Sombras do legado e a hora de deixá-las ir

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Vivemos em uma época na qual grandes filmes do passado estão voltando com novos protagonistas, novas perspectivas e até novas histórias. Quando esse mesmo filme volta às telonas, as comparações são inevitáveis, não é mesmo? Então, é sobre essas mesmas comparações que venho falar hoje.

O objetivo é responder a um questionamento básico – até que ponto devemos deixar essa imagem do passado encobrir um remake, ou até engoli-lo? Devemos realmente destruir um filme novo só porque ele não foi igual ao antigo?

O Filho de Rocky Balboa sente o peso do Legado

O fator principal, talvez, para se falar sobre algo seja – encare o remake como se você nunca tivesse assistido aquele filme na vida. Dê uma chance para os atores, produtores e roteiristas te mostrarem como é a visão deles sobre a história a ser vista. Não digo que é proibido não gostar de algum remake, só peço para evitar o ódio preconceituoso e saudoso do “não é igual ao antigo”.

Karatê Kid

Este filme veio com uma perspectiva totalmente nova do filme. Sem Pat Morita e nem Ralph Macchio, a trama apostou em Jackie Chan e Jaden Smith como protagonistas. Apesar de não ter Karatê em Karatê Kid, o filme é sim muito bom, uma verdadeira lição de vida e sobre o que é o Kung Fu. Vale a pena ser assistido para ver um jovem em sua caminhada para aprender a vida através das artes marciais.

Caça-Fantasmas

Com a marca de ter um dos trailers mais odiamos pelo YouTube (infelizmente), as Caça-Fantasmas vieram com a difícil tarefa de trazer a mitologia antes feita por quatro homens. E a missão foi cumprida com louvor. Além de ser muito bem dosado na comédia, o filme contou com a participação dos protagonistas dos filmes antigos (agora com outros papéis). Eles se divertiram. Elas se divertiram. Porque nós não nos divertiríamos também?

Coringa dos Cinemas

O duelo de Coringas talvez seja o mais desnivelado, e só digo isso pelo número de fãs que consideram Heath Ledger o melhor Coringa. Então, numa visão extremamente estreita, nem Jack Nicholson, nem Jared Leto e nem Cameron Monaghan conseguiram fazer um Coringa “a altura daquele”. Mas o que acontece é que todos eles são visões diferentes do coringa. E Válidas!

Heath Ledger é uma face do coringa totalmente caótica. Ele é uma força desconhecida de Gotham que não quer nada concreto e conseguiu abalar a cidade inteira – tanto as forças policiais como o crime organizado e até o próprio Batman. É uma versão bem mitológica do Coringa.

Jack Nicholson demonstra um lado irônico do coringa, no qual ele abusa de trocadilhos mas mantém uma mente ardilosa e fria. Também resume bem a origem da face do personagem, ligada ao acidente na indústria química.

Jared Leto já representa um Coringa com toque de gângster. Ele não mais causa pânico no crime organizado, e sim CONTROLA esse crime organizado. Caso não tenha gostado do enredo em que ele busca incessantemente Arlequina em Esquadrão Suicida, peço só que tente imaginar se um gângster não faria o mesmo para salvar sua companheira (mesmo que a trate mal, que é o caso). O Coringa a considera um objeto de posse e ele a quer de volta.

Peço, para finalizar, só para considerar também que o Coringa só não apareceu menos que o Batman naquele filme.

Cameron já tem uma abordagem mais recente do Coringa. Na 3ª temporada de Gotham, perde seu rosto e simplesmente o grampeia de volta – uma alusão à fase Novos 52 dos quadrinhos -, e usa bastante a temática circense do Coringa. Único detalhe é que, na série, ele ainda não assumiu o pseudônimo, chamando-se ainda Jerome.

Por fim, tenho um pedido de antemão. Como bem sabemos, Logan foi o último filme de Hugh Jackman como Wolverine, e todos nós sabemos o quão incontestável ele foi nesse papel. Meu pedido é: se houver outro Wolverine nos cinemas, deixe-o trabalhar ANTES de julgar seu trabalho e dizer simplesmente que “não é o Hugh Jackman”.

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