Vale a pena Iluminar de novo – E o Vento Levou

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Agora, vamos falar do filme.

“Havia uma terra de fidalgos e plantações de algodão. Chamava-se ‘Velho Sul’… 
  Lá, nesse belo mundo, o cavalheirismo teve o seu último grande momento…
  Lá puderam ser vistos pela última vez os cavalheiros e suas damas, os senhores e os escravos…
  Você só vai encontrá-la nos livros, pois ela não é mais que um sonho relembrado.
  Uma civilização que o vento levou…”
Em junho de 1936, foi lançado o livro Gone with the Wind, de autoria da jornalista Margaret Mitchell, que começou a escrevê-lo durante um período de convalescência. Best-seller instantâneo, recebeu um Prêmio Pullitzer em 1937. Seus direitos para o cinema foram adquiridos pouco mais de um mês após o seu lançamento, pelo produtor David O. Selznick, que pagou a bagatela de US$ 50.000,00 (um recorde para a época).
O nome de Clark Gable para o papel de Rhett Butler foi decidido através de uma pesquisa de âmbito nacional. Ele relutou em aceitar o papel, pois temia estar participando de uma adaptação de um desses romances "água-com-açúcar" (tipo aqueles exemplares de Júlia e Sabrina que ainda hoje se encontram nas bancas) e acreditava, piamente, não ser o ator certo para o papel. Alegou que não poderia trabalhar no projeto porque tinha um contrato de exclusividade com a MGM. Mas Selznick era genro de Louis B. Mayer - mítico chefão da MGM - e conseguiu a liberação do astro em troca dos direitos de distribuição. Gable resignou-se e criou um personagem icônico: seu Rhett foi construído baseado nas toneladas de carisma e machismo do ator. Bem diferente dos galãs sensíveis e de beleza afeminada de hoje em dia.
O nome de Clark Gable para o papel de Rhett Butler foi decidido através de uma pesquisa de âmbito nacional. Ele relutou em aceitar o papel, pois temia estar participando de uma adaptação de um desses romances “água-com-açúcar” (tipo aqueles exemplares de Júlia e Sabrina que ainda hoje se encontram nas bancas) e acreditava, piamente, não ser o ator certo para o papel. Alegou que não poderia trabalhar no projeto porque tinha um contrato de exclusividade com a MGM. Mas Selznick era genro de Louis B. Mayer – mítico chefão da MGM – e conseguiu a liberação do astro em troca dos direitos de distribuição. Gable resignou-se e criou um personagem icônico: seu Rhett foi construído baseado nas toneladas de carisma e machismo do ator. Bem diferente dos galãs sensíveis e de beleza afetada de hoje em dia.
O produtor tinha planos de fazer um filme ambicioso, algo que as pessoas lembrariam eternamente e que seria um marco na história cinematográfica. Para isso, resolveu contratar os melhores – desde que estes, é claro, estivessem mais do que dispostos a seguir suas ordens. Embarcaram no projeto o diretor George Cukor, o diretor de arte Lyle Wheeler e o desenhista de produção William Cameron Menzies, que produziu detalhados storyboards para cenas capitais que seriam trabalhadas posteriormente.
 ...E o Vento Levou é uma das obras pioneiras a adotar o processo de storyboarding, que é muito comum hoje em dia. Isso se deu ao fato de a obra ter algumas cenas extremamente trabalhosas (e claramente dispendiosas), que precisavam ser ajustadas nos mínimos detalhes antes que se começasse a filmagem. No exemplo acima, temos um deste momentos: storyboard com um trecho da sequência do incêndio de Atlanta.
E o Vento Levou é uma das obras pioneiras a adotar o processo de storyboarding, que é muito comum hoje em dia. Isso se deu ao fato de a obra ter algumas cenas extremamente trabalhosas (e altamente dispendiosas), que precisavam ser ajustadas nos mínimos detalhes antes que se começassem as filmagens.
O roteiro, creditado apenas a Sidney Howard, sofreu severas intervenções de Ben Hecht, F. Scott Fitzgerald, William Faulkner e do próprio produtor. Cenas chegaram a ser reescritas no mesmo dia em que eram filmadas.
1.400 atrizes se candidataram ao papel de Scarlett O'Hara. E cerca de 400 chegaram a fazer testes (somando 27 horas de gravações). Bette Davis quase foi escolhida, mas sua liberação estava condicionada a escalação de Errol Flynn como seu par romântico. Como Davis odiava o ator - e Selznick já havia escolhido Clark Gable para o papel de Rhett Butler -, a atriz declinou. A lista se esgotou para quatro nomes: Joan Bennett, Jean Arthur, Paulette Goddard (que chegou muito perto de ganhar o papel, mas foi vetada por Selznick devido ao relacionamento complicado que ela mantinha com Charles Chaplin) e Vivien Leigh. Esta foi apresentada a Selznick pelo irmão dele, Myron, que declarou "Eis sua Scarlett!". A princípio desanimado com os filmes anteriores da atriz, o produtor ficou encantado com o teste dela e imediatamente elaborou uma lenda: pediu ao marido da atriz, Laurence Olivier, que fizesse com ela uma visita aos sets no dia em que estivessem filmando o incêndio de Atlanta. Com o estúdio cheio de repórteres, Selznick dirigiu-se a Vivien e declarou teatralmente que, no momento em que viu o fogo de Atlanta refletido no rosto da atriz, percebeu que havia encontrado a sua protagonista.
1.400 atrizes se candidataram ao papel de Scarlett O’Hara. E cerca de 400 chegaram a fazer testes (somando 27 horas de gravações). Bette Davis quase foi escolhida, mas sua liberação estava condicionada a escalação de Errol Flynn como seu par romântico. Como Davis odiava o ator – e Selznick já havia escolhido Clark Gable para o papel de Rhett Butler -, a atriz declinou. A lista se esgotou para quatro nomes: Joan Bennett, Jean ArthurPaulette Goddard (que chegou muito perto de ganhar o papel, mas foi vetada por Selznick devido ao relacionamento complicado que ela mantinha com Charles Chaplin) e Vivien Leigh. Esta foi apresentada a Selznick pelo irmão dele, Myron, que declarou “Eis sua Scarlett!”. A princípio desanimado com os filmes anteriores da atriz, o produtor ficou encantado com o teste dela e imediatamente elaborou uma lenda: pediu ao marido da atriz, Laurence Olivier, que fizesse com ela uma visita aos sets no dia em que estivessem filmando o incêndio de Atlanta. Com o estúdio cheio de repórteres, Selznick dirigiu-se a Vivien e declarou teatralmente que, no momento em que viu o fogo de Atlanta refletido no rosto da atriz, percebeu que havia encontrado a sua protagonista.
O elenco coadjuvante não deu muito trabalho. Olívia de Havilland conseguiu o papel de Melanie Wilkes. Leslie Howard – depois de condicionar sua participação a que Selznick, que não queria outro ator, produzisse seu próximo filme, Intermezzo, também de 1939 – envergonhadamente topou o papel de Ashley Wilkes, mas fez um trabalho completamente apático, pois se achava velho para o papel e que E o Vento Levou seria um filme de mulherzinha. Terminou sendo um dos pontos baixos da obra, pois ninguém que assistia a película se convencia que a forte Scarlett pudesse desdenhar do vibrante, valente e simpático Rhett em benefício de um apagado e sem graça  Ashley.
GInsatisfeito com os primeiros resultados do trabalho de Cukor, Selznick afastou-o logo no início das filmagens. No entendimento dele, o diretor, homossexual assumido e conhecido por "compreender a alma feminina", estava dando muito destaque às personagens de Olivia de Havilland e Viven Leigh e menosprezando o de Clark Gable. Para seu lugar, veio o machista - e amigo de Gable - Victor Fleming (na foto, provavelmente discutindo com Vivien Leigh). As duas atrizes ficaram inconformadas e passaram a ir escondidas a casa do ex-diretor para serem ensaiadas por ele. A britânica também discutia constantemente com Fleming, e foi responsabilizada pelo colapso nervoso que o mesmo sofreu. Para seu lugar, veio Sam Wood, cujo trabalho também desagradou o produtor. Fleming ainda voltaria pra terminar o trabalho, trabalhando junto com Wood (mas em sets e horários diferentes). O desastre de um filme "sem encaixe" foi evitado pelos diretores de segunda unidade Sidney Franklin e o citado William Menzies, que tinham uma visão global do projeto e conseguiram manter um mínimo de unidade no trabalho. Apesar de ser responsável por apenas 45% do que se vê na tela, Victor Fleming terminou sendo creditado como o único diretor.
Insatisfeito com os primeiros resultados do trabalho de Cukor, Selznick afastou-o logo no início das filmagens. No entendimento dele, o diretor, homossexual assumido e conhecido por “compreender a alma feminina”, estava dando muito destaque às personagens de Olivia de Havilland e Viven Leigh e menosprezando o de Clark Gable. Para seu lugar, veio o machista – e amigo de Gable – Victor Fleming (na foto, de óculos). As duas atrizes ficaram inconformadas e passaram a ir escondidas a casa do ex-diretor para serem ensaiadas por ele. A britânica também discutia constantemente com Fleming, e foi responsabilizada pelo colapso nervoso que o mesmo sofreu. Para seu lugar, veio Sam Wood, cujo trabalho também desagradou o produtor. Fleming ainda voltaria pra terminar as filmagens, trabalhando junto com Wood (mas em sets e horários diferentes). O desastre de um filme “sem encaixe” foi evitado pelos diretores de segunda unidade Sidney Franklin e o citado William Menzies, que tinham uma visão global do projeto e conseguiram manter um mínimo de unidade no trabalho. Apesar de ser responsável por apenas 45% do que se vê na tela, Victor Fleming terminou sendo creditado como o único diretor.
Terminados os trabalhos de filmagem (que duraram dois anos e sete dias), haviam de 28 a 83 horas de filmagens para serem editadas (de acordo com diversas versões). Trancado em uma sala com seu assistente, o editor Hal C. Kern não só não consultou nenhum dos diretores envolvidos na montagem final, como chegou a exigir a filmagem de cenas adicionais, no que foi atendido. A edição final ficou com quase quatro horas de duração, e o filme foi dividido em duas partes (inclusive há um “intervalo” no meio do filme).
Enquanto formavam na tela um dos mais famosos casais cinematográficos de todos os tempos, Clark Gable e Vivien Leigh viviam às turras. Ela detestava o jeito machão e debochado dele. Ele a achava chata e sem graça. Leigh considerava o hábito de Gable de encerrar os trabalhos sempre às seis horas da tarde como "falta de profissionalismo". Diz a lenda que quando Clark descobriu que ela reclamava do seu hálito de bebida, ele passou a mascar cebolas antes de contracenar com a atriz. Além disso, dizia que se sentia beijando um bife... cru. Algumas pessoas acham que a disparidade salarial entre o famigerado casal seria uma das fontes do azedume da relação entre ambos fora das telas: por 71 dias de trabalho, Clark Gable recebeu US$ 120.000,00, enquanto Vivien Leigh recebeu US$ 25.000,00 para trabalhar 125 dias.
Enquanto formavam na tela um dos mais famosos casais cinematográficos de todos os tempos, Clark Gable e Vivien Leigh viviam às turras. Ela detestava o jeito machão e debochado dele. Ele a achava chata e sem graça. Leigh considerava o hábito de Gable de encerrar os trabalhos sempre às seis horas da tarde como “falta de profissionalismo”. Diz a lenda que quando Clark descobriu que ela reclamava do seu hálito de bebida, ele passou a mascar cebolas antes de contracenar com a atriz. Além disso, dizia que se sentia beijando um bife… cru. Algumas pessoas acham que a disparidade salarial entre o famigerado casal seria uma das fontes do azedume da relação entre ambos fora das telas: por 71 dias de trabalho, Clark Gable recebeu US$ 120.000,00, enquanto Vivien Leigh recebeu US$ 25.000,00 para trabalhar 125 dias.
O filme conta a história de Scarlett O’Hara, filha de um irlandês rico radicado no Sul dos EUA. Apaixonada pelo seu vizinho, Ashley Wilkes, fica arrasada quando descobre que o mesmo se casaria com Melanie e depois partiria para a guerra. Ela conhece o mulherengo, boa pinta, debochado e rico Rhett Butler. Aparentes coincidências do destino parecem sempre colocá-lo no caminho dela, inclusive salvando sua vida por mais de uma vez. Apaixonado por Scarlett, reluta em se entregar a esta paixão por sabê-la amando um homem comprometido. Enquanto os anos passam, Scarlett aprende com a miséria decorrente da guerra a se tornar uma mulher manipuladora, sempre declarando fazer tudo por Tara, a fazenda de sua família. Ela chega a se casar com Butler, mas uma tragédia terrível e os anos de desprezo da parte dela por conta de uma inexplicável paixão por um homem fraco e apagado terminam fazendo com que esta história não tenha um final feliz.
Detalhe com a legenda de uma das frases mais famosas do cinema de todos os tempos. Curiosamente, ela quase ficou de fora da edição final: censores a acharam de muito mau gosto. Aliás, toda a sequência final é arrasadora, quando um desiludido e decidido Rhett trava um diálogo duro com uma desesperada e - finalmente - desperta Scarlett. Alguns trechos, segundo a versão dublada em português famosíssima nas madrugadas globais: "Oh, Rhett, quando eu descobri hoje que amava você, eu vim correndo pra lhe contar, mau amor, meu amor..." "Não continue com isso. Deixe alguma dignidade como lembrança de nosso casamento. Poupe ao menos isso." (...) "Eu... Na verdade, nunca amei o Ashley." "Mas fez uma boa imitação de amor até hoje de manhã." (...) "Eu sinto muito. Eu sinto tanto por tudo..." "Minha querida, você é tão criança. Acha que dizendo 'sinto muito' todo o passado será corrigido? Tome, pegue o meu lenço. Nunca, em nenhuma crise de sua vida, eu me lembro de você ter um lenço consigo." (...) "Eu só sei que amo você..." "É a sua desgraça." (...) "Rhett, se você partir, pra onde eu vou? O que eu vou fazer?" "Francamente, querida, eu pouco me importo."
Detalhe com a legenda de uma das frases mais famosas do cinema de todos os tempos. Curiosamente, ela quase ficou de fora da edição final: censores a acharam de muito mau gosto. Aliás, toda a sequência final é arrasadora, quando um desiludido mas decidido Rhett trava um diálogo duro com uma desesperada e – finalmente – desperta Scarlett. Alguns trechos, segundo a versão dublada em português famosíssima nas madrugadas globais: “Oh, Rhett, quando eu descobri hoje que amava você, eu vim correndo pra lhe contar, meu amor, meu amor…” “Não continue com isso. Deixe alguma dignidade como lembrança de nosso casamento. Poupe ao menos isso.” (…) “Eu… Na verdade, nunca amei o Ashley.” “Mas fez uma boa imitação de amor até hoje de manhã.” (…) “Eu sinto muito. Eu sinto tanto por tudo…” “Minha querida, você é tão criança. Acha que dizendo ‘sinto muito’ todo o passado será corrigido? Tome, pegue o meu lenço. Nunca, em nenhuma crise de sua vida, eu me lembro de você ter um lenço consigo.” (…) “Eu só sei que amo você…” “É a sua desgraça.” (…) “Rhett, se você partir, pra onde eu vou? O que eu vou fazer?” “Francamente, querida, eu pouco me importo.”
E o Vento Levou, que chegou a ser apontado como candidatíssimo a ser um dos maiores fracassos da história do cinema, triunfou. É até hoje o filme com o maior número de ingressos vendidos de todos os tempos, com seus mais de 200 milhões de ingressos comercializados (pra comparar, o campeão de arrecadação, Avatar, vendeu pouco mais de 60 milhões de ingressos). Ficou em cartaz ininterruptamente durante toda a Segunda Guerra Mundial em diversos cinemas dos EUA. É um dos três filmes – ao lado de Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White anda Seven Dwarfs, 1937) e O Exorcista (The Exorcist, 1973) – a ser reprisado com lucro ao longo dos anos. Cenas empolgantes como a do incêndio de Atlanta (uma filmagem original de 115 minutos, em que foram destruídos antigos cenários), a de Scarlett caminhando entre os mortos da Batalha de Gettysburg e a mesma personagem em Tara, declarando que nunca mais sentiria fome novamente, são consideradas clássicas até hoje.
"Por Deus, eu juro: nunca mais sentirei fome enquanto viver. Nem que eu tenha que mentir, trair, roubar ou matar. Por Deus, eu juro: jamais sentirei fome novamente." Cena clássica realçada pelo fantástico trabalho de fotografia comandado por Ernest Haller e Ray Rennahan.
“Por Deus, eu juro: nunca mais sentirei fome enquanto viver. Nem que eu tenha que mentir, trair, roubar ou matar. Por Deus, eu juro: jamais sentirei fome novamente.” Cena clássica realçada pelo fantástico trabalho de fotografia comandado por Ernest Haller e Ray Rennahan.
Venceu oito Oscars: Filme (primeiro filme colorido a alcançar o prêmio), Diretor, Atriz, Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Roteiro Adaptado, Direção de Arte (trabalho estupendo de Lyle R. Wheeler), Fotografia e Montagem.
Hattie McDaniel, aqui contracenando com Vivien Leigh, sofreu acirrada disputa pelo papel de Mammy. Eleanor Roosevelt, primeira-dama dos EUA, chegou a escrever para o produtor Selznick pedindo o papel para a sua própria empregada. No entanto, o apoio entusiasmado de Clark Gable e um teste extremamente engraçado fizeram de Hattie a dona do papel. Também venceu sua companheira de produção Olivia de Havilland e tornou-se a primeira negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Ironicamente, ela não compareceu a première do filme em Atlanta, já que, no local, não era aceita a entrada de negros.
Hattie McDaniel, aqui contracenando com Clark Gable, sofreu acirrada disputa pelo papel de Mammy. Eleanor Roosevelt, primeira-dama dos EUA, chegou a escrever para o produtor Selznick pedindo o papel para a sua própria empregada. No entanto, o apoio entusiasmado de Gable e um teste extremamente engraçado fizeram de Hattie a dona do papel. Também venceu sua companheira de produção Olivia de Havilland e tornou-se a primeira negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Ironicamente, ela não compareceu a première do filme em Atlanta, já que, no local, não era aceita a entrada de negros.
Ainda recebeu mais cinco indicações – Ator, Atriz Coadjuvante (Olivia de Havilland), Efeitos Especiais, Trilha Sonora e Som – e recebeu um Especial (para R. D. Musgrave pelo pioneirismo na utilização de equipamentos coordenados durante a produção) e um Honorário – para William Cameron Menzies.
William Cameron Menzies, desenhista de produção, diretor de segunda unidade, "roteirista" e braço direito de David O. Selznick. Depois do produtor, é o maior responsável pela realização da obra.
William Cameron Menzies, desenhista de produção, diretor de segunda unidade, “roteirista” e braço direito de David O. Selznick. Depois do produtor, é o maior responsável pela realização da obra.
A obra hoje recebe severas críticas. Muitas pessoas acham o filme monótono, outros o consideram extremamente piegas. Isso é verdade, principalmente na sua segunda parte, em que há uma bruta queda, se recuperando apenas no fim com o diálogo arrasador de Rhett e Scarlett. Mas, se formos situar as coisas no seu devido tempo, até que as coisas não ficaram tão ruins. Era mais do que comum, na época, que romances transpostos para as telas se tornassem dramalhões constrangedores de tão ruins.
Os atores Fred Crane e George Reeves (sim, o Superman!) aparecem nos créditos com seus personagens trocados.
Os atores Fred Crane e George Reeves (sim, o Superman!!!) aparecem nos créditos com seus personagens trocados.
Muitas pessoas não gostam da forma como os negros são retratados, como se fossem quase felizes de servirem aos seus patrões, que, por sua vez, são mostrados de forma extremamente benevolente. Isso, na época, fazia parte de um movimento que tentava mostrar que o Sul não era o “inferno para as pessoas de cor” retratado por anos. Mas a mão pesada dos roteiristas, diretores e produtores acabou criando este clima ao colocar todos os personagens nortistas como bandidos, sabichões ou tolos.
Tara's Theme, de Max Steiner, também é a música que toca sempre que o Professor Girafales encontra da Dona Florinda.
Tara’s Theme, de Max Steiner, também é a música que toca sempre que o Professor Girafales encontra a Dona Florinda.
É um bom filme. Sua concepção artística, sua ousadia técnica e atuações acima do padrão da maioria dos seus atores fazem com que seja extremamente satisfatório, ainda nos dias de hoje, (re)assistir esta obra.
Em 1994, algum irmão do Joe Quesada trabalhava na CBS, já que lá resolveram bancar uma continuação televisiva baseada num livro escrito por Alexandra Ripley, com autorização da família da autora do romance original. Intitulado Scarlett, revelou-se um equívoco do começo ao fim, principalmente pelas escalações da fraquíssima Joanne Whaley e do canastrão Timothy Dalton como o famoso casal.
Em 1994, algum irmão do Joe Quesada trabalhava na CBS, já que lá resolveram bancar uma continuação televisiva baseada num livro escrito por Alexandra Ripley, com autorização da família da autora do romance original. Intitulado Scarlett, revelou-se um equívoco do começo ao fim, principalmente pelas escalações da fraquíssima Joanne Whaley e do canastrão Timothy Dalton como o famoso casal.
Em 2001, a escritora Alice Randall lançou uma versão de E o Vento Levou na ótica dos escravos. Foi processada pelos descendentes de Margaret Mitchell.
E o Vento Levou (Gone with the Wind). Dirigido por Victor Fleming. Produzido por David O. Selznick. Roteirizado por Sidney Howard (baseado na obra original de Margaret Mitchell). Protagonizado por Clark Gable e Vivien Leigh. Com Leslie Howard, Olivia de Havilland, Hattie McDaniel, Oscar Polk, Paul Hurst, Laura Hope Crews, Thomas Mitchell, Carroll Nye, Barbara O'Neill, Butterfly McQuenn, Cliff Edwards, Harry Davenport, Isabel Jewell, George Reeves e Fred Crane. MGM. EUA. 1939
E o Vento Levou (Gone with the Wind). Dirigido por Victor Fleming. Produzido por David O. Selznick. Roteirizado por Sidney Howard (baseado na obra original de Margaret Mitchell). Protagonizado por Clark Gable e Vivien Leigh. Com Leslie Howard, Olivia de Havilland, Hattie McDaniel, Oscar Polk, Paul Hurst, Laura Hope Crews, Thomas Mitchell, Carroll Nye, Barbara O’Neill, Butterfly McQuenn, Cliff Edwards, Harry Davenport, Isabel Jewell, George Reeves e Fred Crane. MGM. EUA. 1939
Texto originalmente publicado em Darth Chief.

JJota

Já foi o espírito vivo dos anos 80 e, como tal, quase pereceu nos anos 90. Salvo - graças, principalmente, ao Selo Vertigo -, descobriu nos últimos anos que a única forma de se manter fã de quadrinhos é desenvolvendo uma cronologia própria, sem heróis superiores ou corporações idiotas.

Este post tem 10 comentários

  1. Daniela

    Que sensacional! Eu era pequena em uma das vezes que passou e ficava sozinha até tarde assistindo. Não sei como meus pais deixaram, porque passava de madrugada. Grande clássico!
    Me fez lembrar que quem gosta de filmes antigos agora pode assisti-los online no Oldfllix
    http://www.oldflix.com.br

    1. JJota

      Se bem me lembro, E o Vento levou era um dos filmes “de fim de ano” da Globo. Lembro de várias vezes assisti-lo entrando pela madrugada também…

  2. Frogwalken

    Eu lembro, tava com os VHS do Vento Levou e também Ruas de Fogo.

    Do Vento só lembro de ” Scarlett me BÊXE! ” e também que o ator
    nunca escovava os dentes e vivia entupido de perfume!

    HAUHAUHAUHAUAHUAHUAHAUHAUHAUAHUAHAUHAUHAUAHUA

    Texto maneiro, JoJota! =D

    1. JJota

      Bom lembrar que o Gable não era um “imundo”. Ele fazia isso de sacanagem com a Vivien Leigh, que vivia às turras com o Fleming, amigo do ator.

  3. Luciana Oliveira

    Curto tanto que tenho o Dvd original.

    Gostei de saber que foi uma das obras pioneiras a adotar o processo de Storyboard.

    Adorei o tema.

  4. Ladysyf

    Primor de artigo, adorei! Adoro esse filme, adoro cinemão, adoro akele final q te deixa no contrapé forever, adoro o anti-herói e a anti-heroina! Sempre amei o filme sem saber nada da produção caótica ou incríveis estatísticas! Agradeço a ótima leitura. Favoritei pra de vez em qdo ler de novo, qdo esquecer algum detalhe! 🙂

    1. JJota

      Valeu. fica pra você a mesma dica da Luciana: compre Edição de Colecionador! Vale a pena.

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