XX-TERROR: Feito por mulheres e sobre o ponto de vista delas

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XX é uma antologia de curtas-metragens. Contém quatro histórias e aborda temas já conhecidos do gênero de terror. A grande diferença é que XX apresenta essas histórias sob um ponto de vista feminino. Cada curta tem uma abertura em Stop Motion, todas com mesmo tema de bonecos sombrios e uma casa de bonecas assustadora. Elas realçam o ar intrigante e de alto suspense que a antologia traz em quatro histórias: The Box, The Birthday Party, Dont’t Fall e Her Only Living Son.

 

THE BOX: A Caixa (Direção de Jovanka Vuckovic)

Conta à história de um casal e seus dois filhos. A primeira cena traz a mulher com as duas crianças no metrô, o filho mais novo pergunta a um passageiro ao seu lado o que ele carrega em uma caixa vermelha. O homem abre a um pouquinho a caixa e mostra o conteúdo, um presente, só para o menino. O comportamento da criança muda e a família, até então feliz, passa por uma crise grave.

O clima desse curta é de muito suspense e você não consegue parar de assistir querendo saber: afinal o que tinha dentro da caixa vermelha? O final era até previsível, mas eu fiquei tão envolvida no suspense da caixa que não imaginei os possíveis desfechos. Essa é umas daquelas histórias que chegam ao final e você ainda fica pensando sobre ela.

THE BIRTHDAY PARTY: A Festa de aniversário (Roxanne Benjamin e Annie Clark)  

Uma mãe organiza a festa de sete anos de sua filha, uma menina que enfrenta alguns problemas de socialização, horas antes da festa a mulher encontra o marido morto no escritório da mansão. Para não traumatizar a menina que já enfrenta sérios problemas e graves crises de ansiedade, a mulher decide ocultar a morte do marido e realizar a festa.

A saga dessa mulher para esconder o corpo chega a ser cômica em algumas situações, mas não deixa de ser interessante como às coisas se desenrolam. A trilha sonora e figurino contribuíram bastante para compor a história e o resultado final é como uma lenda urbana.

DONT’T FALL: Não Caia (Roxanne Benjamin)

Dois homens e duas mulheres estão acampando em um local deserto indicado por um frentista. Eles têm um motor home bem equipado e fazem trilhas e escaladas sempre atormentando a mulher “medrosa” do grupo com brincadeiras. O local parece ser uma reserva e claramente eles não deveriam invadi-lo.

Esse é o curta com mais ação, logo uma criatura assustadora entra em cena para expulsar os invasores e o sangue que faltou nas outras histórias sobra nessa aqui. A proposta menos original dos quatro, mas que vai encontrar seu público.

HER ONLY LIVING SON: O único filho vivo (Karyn Kusama)

Uma mãe com um passado sombrio tenta superar as dificuldades de educar sozinha, um jovem de dezessete anos. Enquanto busca entender porque o filho é uma pessoa cruel em muitas ocasiões.

Com maior carga emocional esse curta mostra com crueza a dor de uma mãe. A aparência desgastada e as ações da mulher chegam a comover. A revelação do segredo é interessante e encerra a antologia muito bem. Saindo da interpretação literal é possível enxergar como esse curta-metragem representa a vida de muitas mulheres. Um ótimo filme.

Com aproximadamente 120 minutos essa antologia me surpreendeu, esse não é um formato muito visto pelo grande publico, mas acredito que vai agradar pela qualidade. Quatros histórias surpreendentes de terror que sem duvida eu recomendo. Já disponível no Netflix.

Glaukemp

Escritora e roteirista de terror e suspense, que não tem medo do escuro, mas, às vezes, fecha os olhos quando vai ao banheiro de madrugada. Colunista nos sites Boca do inferno e Iluminerds. Editora da revista Amazing e apresentadora do #TREVOCAST.

Este post tem 6 comentários

  1. Hedjan C. S.

    Eu gosto muito de antologias de terror. De vez em quando encontro umas muito boas garimpando na internet. E essa aí parece ser bem interessante.

    Mais um filme na minha lista “Assistir Logo!”

    Parabéns pela matéria! Conseguiu despertar interesse sem dar spoilers rs

  2. Marina Ferreira

    Afinal de contas o que tinha na caixa??? Não vou conseguir dormir tentando imaginar o que havia lá aaaa

    1. Allex Medina

      MEU DEUS! Acabei de ver… já revi 3X e não consigo imaginar o que seja! Por favor pessoa que escreveu a matéria… o que você interpretou?!

      1. GlauKemp

        Obrigada por cometar. Como eu sou escritora eu gosto da ideia de não revelar o que tem na caixa. O imaginário sempre vai ser melhor e mais interessante que a realidade. Pensando de forma mais concreta sem tentar envolver qualquer tipo de metáfora eu penso que existe algo fantástico dentro da caixa, como uma maldição ou a revelação de um grande segredo. O filme tem seu mérito exatamente nesse ponto, pois se a gente pensar no que poderia ser, ( um pedaço de carne humana, uma pedra mágica, a liberação de um parasita) todas as possibilidades são insuficientes e estragariam a história. Se você gostou desse filme e gosta de ler também eu recomendo os livros Caixa de Pássaros de Josh Malerman e Os três de Sarah Lotz, eles tem esse mesmo clima de mistério e grande perguntas.

        1. Allex Medina

          Obrigado por responder e pelas recomendações. Vou dar uma olhada sim.

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