Quero ser escritor como Dan Brown, Parte II

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Antes de ler este texto, dê uma conferida na primeira parte.

Passo número 3 – As Teorias por trás da História

Aqui temos um fato interessante: estamos em uma era de quase “Matrix”, então, se você quer saber sobre um determinado assunto é fácil – pergunte ao “pai dos burros”: Google!

Se você analisar as teorias que Dan Brown incorpora em seus livros perceberá que elas se baseiam em assuntos que, geralmente, rendem muita coisa. Ou seja, geralmente, são discussões que você verá no Super Pop – como fusão Fria, criptografia, antimatéria, religião. E devido à sua (falta de) profundidade na história, com dez minutos de pesquisa no Wikipédia, você se torna um expert no assunto!

Além do mais, são sempre assuntos que levantam questões profundas, e polêmicas, que “podem mudar a vida de todas as pessoas”.

São questões do âmbito do “e se..”. Para exemplificar temos as seguintes indagações:
“E se Jesus Cristo teve um caso com  Maria Madalena?”.
“E se a antimatéria caísse em mãos erradas, ou até mesmo, caísse na Terra?”
“E se os Iluminatti tomassem o controle do poder mundial?”
“E se os Maçons fossem pobres e ralés?”

Qualquer uma dessas questões são encontradas nas obras do Sr. Brown. E nenhuma delas é, de fato, respondida.

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Passo 4 – A Ilusão da História

Temos à seguir, o passo mais importante desse minimanual para se tornar um cara podre de rico e respeitadíssimo no mundo dos escritores. Por isso, é OBRIGATÓRIO que no seu futuro best-seller você tenha a capacidade de criar um ambiente para fazer com que os seus leitores se considerem as pessoas mais inteligentes.

“Mas isso é difícil de fazer!”, você deve estar exclamando. Sim, de fato, você trazer uma informação nova à um público leigo é uma missão bastante complexa. Mas Dan Brown faz isso com tamanha maestria.

Isso por que Brown dá a oportunidade de você, leitor leigo nos assuntos ali tratados, pesquisar. É como no “O Código Da Vinci”, em que ele cita quadros famosos, que segundo a descrição no livro, e conforme você vê descrito, faz você soltar aquele “P%$a m@#%a, ele está certo!”.

Em “Fortaleza Digital”, a característica básica é a de que todos nós podemos ser James Bond, ou Sherlock Holmes. Basta ter intimidade com um papel e um lápis para transcrever as cifras ali descrita. E, mais uma vez, você repete a exclamação: “p%$a m@#%a, ele está certo!”.

Outro ponto é, aquele velho truque do cinema, de dar indícios de que um determinado personagem é o vilão, mas numa reviravolta na trama acaba fazendo com que todas as expectativas se desvaneçam sobre aquele personagem e outra pessoa, da qual você nem desconfiava, se mostra o verdadeiro vilão – o que só é apresentado perto do fim da trama.

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Passo número 5 – As Ordens Secretas e as Organizações

Outro ponto que você deve ter em mente é o de que Dan Brown nunca usa a polícia local como centro da trama. Ele prioriza as coisas grandes. E isso vale tanto para o ponto da história, como para o contraponto, no qual sempre temos uma sociedade secreta ou seita pouco falada. Mas todas elas, obrigatoriamente, têm que possuir páginas ou conteúdos na Internet (se não, de nada vale coloca-las em sua trama).

De contraponto temos as Ordens secretas, como Opus Dei, Iluminatti, Templários, Priorado de Sião, que tentam barrar o progresso da história do nosso protagonista.

Sempre temos grandes Agências (como CIA, NASA, NRO, NSA) como locais de ponto de partida ou de chegada do protagonista. Além do CERN, Vaticano e Capitólio como os principais locais do desenrolar da trama.

Por isso, não adianta você querer colocar a “igreja da cadeira de plástico” na sua trama. Se for para mexer, mexa com algo realmente grande. E que tenha um bom conteúdo para pesquisar.

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Outro fato que temos de ressaltar é: descreva esses locais, com a maior riqueza de detalhes, para dar aquela impressão de que você teve autorização para estar lá.

Passo número 6 – Pesquisas tomam muito tempo

Como disse anteriormente, Dan Brown é um usuário assíduo do Google. Isso por que a profundidade de seus assuntos são tão rasos quanto um rio em época de seca.

Temos exemplos de outros autores, como Michael Crichton, que passavam anos e anos em pesquisa de campo, e imergindo em determinado assunto, antes de publicar qualquer tipo de conteúdo. Mas, claro que, isso não o faz um autor sem falhas. Crichton também viveu de obras menos renomadas, como “Prey” e “Timeline”. Entretanto, mesmo sendo obras de críticas ruins, tem um embasamento muito melhor do que as obras de Brown.

Todavia, você se pergunta: ”e Dan Brown se importa com isso? Eu devo me importar com isso?”. Bom, sim e não. Sim, por que muitos especialistas analisaram as obras de Brown e contestaram seus embasamentos. E não, pelo mesmo fato. Contudo isso também abre portas para que os mesmos especialistas lancem obras de contestação sobre o livro, gerando uma repercussão maior em cima da obra original.

Ou seja, pesquisas superficiais, de qualquer maneira, podem gerar bom conteúdo e todo mundo sai ganhando.

Concluindo…

E após ler todo esse texto, você deve se perguntar: “você deve odiar Dan Brown, não é?”. E eu faço a reviravolta na trama: NÃO! Eu gosto muito dos livros dele. Uma leitura que realmente te prende, é rápida, e os assuntos acabam fazendo você se interessar.

Eu confesso que já caí na Ilusão e já me senti mais inteligente lendo um livro do Dan Brown (e pesquisei os locais descritos).

E também recomendo. Afinal, é literatura, e qualquer forma dela é válida. Não adianta você querer pagar de “Pseudo-Intelectual-crítico” e dizer que “O Código Da Vinci”, ou qualquer obra dele, é uma história falha. É literatura, poxa! É cultura! E é livre para ser lido por quem quiser.

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P.S.: (e também ajuda a fazer você – tentar – ficar mais rico. rsrs Para isso, basta seguir as dicas! Eu, por exemplo, tenho $5.000.000,00.)

Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

Este post tem um comentário

  1. Treta

    Só ficou faltando uma dica:

    Seja repetitivo ao extremo e descreva as ações e feições de seus persongens de fomra vaga. Como por exemplo: ” A porta se abriu e Fulano sorriu, sorriu como alguém que tivesse motivos para sorrir.”

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