Cinco venerados quadrinhos que dariam veneráveis séries de TV.

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Com o sucesso de Arrow nas telinhas, pensei: quais outras séries dos quadrinhos poderiam, se bem adaptadas, fazer tanto sucesso quanto ou muito mais?

SANDMAN

Essa série fritaria o cérebro de quem assistisse. A obra-prima de Neil Gaiman, seu “magnum opus“, é consagrado como um dos maiores e inadaptáveis contos da nona arte. Essa história com status de obra literária exigiria uma quantidade absurda de efeitos, CGI, 3D, animação e invencionices técnicas em geral. Chega ao ponto de pensarmos: não seria melhor fazê-la mesmo na tradicional animação 2D ou no estilo da Pixar e seus 3D fofinhos?!

Em quase todos os painéis desse quadrinho temos algum esquisito e surreal cenário. Isso seria um desafio e tanto para a equipe de efeitos especiais que assumisse essa tarefa quase impossível. Fora que a série tem um rico e denso roteiro que apenas poderia ser feito com qualidade em um trabalho pensado para várias temporadas.

Falando nisso, em 2010, Neil Gaiman estava ativamente encabeçando um projeto para a televisão desse maravilhoso trabalho e parecia a melhor oportunidade dela ter sua adaptação para as massas, mas tudo foi por água abaixo justamente pelos malditos problemas com o CGI que falei acima. Cada episódio individual de Sandman necessitava de tantos efeitos visuais e especiais que, por hora, foi classificado como inviável comercialmente. Por enquanto, as aventuras de Lorde Morpheus e seus irmãos Perpétuos, apesar do talento incontestável de seu autor e de todos os artistas envolvidos na feitura da obra original, apenas serão realidade em nossos mais secretos e indeléveis sonhos.

Gaiman fez uma obra acima de muitas coisas, inclusive das limitações do mercado e seu obtuso horizonte do lucro. Aguardemos…

Garota Esquilo

A Garota esquilo, criada pelo mestre Steve Ditko, é provavelmente a preferida de nove entre dez fãs da Marvel, acredite! E pasmem, a grande mídia ainda nem sabe que ela existe. Ela é uma adolescente de quatorze anos com o poder de controlar esquilos. Essa mocinha superou e derrotou, na maioria das vezes sozinha, supervilões como o Doutor Destino, MODOK, Thanos e o dragão Fin Fang Foom. Para todos vocês iluminados leitores que não conhecem tanto a mitologia da editora, apenas tenham em mente que cada um desses seres é capaz de todas as formas de dominação/destruição possíveis do nosso planeta.

Ela até mesmo derrotou Wolverine em combate e ele supostamente é o cara mais casca grossa do universo Marvel. Acredito que essa é a hora de reiterar: essa é uma garota cujo único superpoder é a habilidade de controlar esquilos. Agora pense quantos esquilos vivem em qualquer um dos parques públicos americanos e você entenderá o quanto essa mina é poderosa. Quem se meter com ela sofrerá a pior das mortes nas garras e dentes dos fofinhos bichinhos, obedientes à sua mestra. É quase como ser atacado por dez mil grampeadores de uma só vez.

A Garota Esquilo é a líder ocasional dos Vingadores dos Grandes Lagos (sério), que são basicamente super-heróis em treinamento. Na equipe existe o Senhor Imortal, que descobriu não poder morrer após tentar o suicídio em uma crise de depressão; Grande Bertha, uma mulher muito obesa que consegue ficar muito fina através de muito vomitar e o Flatman, um dos muitos personagens abertamente gays da Marvel, que é completamente bidimensional e pode se esticar a La Senhor Fantástico.

Esses são basicamente os heróis mais divertidos da editora que apenas tiveram a chance de brilhar em uma história solo, infelizmente – a Marvel não gosta de ganhar dinheiro e nem do Homem-Aranha, por acaso. Eles seriam uma paródia divertida e interessante para se ter como série de TV.

Existe até uma minissérie desses Vingadores dos Grandes Lagos (não confundir com grandes lábios), que prometia que um membro da equipe iria morrer a cada edição! Quem sabe um dia eles ganham uma oportunidade nas telinhas? A S.H.I.E.L.D. ano que vem vai ter sua chance, portanto, existe a chance dos produtores da Disney entenderem que Tony Stark não pode sozinho ser o alívio cômico de toda franquia fora dos quadrinhos…

Em todo caso, se algum dia a Garota Esquilo for para as telinhas, tomara que seja a atriz Ellie Kemper que a interprete. Isso precisa acontecer!

Homem Animal do Grant Morrison

Alguns desses quadrinhos que falo aqui, como disse antes, poderiam existir como séries de TV por temporadas bem longas. O trabalho legendário de Grant Morrison à frente das aventuras de Buddy Baker é um desses casos. Imaginem só: o gente fina Buddy encontra com estranhos alienígenas e algo explode na sua cara e no fim ele adquire as habilidades de copiar o poder de qualquer animal. Ele pode acessar as habilidades de voo de um pássaro, a força de um elefante e por aí vai.

Inicialmente, quando o roteirista escocês começou a escrever a revista do Homem Animal em 1988, a série tendia a lidar com conflitos simples : o herói lutaria contra a crueldade com os animais, ecoterrorismo, discutiria a cultura do vegetarianismo e teria alguns vilões meia-boca incomodando aqui e ali.

Estava tudo indo bem, até que o Homem-Animal resolveu tomar peyote para acessar o real potencial de seus poderes. Daí, Buddy conheceu versões anteriores de si mesmo nas histórias em quadrinhos e tomou conhecimento de que não passava de um personagem de ficção. Talvez esse seja um dos momentos mais geniais das comics americanas.

Ele vai visitar o limbo para encontrar os personagens esquecidos dos quadrinhos que não interessam mais serem trabalhados pelos roteiristas atuais. No fim, encontrou Face a Face com o próprio Grant Morrison, isso mesmo, O PERSONAGEM ENCONTROU O AUTOR! Grant Morrison destilou poesia pura nas páginas de Homem-Animal, isso quando a indústria de quadrinhos tateava entre a violência e o marasmo.

Por motivos muito semelhantes aos citados em Sandman, é óbvio que esse título não vai se tornar uma série de TV num futuro próximo, mas, ao contrário das empresas, de seus dirigentes e da lógica do mercado, as histórias NUNCA morrem, e virá o dia em que veremos Buddy Baker na telinha.

EX MACHINA

Ex Machina, pelo meu “primo” Brian K. Vaughn e do desenhista Tony Harris, se passa em uma realidade alternativa onde apenas um homem possui habilidades extraordinárias: Mitchell Hundred. Ele ganhou o poder de falar e controlar a maioria das máquinas que existem após um estranho artefato achado nos subterrâneos do Brooklin explodir na sua cara (igualzinho ao Homem-Animal) e inspirando-o a se tornar o super-herói conhecido como A Grande Máquina. Nome de uma invenção de Thomas Jefferson.

Ele, a propósito, acabou por se tornar prefeito de Nova York, se aposentando da carreira de herói após ajudar a salvar uma das Torres Gêmeas de desabar no incidente de onze de setembro dessa realidade. Existe um constante meandro no roteiro da série que trata da natureza dos poderes de Mitchell, de como ele ganhou essas habilidades e o melhor: porque as ganhou. Mas eles acabam por ficar no fundo da ação em detrimento das tramas políticas da revista que muito se assemelham aos roteiros de “The West Wing”.

O prefeito Hundred passa a maior parte de seus dias não voando com sua mochila de foguetes, mas lidando com diversos conflitos políticos do dia a dia da cidade. Nas páginas desse maravilhoso quadrinho, os autores tratam de casamento gay, terrorismo, religião e os problemas diários em fazer valer sua plataforma política.

Não há como lidar com essa história na TV sem tirar o conteúdo político da trama, que é o coração da ação. Sim, temos também muita ação de super-heróis e estranhas teorias extra-dimensionais, mas o cerne do roteiro se encontra em como Hundred sai de um abacaxi político atrás do outro durante as cinquenta edições dessa revista. Um filme sobre Ex Machina nunca faria jus a que todo esse material merece, e uma série seria… Inviável politicamente na terra do Tio Sam.

Garotas Perdidas

Watchmen é considerado por muitos como um imenso desastre das telonas. A Liga dos Cavalheiros Extraordinários foi tratada de forma tão leviana que se torna praticamente impossível qualquer tentativa de continuação. Alan Moore nos últimos quinze anos não faz outra coisa que não seja reclamar e brigar com a indústria do entretenimento e só aparece para escrever algo quando quer saldar alguma dívida com o imposto de renda.

Para resolver suas questões de extrato bancário e também para brindar os fãs (que nada têm a ver com as pinimbas entre indústria e gênios), bem que podia sair na TV a estranha adaptação que Moore fez das aventuras de Dorothy, Alice e da queridíssima Wendy, onde cada uma, em um encontro afetuoso de amigas de longa data, conta suas escapadas e bizarras aventuras sexuais ao longo dos anos e que nunca foram relatadas em suas histórias para as crianças. Se você nunca ouviu falar dessa obra, basta dar uma olhada aqui.

Teria a TV americana, tão hipócrita e falsa-moralista, a coragem de bancar essa série? Terão nossas heroínas a chance de contar ao mundo suas façanhas libidinosas? Não sabemos, mas uma coisa é certa: depois de uma temporada de Garotas Perdidas, nunca mais a indústria cultural seria a mesma!

Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

Este post tem 14 comentários

    1. starscream2

      Preacher, 100 Balas, Y – The Last Man, Fábulas…

  1. Rosinha

    O Demolidor merecia uma série, no estilo de Arrow.

    Só que mais bem feita, claro.

  2. Inacreditavel_Neo

    Olha VVV, de uma maneira ou de outra, todos os citados podem ganhar adaptações. Sejam elas filmes, séries ou desenhos animados.

    Mas Sandman é complicado. Não consigo imaginar Morpheus e sua turminha muita louca aprontando confusões em uma mídia que não seja HQ’s.

    Mesmo se tivesse a participação do Gaiman, muito da genialidade da obra ia se perder por exigência dos “Jênios” executivos.

    Excelsior!

  3. Diego Kaviz

    Adorava os traços do sandman, o estilo do desenho..a materia esta de parabens!

  4. Eliel Ribeiro

    Uma série que com certeza iria querer assistir seria Sandman! Parabéns meu caro Lanterna Vermelho! V3!! mais uma resenha ótima!

  5. Anthonio Stark

    Adorei a matéria,Venerável!Sandman é dificil fazer como filme,imagine um seriado…a Garota-esquilo é minha nova paixão da Marvel(não deixe a Pepper saber)…Homem-animal e ex Machina são D+,grandes personagens…confesso que sei pouco sobre as garotas perdidas(vou corrigir o erro)…Quanto a “Watchmen”,eu gostei do filme!E “Liga Extraordinaria” tem Sean Connery(pra que mais?!)…De fato,sei que sou divertido,mas a Marvel tem que colocar outros personagens engraçados nos filmes…um abraço de Ferro!

  6. Leticia Fiuza

    Se Sandman virasse série, eu seria uma pessoa feliz. Mas vou além, queria que os Perpétuos virassem série, por que em conjunto eles são mil vezes melhores!

    Reza a lenda que haverá um filme sobre a Death, a minha personagem favorita, mas ainda não firmaram nada.

    Boias ideias, senhor macaco… =DDD

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