Por que as crianças de filmes de terror estão sempre possuídas?

Com rostinhos angelicais, os personagens infantis têm grande apelo nas produções de terror, causando aflição quando são vitimas de algo maligno ou tem sua inocência maculada por entidades perversas. Com frequência, os filmes de terror que possuem crianças no elenco trazem alguma explicação sobrenatural para seus atos maldosos. Os dois grupos mais números de personagens infantis no terror trazem as crianças que são:

                                         Vítimas de entidades                 x                Possuídas por forças do mal

Noah Wiseman – O Babadook                                 Regan MacNeil – O Exorcista

Carol Anne – Poltergeist                                              Toshio Saeki – O Grito

Danny Torrance – o limuninado                                  Damien Thorn  -A Profecia

As irmãs – Mama                                            David – A Aldeia dos Amaldiçoados

 

Mas o que é a maldade? A ciência diz que é basicamente falta de empatia, uma falha nos circuitos elétricos da região do córtex frontal, ocasionada por fatores sociais ou genéticos. Um termo mais técnico para definir a falta de empatia em uma criança é transtorno de conduta. O indivíduo simplesmente é incapaz de se importar com o sofrimento que causa ao machucar alguém fisicamente ou emocionalmente.

Para muitas pessoas é difícil conceber a ideia da maldade relacionada a infância, mas deixando as correntes filosóficas de lado e assumindo que uma criança pode ser má. Seja a maldade um elemento que possa nascer com o indivíduo ou adquirido, a coluna mais cretina do illumiNação quer saber: Onde estão as crianças malvadas do cinema?

Rhoda Penmark – A Tara Maldita (1956)

Ignore esse título em português, que mais parece se referir a um filme trash- pornô . The Bad Seed é um filme excelente,com interpretações incríveis, a pequena atriz Patty McCormack encarnou a figura de criança genuinamente maldosa com perfeição, trazendo vários elementos esperados em um psicopata típico do cinema, isso tudo na década de 50.

 

                                             Benny – O Vídeo de Benny (1992)

A história de um garoto que gosta de filmes violentos e é obcecado pelos vídeos que produz. Brutal, o filme é uma grande critica à sociedade. Não é o meu preferido, mas entrou na lista porque além de se encaixar perfeitamente no tema é um filme pouco conhecido pelo grande público.

     Kevin – Precisamos Falar Sobre o Kevin (2011)

 

Um grande drama. Tilda Swinton emociona fazendo a mãe de Kevin, um garoto muito problemático. O menino e, posteriormente um rapaz, é simplesmente assustador e é impossível não sentir pena de sua família e até de sua condição. Os atores que interpretaram Kevin em diferentes fases da vida ficaram perfeitos no papel. Muito real é um filme perturbador que faz o espectador refletir.

                                                   Gêmeos – Boa noite mamãe (2014)

 

É um filme com algumas interpretações – Uma delas é que um dos gêmeos sofre algum transtorno comportamental, o que explicaria suas ações durante o longa. A primeira parte do filme é muito parada e segue na contramão dos atuais do gênero, cheios de gritos, trilhas sonoras altas e sustos aleatórios. É uma opção para sair da mesmice.

Vale mencionar alguns filmes também como:  O Anjo Malvado (1993), The Children (2008), Caso 39 (2009) e Brincadeiras de Criança (2012). Se você conhece mais alguma criancinha verdadeiramente má do cinema deixe nos comentários além é claro de fazer a pergunta cretina que quiser.

 

 

 

 

Glaukemp

Escritora e roteirista de terror e suspense, que não tem medo do escuro, mas, às vezes, fecha os olhos quando vai ao banheiro de madrugada. Colunista nos sites Boca do inferno e Iluminerds. Editora da revista Amazing e apresentadora do #TREVOCAST.

Este post tem 4 comentários

  1. Iolandinha Pinheiro

    De todos os filmes que vc listou, só não assisti A Aldeia dos Amaldiçoados e O vídeo de Benny. Eu não acho que crianças não possam ser más, e muitas vezes, cruéis. Existe tanto o fator da psicopatia, que se manifesta muito cedo, quanto a questão da formação do caráter. Por não ter ainda um discernimento amadurecido das coisas, a criança não tem muito limite quanto ao que fala e ao que faz, é nesse momento que entra o fator criação. É necessário auxiliar e orientar, para que a criança entenda que não é possível desenvolver relações sem considerar as necessidades e suscetibilidades das outras pessoas. Viver é uma troca, que deve ser harmoniosa e enriquecedora para todos os lados envolvidos.

    1. GlauKemp

      Obrigada por passar aqui. Realmente é pouco frequente ver esse tema abordado em filmes, penso que seja o retrato da sociedade e nossa dificuldade em falar sobre a maldade sem estereotipar muito. Nem tudo é dividido em bem e mal e são poucos os casos em que uma dessas característica é quase unanimidade na infância.

  2. Antonio Stegues Batista

    Legal o artigo, abordando as crianças malvadas no cinema. Dos filmes citados, assisti o do Kevin e fiquei admirado pelas interpretações dos meninos, muito bom.

    1. GlauKemp

      Obrigada por comentar. Quando assisti “Precisamos Falar Sobre Kevin”, não tinha muitas expectativas. Adorei o filme e me surpreendi muito com as interpretações.

Deixe um comentário