Certamente você já leu alguma crítica sobre o novo Caça-Fantasmas e provavelmente já sabe que Dan Akroid, integrante do quarteto do primeiro filme, é um dos produtores executivos dessa nova versão, não é mesmo?

Também deve estar por dentro de todos os ataques machistas no nível “não destruam minha infância” por parte de garotos mimados que não aguentam dividir seus brinquedinhos.

Guess what: poucas críticas irão fornecer uma perspectiva de quem levou 3 pessoas de públicos, gêneros, gerações diferentes. Fui com minha mãe de 64 anos e com minha filha de 6, meu marido de 40. Todos nós já éramos fãs dos Caça-Fantasmas e eu sou da geração que assistia aos desenhos animados na TV e morria de rir com as trapalhadas do Geléia. Também cresci acreditando que a Jeanine era subestimada.

Caça-Fantasmas não é o filme do ano, mas não tem a menor pretensão der ser. É um filme no melhor estilo “pipoca-sessão-da-tarde” que garante boas risadas pra família toda. PRA FAMÍLIA TODA: pai, mãe, irmão, papagaio, cachorro…. Mas principalmente pra geração da minha filha que vai crescer sabendo que ela pode ser muito mais do que uma menina que grita quando acaba o glitter da cidade (Barbie: com exceção ao Vida de sereia, os desenhos são insuportáveis!).

Eu reparava na expressão daquela menininha de 6 anos e observava sua vibração diante da constatação de que aquelas mulheres ali na tela podiam derrotar qualquer fantasma, porque não desistiram quando todos as desacreditaram. Notei o mesmo encantamento diante do último filme da Alice, no qual uma menina navega em meio a tormentas e leva sua tripulação até um porto seguro.

Me contagiei com as gargalhadas de uma senhora de 64 anos e do homem de 40 que deixaram o cinema certos de terem assistido a um bom filme, certos de que aquele dinheiro do ingresso foi bem investido em algumas horas de entretenimento.

O que me deixou muito triste ao pensar em escrever, pois lembrei que toda campanha anterior ao lançamento foi bombardeada por comentários machistas extremamente violentos. Estou aqui pensando em que tipo de moleque (me recuso a acreditar que um homem tenha se prestado a esse papel) perde tanto tempo atacando um filme que ainda não assistiu. Aliás, elas usam esses ataques de forma muito positiva na película.

Minha conclusão é que o mundo está evoluindo aos poucos, mas que ainda há muito a ser feito. Realmente não entendo o que leva alguém a se revoltar tanto com algo que nem lhe diz respeito. Esse sentimento de posse que esses fãs desenvolvem, acreditando que um personagem é seu e que, sendo assim, não deve ser modificado reflete que Freud estaria milionário se estivesse vivo, porque a única explicação pra tanto mimimi é o tal complexo de Peter Pan muito mal resolvido. É simplesmente assustador me deparar com homens na faixa dos seus 40 anos choramingando frases como “não mexam com personagens clássicos”, “não destruam minha infância”. Amigo, se está nessa, corre e procura ajuda psicológica porque a situação é simplesmente patética e muito bem ilustrada pelo vídeo abaixo. No mais, “Se vir algo estranho, que não parece bom, quem você irá chamar? ”. Eu não tenho dúvidas: AS Caça-Fantasmas!!!!!

https://www.youtube.com/watch?v=abZmFCs-ltY