima da inanição”. Outros milhares de civis alemães morreram ao serem expulsos de suas terras e transportados a pé por centenas de quilômetros para outras regiões por conta daperda de territórios. O mesmo acontecia com húngaros e austríacos.  A vingança provou ser não apenas um prato frio, mas amargo.

Não seria um preço justo, mas seria um paliativo se tamanho horror tivesse servido para que a humanidade percebesse a completa desnecessidade de sacrificar seus pais e filhos no altar de Ares. Infelizmente, como bem sabemos, a Primeira Guerra Mundial e seu ridículo tratado de paz terminaram sendo apenas o ensaio pra “segunda rodada”, o mais terrível conflito de toda a História. A “guerra para acabar com todas as guerras” terminou sendo a “guerra que originou a maior de todas as guerras”.

Manifestação em Munique de alegria pela declaração da guerra. No detalhe, vemos um jovem Adolf Hitler.
Manifestação em Munique de alegria pela declaração da guerra, em 1914. No detalhe, vemos um jovem Adolf Hitler.

Não há como mensurar o terrível prejuízo que sofremos com este conflito. Não tem como descobrir o que a humanidade perdeu. A cura do câncer, talvez? Mas podemos imaginar quanta dor foi suportada por mães, pais, esposas, maridos, filhos e filhas.  Podemos fechar os olhos e imaginar as dores e a vergonha dos mutilados. Dor que dificilmente aqueles que nos pedem este tipo de sacrifício sequer param pra imaginar antes de nos colocarem nesta situação.

Que a “guerra para acabar com todas as guerras” cumpra seu destino e sirva, pelo menos nos dias de hoje, cem anos depois, como um aviso para quando, mais uma vez, estes governos mentirosos e ordinários entoarem o tão famoso “chamado às armas”. Nos recusemos a ser órfãos ou viúvos, a tornar outras pessoas órfãs ou viúvas. Não aceitemos ser carrascos nem vítimas. Que a união seja força e que essa força seja usada para construir, não destruir.

O senhor da guerra não gosta de crianças. – Renato Russo –

JJota

Já foi o espírito vivo dos anos 80 e, como tal, quase pereceu nos anos 90. Salvo - graças, principalmente, ao Selo Vertigo -, descobriu nos últimos anos que a única forma de se manter fã de quadrinhos é desenvolvendo uma cronologia própria, sem heróis superiores ou corporações idiotas.

Este post tem 17 comentários

  1. Ale Pardini

    ..muito bom, realmente foram com o peito cheio de orgulho pro front, e nos casos dos franceses, com rosas nos rifles ainda, rs, que lhes foram então entregues por esposas, namoradas, mães, etc…

      1. Ale Pardini

        .rsrsrs total…mas não tem como não simpatizar com um cara que na posição dele fumava charutos e tomava whisky as 6h da manha kkkkkkkkkkkkk

        1. JJota

          O grande problema do Churchill é que se cultua uma imagem, a imagem que ele, bom escritor e bom orador, criou pra si e que esconde por baixo dos panos seus piores defeitos, como o racismo, o anti-germanismo, a péssima condução de gastos públicos e o fracasso em administração em geral. Além disso, ele tinha certas posições que se obrigou a rever quando resolveu se opor a Hitler, como o fato de defender a esterilização e o isolamento de deficientes mentais. Na Primeira Guerra, ele foi um dos maiores responsáveis pela Turquia terminar aliada a Alemanha. Ele achava os turcos homens de segunda qualidade, que jamais ousariam se opor ao Império Britânico e por isso os tratou muito mal, como se fosse um mero estado vassalo. Coincidentemente, foi em um combate com a Turquia (Gallipolli) que Churchill, de longe o mais apixonadamente empenhado na guerra, caiu em desgraça e foi afastado de funções de importância até o fim dos combates.

          1. Ale Pardini

            …em relação aos gastos públicos, não sei ao certo, muito disso veio por conta da guerra, não podemos esquecer que até pearl harbor, a Inglaterra enfrentava hittler praticamente sozinha, já que o que era enviado para as ilhas, os U boats deitavam e rolavam, e tbm não podemos esquecer o fato de que ele foi chamado novamente para ser primeiro ministro em 1951, “por causa da guerra fria” vc pode falar, kkkkkk, realmente ele mesmo dizia que vivia a vida com “a pena e a palavra” ou algo do tipo, kkkkkkk, mas devemos concordar que seus discursos ajudaram e muito na resistência da ilha durante os ataques, em relação a oratória, só pode ser comparado a hittler, que conseguia ser ainda melhor, rsrs..em relação ao racismo, não o considero racista não, acho que ele simplesmente se achava superior, agora, se formos olhar bem, todo aristocrata inglês se acha superior, kkkkkk, inclusive superior a outros ingleses de “classes operárias” fenômeno esse que john Lennon cantou em “working class hero” alias expressão que só existe nesse lugar, lembrando que a Inglaterra não pode tecnicamente ser considerada um pais,

          2. Ale Pardini

            …em relação ao evento da primeira guerra mundial, concordo, na verdade, se formos avaliar a situação, ele só estava lá por que o pai dele era pica grossa, kkkkkkkkkk, porém ele teve a humildade de voltar na frente de batalha,

          3. Ale Pardini

            ….se formos olhar sobre um ponto de vista geral, e sem “fanatismos” Stalin foi muuuuuito mais cruel que hittler, e muitos historiadores, mais notadamente ian kershaw acham que somente um ditador mais maluco que hittler, iria por fim na parada, kkkk, logo, nas principais figuras da segunda guerra, ou de qualquer guerra, kkkkk, ninguém eh bonzinho, kkkkkk, só que o nazismo derruba a Alemanha, pois simplesmente não se fala nada sobre os bombardeios aliados no final da guerra, obra do churchill e do mcarthur, a guerra ganha e eles matando milhares de pessoas todas as noites, roosevelt já estava muito doente e não tinha força pra intervir, o mais “bonzinho” kkkkk, aproveitou a fama e virou presidente americano o bobinho kkkkkkkkk

          4. JJota

            Sobre a maldade dos vencedores – e eu acho que Churchill tinha uma ojeriza pessoal contra os germanos – é bom lembrar que, após a rendição alemã – rendição que aconteceu sem invasão, diga-se de passagem, com os alemães baixando as armas acreditando numa “paz sem vencedores” – Churchill foi um grande entusiasta e incentivador do Tratado de Versalhes – por si só causa da Segunda Guerra Mundial – e do bloqueio a Alemanha, que condenou a morte pela fome e pela doença dezenas de milhares de alemães.

            É fato: se você comparar as baixas civis que Hitler infligiu aos ingleses, chega a ser irrisório quando comparadas com as que britãnicos impuseram aos alemães, pois não tinham nenhum pudor em bombardear áreas residenciais. Muitos franceses, holandeses e belgas também morreram em bombardeios provocados pelos seus “libertadores” (aliás, a reputação dos soldados britãnicos na Segunda Guerra Mundial era terrível). Quando os norte-americanos chegaram, primeiro se horrorizaram e depois aderiram com gosto. Como um comandante americano afirmou: “Estamos revoltados hoje, mas nos dê um mês e seremos melhor que você nessa coisa de matar civis indefesos”.

            Stalin foi, provavelmente, o maior erro da política de Churchill em todos os tempos. Sua fixação doentia pela Alemanha levou seu país a um confronto com os alemães, que foi amplamente incentivado por Stalin, que esperava que os dois lados se destruíssem mutuamente. Que apenas um exército comandado por um comandante-em-chefe cruel como Stalin poderia pagar o preço em vidas necessário para vencer o superior exército alemão é fato, mas isso só se torna realmente verdade se vermos as coisas do jeito “8 ou 80” de Churchill: ele poderia ter negociado a paz com a Alemanha, mas sua intransigência – que depois virou compromisso em Teerã – de exigir uma Rendição Incondicional e a destituição dos nazistas do poder forçou a uma situação em que podemos dizer que centenas de milhares de pessoas foram sacrificadas por falta de bom senso. Saber que a Inglaterra foi a guerra por causa da Polônia e no fim deixou a mesma entregue a um regime muito mais cruel foi algo que marca bem a falta de lógica adotada em um conflito que nada de bom trouxe para a Inglaterra.

          5. Ale Pardini

            ….qto ao tratado, tanto a Inglaterra, como (principalmente) a França, tinham medo de outra guerra, então impuseram sanções absurdas a Alemanha, tanto que a mesma so conseguiu acabar de pagar a dívida em 2010, tem um livro impressionante chamado “uma mulher em Berlim” que fala sobre a onde de estupros russos durante a invasão a Alemanha, e por mais incrível que pareça,mas mulheres alemãs costumavam dizer “mais vale um russo no meio das pernas que um inglês em cima da cabeça” se referindo aos bombardeios, só em dresdem, morreram mais pessoas que com a bomba atômica, e realmente, concordo com vc, insistência de churchill que dizia, “vamos dar uma dose do remédio dos alemães, aos alemães, que eles nunca vão esquecer” …..

          6. JJota

            Olha, o Churchill era racista, sim. Manifestava profundo desprezo por indianos, turcos e árabes em geral. Sobre os indianos, os chamou em um debate sobre a emancipação de seu país de “raça louca, protegida da perdição, que é a sua sina, pela poluição”. Posteriormente, declarou em pleno plenário que “quase dá náuseas” ver Gandhi conversar “de igual para igual” com o Vice-Rei da Índia “representante do Rei-Imperador”.
            Chruchill foi ministro das finanças e cometeu diversos erros (entre eles, a decisão de voltar ao padrão ouro, que encareceu os produtos britãnicos e os levou a perder diversos mercados pelo mundo). Também aceitou, como forma de convencer os americanos a se unirem a Inglaterra, a parar com a Indústria naval militar, jogando ao desemprego diversos trabalhadores. Foi sob a batuta ou interferência de Chruchill, em diversos cargos que ocupou ao longo das décadas, que a Inglaterra caiu de primeira potência mundial para uma posição bem menos decisiva no âmbito mundial.

          7. Ale Pardini

            ..sim, com os indianos, que eram do império, como te falei, todo aristocrata inglês se acha superior, um livro chamado “filhos da meia noite” eh bem legal sobre isso, acho que a palavra “desprezo” fica mais justa na definição de um inglês aristocrata,

    1. JJota

      E eram iludidos mesmo. Nos primeiros dias de combate, só se falava no fim: os alemães dispostos a estarem em Paris no dia 02 de setembro, no mesmo dia os franceses achavam que estariam em Berlim, assim como os russos, que achavam que estariam na capital alemã antes do fim do mês de agosto…

      1. Ale Pardini

        ..exato, e tbm tem a questão das armas usadas, descontando a bomba atômica, com certeza foram muito piores que na segunda guerra..

  2. Renver

    Matéria excelente camarada, excelente mesmo!!!

    Pessoalmente acho a primeira guerra mundial mas interessante pra se estudar e debater do que a segunda.

    Engraçado que os americanos citam pouco ela…

    Essa guerra acabou com sonhos, a humanidade estava no alvorecer da ciência e da tecnologia. Grandes filósofos como Liev Tolstói tinham idéias interessantes e promissoras pra aquela geração…que infelizmente tudo se perdeu graças ao orgulho nacionalista e falta de bom senso…

    Muitas pessoas acreditam que “o começo do fim do mundo” se iniciou em 1914 com primeira guerra mundial… e sinceramente não duvido…

    1. JJota

      O preço pago pela humanidade na Primeira Guerra é inconcebível. Quando penso que entre aqueles mortos com certeza estavam pessoas destinadas a alcançar grandes feitos em prol do mundo em geral…

      A questão americana era complicada. A maioria dos estadunidenses eram favoráveis a uma atitude isolacionista. O presidente Wilson pregava uma neutralidade, a fim de que a América pudesse agir como uma mediadora do conflito e, assim, angariar respeito e influência sem precisar arriscar seus soldados. Depois de irem a guerra, os americanos se reovoltaram com o Tratado de Versalhes, que acharam desumano e injusto, visto que Inglaterra e França, principalmente, se beneficiaram amplamente. O povo americano se sentiu ludibriado, exigindo a retirada imediata de suas tropas e que a paz com a Áustria-Hungria fosse feita em separado. Além disso, não aderiram à Liga das Nações nem corroboraram com alguns compromissos que Wilson assumiu, entre eles garantir a fronteira francesa com a Alemanha. Foi algo tão forte que, em 1941, havia uma grande proporção de norte-americanos que defendiam que os EUA não combatessem na Europa ao lado dos ingleses. Reverter essa opinião foi uma das tarefas que Churchill entregou ao seu Serviço Secreto, que forjou diversas “provas” sobre atrocidades alemãs em terras européias, até que o cataclismo russo começou a ser divulgado no Ocidente.

      1. Ale Pardini

        …concordo, a Alemanha acabou de pagar a dívida da primeira guerra em 2010!!!!!!…os EUA, pregavam neutralidade assim como fizeram na segunda guerra, até….kkkkkk, no caso da segunda, pearl harbor kk

    2. JJota

      Ah, Renver, se voc~e gosta do assunto – como eu – e não tenha lido ainda Canhões de Agosto, veja meu post sobre este interessantíssimo livro.

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