Robocop (1987) Vs Robocop (2014)

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Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Recentemente estava na grade horária dos cinemas o mais novo filme do José Padilha, Robocop. Uma refilmagem do original dirigido pelo holandês Paul Verhoeven em 1987. Como sempre teve muitas comparações entre o “Antigo” Robocop e o “Novo” Robocop. Quando fui assistir ao filme, a internet já estava recheada de críticas e comparações, li algumas e ignorei outras, mas fui ao cinema com uma mente aberta, sem expectativas.

Não sou um cinéfilo de plantão que fica em busca dos detalhes, das mensagens e/ou dos significados que os filmes abordam ou querem abordar, alguns desses elementos são explícitos e outros são sutis. Pois bem, no dia anterior, assisti Robocop: O Policial do Futuro no Netflix e quando saí do cinema, no dia seguinte, fiquei muito contente com o resultado do novo trabalho do José Padilha.

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Meu foco aqui será mais comparar os dois filmes sem necessariamente fazer uma crítica de ambos. Dito isso, a principal discussão nas redes justificava o Robocop de 87 como melhor apenas se baseando na violência, ou seja, “ele é melhor porque era violento. Não era classificação 13 anos“. Ou seja, não havia outros argumentos. Desculpe, mas apenas ter a violência como argumento não é o suficiente.

Podemos analisar, assim como vários sites (especializados ou não), Robocop: O Policial do Futuro como um filme de ficção científica que nos aponta várias mensagens/críticas, como por exemplo o imperialismo americano. A cena em questão acontece quando o jornal transmite uma notícia sobre a união das tropas americanas com os nacionalistas mexicanos contra os rebeldes em uma revolta que acontece em Acapulco. Nem vou mencionar que praticamente todos os jogos nos comerciais eram de cunho bélico.

No novo Robocop podemos ver a mesma crítica. Não seria a tropa de robôs e dos ED-209 pelas ruas de algum país árabe, mantendo a paz, uma forma de imperialismo também?

Acredito que o principal foco da discussão deva ser nos elementos/críticas que cada um fez em suas direções, ou seja, em ambos os casos temos a premissa do policial que sofre um atentado e é mantido vivo em uma máquina, criada por uma empresa que controla a polícia.

Entretanto Paul Verhoeven focou em uma cidade, Detroit,  consumida pelo crime e à beira do colapso econômico. Podemos interpretar esse cenário como o momento em que o Estado e as empresas juntam forças para tornar esse novo policial ou produto, sob suas ordens, em um novo fascismo, disfarçado na “terra das oportunidades”.

E essa tal “terra das oportunidades” pode ser vista como a luta de cada um por si e Deus contra todos, exemplificada por ambiciosos funcionários da OCP, como Richard Jones. Afinal essa visão se resume a um futuro pessimista de uma cidade dominada pela violência urbana e a proliferação dos interesses financeiros das grandes corporações em detrimento do bem comum. O projeto Nova Detroit seria exatamente o que foi comentado aqui?

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Já Padilha focou em outros assuntos, como a ética na ciência; a corrupção policial e a sedução do crime (isso sim, influência de BOPE); sem mencionar a influência da mídia sobre os assuntos – bem como a opinião pública na relação das empresas e seus produtos. Quase todos esses elementos estão presentes no original, mas em menor grau, o que Padilha fez na verdade foi levantar a bola para essas discussões sem dar a sua opinião. E talvez tenha sido esse o motivo das críticas negativas. O filme não aponta um caminho, uma visão; não diz se isso é certo ou errado, e isso não torna o filme melhor ou pior que o de 1987.

A grande verdade é que os dois Robocops têm a visão de um futuro não muito bonito, algo bem influenciado pela  sociedade em que vivemos. Foi assim em 1987, tanto com a economia Regan, como nos vários debates que nos são apresentados ainda hoje. Discussões sobre o meio ambiente, o ser politicamente correto, a liberdade de expressão etc.

Ah… Quanto à violência. O filme do Padilha não é violento como o do Verhoeven isso é um fato, mas ele não precisou abusar da violência para ser classificado como um bom filme. Robocop de 2014 é o mesmo Rocobop de 1987, ou seja, uma crítica a sociedade.

Abraços

Leonardo Delarue

Nerd clássico, nascido na década de 80, que gosta de video-game e heavy metal. Só escreve o que gosta, sem bases para sustentar suas teorias e/ou argumentos.

Este post tem 5 comentários

  1. Renver

    Os fãs ficam de mimimi mas a franquia só tem 2 filmes bons (o original e o remake)… o resto é LIXO

    LIXO

    LIXO

    1. O segundo filme não é de todo ruim, mas, também, não é tão bom quanto o primeiro. Já o terceiro ….. teve um terceiro filme do Robocop? 🙂

      1. SandroR

        Robocop 2 é melhor que este novo. É mais caricato e cartunesco que o primeiro mas também tem uma certa dose de crítica. Robocop 3, desenhos e séries não existem.

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