Brainstrume#2 – Quem ainda tem saco para ler na internet hoje em dia?

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A internet começou a se popularizar na primeira metade da década de 1990 apoiada por um pomposo apelido: “A Super Rodovia da Informação”. Diversas redes de computadores interligadas em todo o planeta seriam responsáveis por prover aos seus usuários um mundo de possibilidades em matéria de conhecimento e serviços. E com a vantagem de ter toda essa facilidade no conforto do lar – algo jamais visto até então.

A promessa de revolução sócio-comportamental se cumpriu e o tráfego de informações pela grande rede obteve um crescimento gigantesco no decorrer dos (poucos) anos. Primeiramente da própria forma na qual se propôs: através de sites escritos em HTML e CSS. Daí partiu para a evolução dos mecanismos de buscas, o surgimento dos blogs e o advento das redes sociais.

Essa superexposição ao conhecimento, embora teoricamente benéfica, acabou criando um fenômeno curioso: os leitores dissimulados. O tipo de gente que tem tanta informação para assimilar ou compartilhar que simplesmente não consegue manter o foco em um texto ou publicação. De forma até involuntária acabam colocando a culpa na “moderna vida corrida” e na “falta de tempo” sem perceber que a overdose de opções na tela pode ser o agente responsável por este “desinteresse”.

Claro que não dá para jogar tudo nas costas de uma só variável, visto que o hábito da ler já é algo complicado de se desenvolver. Ainda mais no Brasil com o ensino fundamental fazendo todo o possível para as pessoas detestarem a leitura.

Sacou essa parte aí em cima? Como se pode muito bem notar é uma tentativa de iniciar um texto de forma “clássica”, com uma introdução e tudo mais. Se você leu na diagonal, só as primeiras linhas ou nem leu porcaria nenhuma e já pulou direto para cá por causa do vídeo, você é o exemplo perfeito. Aliás, um exemplo fácil de achar atualmente.

Quais os motivos que levaram a esse comportamento?

O modelo de “artigo da Veja” realmente parece não fazer tanto sucesso na grande rede hoje em dia. Vou tentar listar algumas das razões que possam ter levado a isso:

  • A porralhada de hiperlinks e propagandas tornou difícil o ato de concentrar-se em um só artigo.
  • O assédio das redes sociais e suas notificações segundo a segundo também.
  • A escassez de temas novos ou originais.
  • A facilidade de produção de conteúdo por parte dos usuários em geral contribuiu para que toneladas de lixo escrito tomassem conta de inúmeros blogs.
  • O Twitter, o Facebook e afins com suas publicações instantâneas, que dispensam um trabalho maior em se produzir um texto.
  • A banda larga que possibilitou o acesso a vídeo e áudio de modo a facilitar a absorção de informações por parte dos internautas.

Enfim, pode-se destacar uma palavra acima disso tudo: facilidade. As novas gerações aparentam ter muito mais afinidade com conteúdo no qual se consiga “evitar a fadiga” para apreciar. Tanto que artigos em resumo, links para o You Tube e fotos já dão conta do recado. Veja bem, esse monte de baboseira que eu acabei de escrever poderia muito bem ser resumida apenas ao título da matéria que provavelmente você já teria pegado a ideia.

Será que esse modelo se tornará ultrapassado?  Será que os vídeos, podcasts e redes sociais decretarão a morte dos blogs em sua forma tradicional?

Diga para nós, estimado visitante: Quem ainda tem saco para ler na internet hoje em dia?

 

Administrador Iluminerd

A mais estranha figura nesse grupo: não posta, não participa de podcast, mas foi ele quem uniu todas as pessoas dessa bagaça...

Este post tem 5 comentários

  1. Rosinha

    As pessoas estão ficando cada vez mais burras, adotando um consumismo cego e buscando extrair, cada vez mais, mais informações em menos tempo. Elas têm ficado mais banais e superficiais. A leitura na internet deixou as pessoas preguiçosas e imediatistas. Uma leitura de um texto, que costumava ser natural, agora parece ter se tornado uma luta.

    Você achou que Idiocracy era ficção? Não, estamos chegando lá.

    Ótimo post.

  2. $9217641

    Pra quem ficou ou tentou ficar longe da internet vai saber do que falo. Bate uma sensação de alienação, de que os outros sabem de alguma coisa, você se sente “por fora”. Muito doido.

  3. Felipe Garcia

    Sei la, na minha humilde opinião, as pessoas não ficam burras ou preguiçosas por causa da internet, gente burra vai existir pra sempre. E de uns anos pra cá, você acaba vendo gafes e mais gafes nessas mídias sociais justamente por que elas ganharam voz…

    Leitores dissimulados sempre existiram, mas agora eles podem entrar no “feice”..!

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