#Tonya não fez nada de errado!

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Os fatos:

O caso «Harding-Kerrigan» apareceu para o mundo a 6 de janeiro de 1994. A partir daí, o que começou numa pista de patinação envolvendo uma candidata às medalhas nas olimpíadas, que estavam marcadas para fevereiro daquele ano, passou para a esfera criminal, com os contornos de inveja, ambição desmedida, falta de escrúpulos, frieza, drama, justiça, fenómeno mediático, entre outros, distribuído por suspeitos, condenados, polícias, vítimas, jornalistas ou desportistas de alta competição.

Tonya Harding e Nacy Kerrigan eram duas das mais conhecidas patinadoras dos Estados Unidos na época que iam disputar os campeonatos nacionais do país; e dos quais iriam sair as duas representantes dos EUA nos Jogos de inverno marcados para Lillehammer, na Noruega. Karrigan era então, aos 24 anos, a menina bonita da patinação artística norte-americana. Harding tinha 23 anos. Mas, da mesma forma que alcançou mais cedo o topo a nível nacional e internacional, também mais cedo começou a ficar para trás em relação à concorrência. (Via mais futebol)

Embora Harding tenha sido a segunda atleta do mundo e a primeira americana a dar um salto triplo axel, sua notável superioridade em relação às outras patinadoras era apagada por suas maneiras pouco delicadas às vistas dos juízes, que a achavam muito “caipira e bruta”. E, em janeiro de 1994 ela se tornaria uma das pessoas mais famosas do mundo por se tornar suspeita de envolvimento no acidente que tirou sua maior rival das competições.

Harding passou a ser uma das grandes vilãs da história do esporte americano e o filme I, Tonya (2017), busca contar sua versão dos fatos:

 

Eu, Margot – Mereço mais que o Esquadrão Suicida

Com estreia no dia 15 de fevereiro de 2018, o filme dirigido por Craig Gillespie e estrelado por Margot Robbie no papel de Tony, Sebastian Stan (Soldado Invernal) como seu marido e Allison Janney no papel da mãe, conta com atuações hilárias e impecáveis! Não à toa, além de alguns prêmios, também tem indicações em categorias do Oscar.

A história se baseia em depoimentos que realmente ocorreram e nos fatos que precederam o julgamento dos envolvidos no acidente de Nancy. Porém, o que chama atenção nessa produção, não é a história em si, já que todos sabem o final, mas a forma que Gillespie encontrou para tratar uma experiência extremamente pesada e dramática, transformando-a em uma tragicomédia carregada de sarcasmo, principalmente por parte de Tonya, que passou a vida toda na mão de pessoas abusivas: primeiro sua mãe, pessoa controladora, agressiva e que era incapaz e demonstrar qualquer afeto pela própria filha, interpretada por Janney – o que já lhe rendeu prêmios como atriz coadjuvante e mais algumas indicações, e depois, nas mão do marido descontrolado e intelectualmente limitado, vivido por Stan.

https://www.youtube.com/watch?v=US_P75dgJ_w

Além de uma trilha sonora sensacional que intensifica a tensão presente em várias cenas, o recurso de quebrar a “quarta parede”, onde os atores falam diretamente aos espectadores, funcionou como parênteses necessários para que possamos ter uma ideia do que se passava na cabeça de Tonya quando ela precisava tomar algumas decisões.

Independentemente da veracidade dos eventos mencionaos no filme, é impossível não torcer pela protagonista e não desejar voltar no tempo para salvá-la de uma pena que parece muito desproporcional ao crime, que na verdade, ela nem cometeu. É triste pensar que ela tenha sido uma grande vítima de situações violentas que a colocaram no lugar errado, na hora errada.

E, definitivamente, Margot Robbie merece um Oscar, ou no mínimo, ser reconhecida como uma grande atriz que é e que em nada lembra o fiasco da Arlequina em Esquadrão Suicida. Ela merece muito mais do que a crítica sem noção como a da Vanity Fair, em 2016.

Assista ao filme e se junte à mim na campanha “Tonya não fez nada de errado!”

Dani Marino

Dani Marino é pesquisadora de Quadrinhos, integrante do Observatório de Quadrinhos da ECA/USP e da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial - ASPAS. Formada em Letras, com habilitação Português/Inglês, atualmente cursa o Mestrado em Comunicação na Escola de Artes e Comunicação da USP. Também colabora com outros sites de cultura pop e quadrinhos como o Minas Nerds, Quadro-a-Quadro, entre outros.

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