Panteão Pop – Anakin Skywalker (Parte Final)

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Finalmente, temos aqui a última parte da trajetória daquele que trouxe o equilíbrio à Força (confira a primeira, segunda e terceira partes).

OBSESSÃO

Darth Vader, apesar de não demonstrar, ficou profundamente perturbado com a descoberta de que seu filho estava vivo. Além do óbvio interesse na preservação de sua linhagem, o Lorde Sith sentiu que, assim como ele, Luke possuía uma íntima relação com a Força, sendo o aprendiz ideal para que pudesse consumar seus planos e tomar o lugar do Imperador Palpatine, certo de que assim, finalmente, traria a tão ambicionada paz para a Galáxia.

Obi Wan entrega Luke aos únicos "parentes" vivos de sua avó. Durante anos ele acompanhou o desenvolvimento do jovem, acreditando piamente que nele residia a última chance de uma nova ascensão da Ordem Jedi. No entanto, optou por deixá-lo na ignorância, tanto do fato de ser filho de Darth Vader como também de ser irmão da Princesa Leia.
Obi Wan entrega Luke aos únicos “parentes” vivos de sua avó paterna. Durante anos ele acompanhou o desenvolvimento do jovem, acreditando piamente que nele residia a última chance de uma nova ascensão da Ordem Jedi. No entanto, optou por deixá-lo na ignorância, tanto do fato de ser filho de Darth Vader como também de ser irmão da Princesa Leia.

Depois de diversas tentativas frustradas de capturar o filho – disfarçadas como missões para localizar bases rebeldes – em Monastério, Aridus e em Cincarpous V, Vader despachou sondas dróide pelos Sistemas para procurá-lo. Uma delas obteve êxito na Base Echo, no gelado planeta Hoth. Imediatamente, o segundo em comando no Império ordenou que a Armada se dirigisse para lá.

Era seu plano utilizar o Esquadrão da Morte para realizar um rápido e impiedoso ataque surpresa, cortando todas as possibilidades de fuga, e negociar a rendição dos sobreviventes, capturando seu filho e esmagando a rebelião. Darth Vader foi frustrado por um erro tolo de navegação do Almirante Ozzel, que fez a Armada emergir do hiperespaço muito próximo do planeta, permitindo assim sua detecção pelos rebeldes, que imediatamente levantaram escudos e começaram a providenciar uma retirada de emergência.
Era seu plano utilizar o Esquadrão da Morte para realizar um rápido e impiedoso ataque surpresa, cortando todas as possibilidades de fuga, e negociar a rendição dos sobreviventes, capturando seu filho e esmagando a rebelião. Darth Vader foi frustrado por um erro tolo de navegação do Almirante Ozzel, que fez a Armada emergir do hiperespaço muito próximo do planeta, permitindo assim sua detecção pelos rebeldes, que imediatamente levantaram escudos e começaram a providenciar uma retirada de emergência. Furioso, Vader nem sequer precisou se dirigir ao subalterno para executá-lo, fazendo isso durante uma transmissão em que nomeou um novo almirante, o capitão Firmus Piett.

A necessidade de uma invasão por terra, comandada pelo General Veers, custou um tempo precioso e a maioria dos rebeldes conseguiu escapar. Ao chegar na base, Anakin ainda enxergou a nave Millenium Falcon – pilotada por Han Solo e Chewbacca, com a Princesa Leia em sua companhia – levantar voo.

Darth Vader, atravessando incólume a atmosfera extremamente hostil de Hoth.
Darth Vader, atravessando incólume a atmosfera extremamente hostil de Hoth.

Ele ordenou a perseguição da nave – que não conseguiu saltar para o hiperespaço – através de um traiçoeiro cinturão de asteroides, onde ela desapareceu. Enquanto mantinha as buscas, Vader recebeu uma nova missão do Imperador: capturar Luke Skywalker. Aparentemente, Darth Sidious não estava a par do objetivo de seu aprendiz, que resolveu atiçar a ambição de seu líder afirmando que poderiam levar Luke para o Lado Sombrio.

Palpatine, intimamente, via em Luke o potencial que um dia existiu em Anakin, mas que foi em boa parte perdido pelas suas agruras físicas e mentais. Fisicamente saudável, ele seria ainda mais poderoso e, portanto, o candidato ideal para substituir Vader como seu novo aprendiz.
Palpatine sabia do risco que representava a existência do herdeiro de Skywalker. Luke não só era um estorvo aliado a Aliança Rebelde como sua mera existência poderia despertar em Anakin sentimentos positivos há muito adormecidos. Por outro lado, o Imperador via em Luke o potencial que um dia existiu em seu pai, mas que foi em boa parte perdido pelas suas agruras físicas e mentais. Fisicamente saudável, ele seria ainda mais poderoso e, portanto, o candidato ideal para substituir Vader como seu novo aprendiz. Desta forma, era imprescindível que apenas um Skywalker restasse. E ficasse ao seu lado.

  A IGNORÂNCIA COMO ESTRATÉGIA?

Enquanto Vader vasculhava o espaço em busca da Millenium Falcon, Luke, comandado pelo espírito de Obi Wan, foi para Dagobah continuar seu treinamento, agora com  Yoda.  Mesmo depois do aprendiz  sofrer uma alucinação, onde enfrentava Vader e descobria seu próprio rosto por trás da máscara do Sith, nada foi dito a respeito do parentesco entre ambos.

Luke treina com Mestre Yoda em Dagobah. A decisão dele e de Obi Wan de deixar aqueles que consideravam a última esperança do universo na ignorância sobre seu parentesco com o aprendiz de Palpatine revelou-se um erro terrível.
Luke treina com Mestre Yoda em Dagobah. A decisão deste e de Obi Wan de deixar aquele que consideravam a última esperança do universo na ignorância sobre seu parentesco com o aprendiz de Palpatine revelou-se um erro terrível, que poderia ter posto tudo a perder.

Caçadores de recompensa despachados por Vader encontraram a Millenium Falcon na Cidade das Nuvens (uma colônia mineradora administrada por Lando Calrissian, antigo amigo de Han Solo).

"Desculpas aceitas, Capitão Needa." Apesar de parecer assassinar subalternos com extrema gratuidade, na verdade havia um método nas execuções de Darth Vader que um pouco de atenção termina por revelar. Needa, aqui executado depois de ser ludibriado por Han Solo nos asteroides, era amigo do Almirante Kendal Ozzell, executado depois de sua falha no ataque a Base Echo. Needa agia como se fodde o segundo em comando e estava pronto pra sabotar o comando de  Aos poucos ele eliminou praticamente todo o staff diretamente ligado ao antigo Almirante, que considerava um exemplo de politicagem dentro da frota, ou seja, pessoas que havial galagado posições de comando mais por contatos do que por mérito.
“Desculpas aceitas, Capitão Needa.” Apesar de parecer assassinar subalternos com extrema gratuidade, havia um método nas execuções de Darth Vader. Needa, aqui executado depois de ser ludibriado por Han Solo nos asteroides, era amigo do Almirante Kendal Ozzell, executado depois de sua falha no ataque a Base Echo, e agia como se fosse o segundo em comando, estando pronto para sabotar o comando do Capitão Piett. Vader, aos poucos, eliminou praticamente todo o staff diretamente ligado ao antigo Almirante, que considerava um exemplo de politicagem dentro da frota, ou seja, pessoas que haviam galgado posições de comando mais por “contatos” do que por mérito. Estes haviam surgido no momento de ascensão do Grande Moff Wilhuf Tarkin (fundador da Doutrina Tarkin, que defendia a construção de enormes armas de destruição em massa, como a Estrela da Morte, e cuja crueldade superava a dos próprios Sith), que aconteceu ao longo de anos, se aproveitando principalmente de momentos de isolamento de Vader, ocasionado por ferimentos ou por suas longas missões de rastreio contra sobreviventes da Ordem. Soldados como o citado Capitão Piett e o General Veers, por outro lado, gozavam de prestígio junto ao Sith.

Pressentindo o perigo que seus amigos enfrentavam, Luke rumou para lá a tempo de enfrentar Darth Vader. Durante o combate – em que se mostrou infinitamente inferior ao oponente, tendo, inclusive, uma mão decepada – Luke foi arrasado pela revelação feita pelo inimigo de que ele era não o assassino de Anakin, mas o próprio pai do jovem.

É difícil justificar o comportamento de Yoda e Kenobi. Eles pregaram a todo instante a necessidade de que Luke se mantivesse distante do Lorde Sith até estar pronto para matá-lo. Deixar o garoto ignorante da verdade deu ao seu oponente a vantagem de uma revelação surpreendente que o abalou profundamente. Luke poderia, se assim fosse o desejo de Vader, ter sido morto naquele momento.
É difícil justificar o comportamento de Yoda e Kenobi. Eles pregaram a todo instante a necessidade de que Luke se mantivesse distante do Lorde Sith até estar pronto para matá-lo. Deixar o garoto ignorante da verdade deu ao seu oponente a vantagem de uma revelação surpreendente que o abalou profundamente. Luke poderia, se assim fosse o desejo de Vader, ter sido morto naquele momento. Mas seu pai tinha outros planos pra ele.

Luke escapou aparentemente saltando para a morte, mas se segurando em uma ventoinha na parte de baixo da Cidade, de onde usou suas habilidades para sobreviver ao frio extremo e aos ventos cortantes e chamar Leia, que se encontrava na companhia de Lando.

Uma análise simples e desapaixonada mostra como Luke foi imprudente e sua missão um equívoco total. Afinal, Han terminou sendo capturado por Bobba  Fett e sua irmã só foi libertada porque Lando virou a mesa ao perceber que Vader não tinha a menor intenção de cumprir os termos do acordo que o haviam levado a trair os amigos. Além disso, o jovem Skywalker ficou seriamente ferido e poderia ter morrido se Vader assim o desejasse. Em uma comparação com seu pai, quando na mesma idade, percebemos como, apesar de demonstrar a mesma impetuosidade, Luke era extremamente menos habilidoso do que ele.
Uma análise simples e desapaixonada mostra como Luke foi imprudente e sua missão um equívoco: Han terminou sendo capturado por Bobba Fett e sua irmã só foi libertada porque Lando virou a mesa ao perceber que os servos do Império não tinham a menor intenção de cumprir os termos do acordo que o haviam levado a trair os amigos. Além disso, o jovem Skywalker ficou seriamente ferido e poderia ter morrido se Vader assim o desejasse. Em uma comparação com este, quando na mesma idade, percebemos que, apesar de demonstrar a mesma impetuosidade, Luke era extremamente menos habilidoso do que ele.

 A SEDUÇÃO DO LADO SOMBRIO

Luke, agora com uma mão robótica, retornou a Dagobah para terminar seu treinamento com um Yoda cada vez mais debilitado. Sem saber, tornou-se alvo do Príncipe Xizor, chefe do Sol Negro (maior sindicato criminoso da galáxia), que pretendia frustrar os planos de Vader assassinando o futuro jedi. Anakin viu-se assim enredado em um longo e dissimulado jogo.

Xizor era um príncipe de Fallen, planeta que foi palco de experiências com armas bacteriológicas comandados por Darth Vader. Um acidente colocou o prjeto em risco e o sith ordenou a destruição da cidade principal do planeta, assassinando a família de Xizor, que se encontrava naquele momento garantindo sua supremacia na organização criminosa Sol Negro. Frio e calculista, escondeu de todos a sua tragédia e passou anos criando dois impe´rios paralelos - um legítimo, outro não. Chegou a ser considerado o terceiro homem mais influente da Galáxia, perdendo apenas para os dois Lordes Sith.
Xizor era um príncipe de Fallen, planeta que foi palco de experiências com armas bacteriológicas comandadas por Darth Vader. Um acidente colocou o projeto em risco e o sith ordenou a destruição da cidade principal do planeta, assassinando a família de Xizor, que se encontrava naquele momento garantindo sua supremacia na organização criminosa Sol Negro. Frio e calculista, escondeu de todos a sua tragédia – chegando a deletar dos arquivos imperiais qualquer envolvimento de Vader na destruição em Falleen – e passou anos criando dois impérios paralelos – um legítimo, outro não. Chegou a ser considerado o terceiro homem mais influente da Galáxia, perdendo apenas para os dois Lordes Sith. Sua tentativa de desestabilizar a relação entre o Imperador e seu aprendiz, matando Luke Skywalker antes que este fosse seduzido pelo Lado Sombrio, se perdeu diante da irresistível atração que desenvolveu por Leia. Vader atacou e – depois do resgate da princesa por companheiros da Aliança Rebelde – destruiu a estação especial de Xizor, livrando-se dele de uma vez por todas.

Os dois Lordes Sith foram acompanhar os estágios finais da construção da segunda Estrela da Morte. Curiosamente, apenas o pai de Luke sentiu a presença do filho em uma nave que se dirigia a lua de Endor.

Naquele momento, convencido de ter sentido uma preocupação e um amor por parte de Vader, Luke resolveu que não mataria Anakin. Pelo contrário, aceitou que seu progenitor era, sim, o Escolhido e que ainda iria cumprir sua missão. O discurso de ódio jedi foi completamente repelido.

O jovem Skywalker, indo contra os apelos de seus amigos – inclusive dos espíritos de Yoda e Obi Wan -, dirigiu-se ao encontro de seu pai, que, mais uma vez, tentou persuadi-lo para que aceitasse o Lado Sombrio. Diante da negativa persistente, Anakin levou o filho para o Imperador. Este atiçou o ódio do garoto até que Luke investisse contra o monarca, encontrando no caminho o sabre de luz de Darth Vader.

Como a verdade está nos detalhes... Notem que, apesar de se declarar um jedi, Luke usa roupas negras como seu pai. E atendeu aos apelos deste para que fosse ao seu encontro certo de que, dentro da armadura e do corpo deformado, ainda estava o coração corajoso e cheio de bondade de Anakin Skywalker. Tivesse o jovem Skywalker se deixado levar pela visão limitada e cheia de ódio de seus mestres - Obi Wan e Yoda - e, muito provavelmente, ele teria matado (e substituído) o seu pai, impedindo assim que a profecia se realizasse, já que Luke nunca foi o Escolhido.
Como a verdade está nos detalhes… Notem que, apesar de se declarar um jedi, Luke usa roupas negras como seu pai. E atendeu aos apelos deste para que fosse ao seu encontro certo de que, dentro da armadura e do corpo deformado, ainda estava o coração corajoso e bondoso de Anakin. Tivesse o jovem Skywalker se deixado levar pela visão limitada e cheia de ódio de seus mestres – Obi Wan e Yoda – ele, muito provavelmente, teria matado (e substituído, não tenho a menor dúvida quanto a isso) o seu pai, impedindo assim que a profecia se realizasse, já que o filho nunca foi o Escolhido.

Luke duelou tentando falar com seu pai, pedindo a ele que reencontrasse a bondade que tinha ainda dentro de si, uma bondade tão parte de si que nem todas as atrocidades que foi levado a cometer foram suficientes pra destruí-la. Em certo momento, Luke percebeu o deleite com que Palpatine acompanhava o duelo e recuou, dizendo que se recusava a lutar contra seu progenitor. Vader, por seu lado, argumenta que apenas passando, se entregando ao Lado Sombrio seu filho poderá salvar seus amigos. É o instante em que conseguiu penetrar os pensamentos do jovem jedi e descobriu que Leia, de Alderran, na verdade era também sua filha e, da mesma forma que Luke, tinha uma sintonia com a Força, ainda não trabalhada nem plenamente manifestada. Anakin jogou sua cartada decisiva: declarou que o filho era descartável, já que poderia, muito mais facilmente, seduzir sua irmã gêmea para o Lado Sombrio. Duas surpresas aconteceram, em rápida sucessão.

A primeira foi que Luke, ao ouvir os planos destinados à sua irmã, se entregou ao ódio e atacou o Sith com toda a sua energia. Surpreendido, Darth Vader caiu e, ao tentar erguer o sabre de luz para se defender, teve decepado por seu filho a prótese robótica que substituíra a mão arrancada pelo Conde Dookan e que, curiosamente, garantiu sua sobrevivência até a chegada de socorro após o grande duelo com Obi Wan, anos atrás.

A segunda foi que, com seu pai à sua mercê, ouvindo Darth Sidious ordenar que ele “cumpra seu destino e ocupe o lugar de seu pai ao meu lado”, Luke olhou a mão robótica jogada no chão e depois a sua própria e percebeu, horrorizado, que já começara a trilhar o caminho em direção ao Lado Sombrio.

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Palpatine, apesar de seguro da faceta extremamente sedutora do Lado Sombrio, sabia que almas como as dos Skywalkers precisavam ser forçadas a grandes traumas para se entregarem ao pensamento Sith. Era desejo dele perturbar a mente de Luke de tal forma – fazendo-o assassinar o próprio pai – que este se entregaria sem resistências e se tornaria seu aprendiz. Ele já havia aplicado este método com sucesso, forçando uma situação em que Anakin, de certa forma, foi cúmplice no assassinato de Mace Windu e, quase imediatamente após a sua “conversão”, foi ordenado a cometer uma série de assassinatos. Darth Sidious mostrou assim sua crença de que um espírito bom deve  ser conspurcado de forma constante para que nunca se rebele e permaneça preso ao mal.

Luke recolheu a lâmina e jogou seu sabre de luz no chão. Desarmado, desafiou o Imperador, dizendo que este havia falhado, que ele era um jedi, assim como o seu pai antes dele. Palpatine o atacou, usando os relâmpagos da Força. Sem reagir, se contorcendo em extrema agonia, o jovem pede ao pai, ao seu pai, que o salve.

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Apesar da máscara que cobria todo o seu rosto, ficou patente a confusão de sentimentos que invadiu o Lorde Sith. Vader olhou o seu descendente, um dos últimos membros da família Skywalker, que ele considerava à beira da extinção, sendo lenta e dolorosamente assassinado pelo seu Mestre, o homem que lhe abriu as portas para um poder inimaginável ao ajudá-lo a desvendar segredos da Força que Obi Wan, Mace Windu e Yoda pareciam apenas temer. De um lado, sofrendo, o filho que se recusara a matá-lo. Do outro, atacando, o homem que salvara sua vida em Mustafar. Arquejando, aquele que representava o ressurgimento da Ordem jedi, que um dia o jovem Anakin traiu e destruiu por considerá-la falida, obsoleta. Se deleitando, aquele que convenceu o antigo cavaleiro da necessidade de um governo forte, impiedoso, para que a paz não fosse simplesmente conquistada, mas imposta.

Por este poder, por esta relação e por este governo forte, Anakin abriu mão de tudo, inclusive da sua própria humanidade. Salvar seu filho ali, naquele momento, não implicaria que tudo fora em vão?

Para mim, o que o decidiu foi simples:

Luke era neto de Shmi Skywalker, a mulher que abriu mão de seu único filho em benefício do resto da galáxia, e, principalmente, filho de Padmé Amidala, a mulher que o Anakin, contra tudo, contra todos e contra si mesmo, nunca deixou de amar.
Luke era neto de Shmi Skywalker, a mulher que abriu mão de seu único filho em benefício do resto da galáxia, e, principalmente, filho de Padmé Amidala, a mulher que o Anakin, contra tudo, contra todos e contra si mesmo, nunca deixou de amar.

Anakin Skywalker agarrou o Imperador e, envolto pelas emanações elétricas que emergiam das mãos de Darth Sidious e atravessavam todo o seu corpo robótico, atirou-o no reator da segunda Estrela da Morte.

Agonizando nos braços de seu filho, Anakin pediu que ele retirasse sua máscara, para que pudesse vê-lo com seus próprios olhos uma vez na vida. Diante dos protestos de Luke, que alegou que sem a máscara ele morreria, Vader apenas argumentou que isso já era certo, de uma forma ou de outra.

Quando surgiu o rosto de Anakin, tudo o que Luke viu foi um homem envelhecido, cansado, com infinita amargura no olhar. Ali se pode mesmo analisar seus motivos, seus reais motivos. Riqueza? Poder? Influência? O rosto triste e machucado denuncia, de uma vez por todas, que o Escolhido realmente só queria poder viver em paz, com sua mulher e seus filhos, mas que aceitou o fardo de uma responsabilidade e acreditou que a levou até as últimas conseqüências.
Quando surgiu o rosto de Anakin, tudo o que Luke viu foi um homem envelhecido, cansado, com infinita amargura no olhar. Ali se pode analisar seus motivos, seus reais motivos. Riqueza? Poder? Influência? O rosto triste e machucado denuncia, de uma vez por todas, que o Escolhido realmente só queria viver em paz mas aceitou o fardo da responsabilidade  que lhe foi imposta pelo destino e trilhou um caminho sujo, dividido, sem recompensas e solitário até (quase) o fim.

O último pedido do antigo Darth Vader foi para que Luke dissesse a Leia, sua filha, que seu irmão estava certo. Anakin Skywalker morreu sem ter visto a filha depois da descoberta do parentesco entre ambos.

LEGADO

Como apontei nos posts anteriores, os Cavaleiros haviam se perdido em dogmas superados, se enfraquecido por sua própria incapacidade de voltar seus olhos para as mudanças no universo que os cercavam. Se enredaram em pregações que eles mesmos não conseguiam seguir e perderam completamente a sintonia com a realidade. Desta forma, o Escolhido só poderia cumprir a sua missão de “trazer equilíbrio à Força” se, além de destruir os Sith (interpretação limitada adotada pelo Conselho Jedi), também derrubasse a própria Ordem Jedi.

Leia e Luke. Os filhos de Anakin tomaram para si a missão de fundar e organizar e nova Ordem Jedi e proteger a frágil Democracia recém-instaurada. Leia casou-se com Han Solo e teve um grande choque ao ver seu filho Jacen cair para o Lado Sombrio, tornando-se o Lorde Sith Darth Caedus (mostrando uma possibilidade que poderia ter acontecido, se Luke tivesse cedido a tentação: foi a irmã gêmea de Jacen, Jaina, que o matou em um duelo com sabres de luz). Luke casou-se com Mara Jade (que havia sido enviada para assassiná-lo, mas se apaixonou pelo Grande Mestre Jedi) e, após a guerra contra o próprio sobrinho, resolveu empreender mais profundas pesquisas sobre a Força e sua natureza.
Leia e Luke. Os filhos de Anakin tomaram para si a missão de fundar e organizar uma nova Ordem Jedi e proteger a frágil Democracia recém-instaurada. Leia casou-se com Han Solo e teve um grande choque ao ver seu filho Jacen cair para o Lado Sombrio, tornando-se o Lorde Sith Darth Caedus (mostrando uma possibilidade que poderia ter acontecido, se Luke tivesse cedido a tentação: foi a irmã gêmea de Jacen, Jaina, que o matou em um duelo com sabres de luz). Luke casou-se com Mara Jade (que havia sido enviada para assassiná-lo, mas se apaixonou pelo Grande Mestre Jedi) e, após a guerra contra o próprio sobrinho, resolveu empreender uma longa jornada para estudar a Força e sua natureza.

Os métodos adotados por Anakin podem e devem ser questionados, mas não esqueçamos que a queda do Império reinaugurou uma nova era de instabilidade política, com diversas crises e guerras, algumas mais sangrentas que as próprias Guerras Clônicas. Não é sintomático que, em incontáveis mundos, era a figura de Darth Vader, o implacável Lorde Sith, e não a de Anakin Skywalker que era reverenciada e lembrada com saudades? Embora longe de estar certo, ele não estava completamente errado.

E Anakin morreu como Jedi e uniu-se com a Força. Por ironia, conseguiu aquilo cujo desejo o levou a cair na tentação sith: venceu a morte.

Que a Força esteja sempre com vocês!

Pelo apoio, dicas e incentivo, dedico esta série de posts aos amigos Agnaldo Santiago, Espetacular Linik (do Darth Chief), ManjinM (da Mansão dos Contos),  Sandra Mel (do HQ Fan) e Venerável Victor Vaughan (se veste de jedi e depois se alista nos Stromtroopers? Esse cara é espião!). E, especialmente, ao amigo Edu Aurrai (do Sexta Meia-Noite), um sith consumado!

Que a Força esteja sempre com vocês.

 

JJota

Já foi o espírito vivo dos anos 80 e, como tal, quase pereceu nos anos 90. Salvo - graças, principalmente, ao Selo Vertigo -, descobriu nos últimos anos que a única forma de se manter fã de quadrinhos é desenvolvendo uma cronologia própria, sem heróis superiores ou corporações idiotas.

Este post tem 29 comentários

  1. Agnaldo Santiago

    Jota Jota, foi um imenso prazer ter ajudado, mesmo que só um pouquinho, e uma imensa surpresa ser homenageado ao final 🙂 Não há como negar a importância da figura de Darth Vader para a História da Galáxia Muito, Muito Distante, e para a nossa própria cultura nerd (e no caso de Vader, pop), e sua análise ficou simplesmente perfeita. O destino e o legado de Anakin/Vader sempre será discutido e ainda estamos pra ver todas as suas consequências, afinal Star Wars não para, mesmo você já tendo declarado que pra você, SW é Vader e ponto. É uma pena que essa mentalidade não tenha sido levada tão a sério pelo maior de todos os Sith, George Lucas, e muito mais coisas sobre Vader foram criadas. Mas aquilo que temos é fantástico e vamos esperar que continue sempre assim.
    May the Force be with us all.

    1. JJota

      Valeu, Agnaldo. E temo por tudo o que está por vir. Apesar dos pesares, acho que o Mickey Mouse mostrará, no fim das contas, o verdadeiro lado maligno da Força.

      1. Agnaldo Santiago

        Estamos num momento de conjecturas e teorias. O melhor é esperar pra ver mas não termos certeza de nada. Melhor nem achar que vai ser ruim, pois pode ser mais ruim ainda.
        Devemos desaprender o que aprendemos…

        1. Agnaldo Santiago

          E o “mais ruim” foi eu desaprendendo o que aprendi…

          1. JJota

            Tento manter a fé, mas… É a Disney, né?

          2. Agnaldo Santiago

            Pois é… meus medos estão todos aí. Vai virar algo mais blockbuster do que já se tornou.
            Ou seja, os sonhos de Lucas parecem ir muito bem, obrigado.

          3. JJota

            Com todos os defeitos, ainda fica minha gratidão ao George por ter criado Star Wars.

          4. Agnaldo Santiago

            Por isso, sempre serei fã dele. Eternamente.

  2. Brilhante post, Jota Jota. Sou igualmente fanático pela série Guerra nas Estrelas, mas uma cena em particular (a qual só fui prestar atenção depois de rever a série completa) me deixou muito triste com algumas decisões posteriores tomadas pelo George Lucas: Aquela cena final, no episódio VI, que mostra o jovem Anakin beatificado, ao lado de figuras como Obi-Wan e Yoda.

    Essa cena, pra mim, é completamente contraditória a toda a saga. Anakin, durante toda a sua trajetória, demonstra ser um personagem trágico: ele luta contra seu destino, mas quanto maior a luta, mais delineado esse destino se mostra. Isso fica bem exemplificado no final do episódio III, quando o desejo furioso final de salvar Padmé na verdade a leva à morte (mostrando o conhecimento que Lucas tem desse componente essencial da tragédia, mais especificamente, a de Sófocles, via Édipo).

    Acontece que, quando Anakin aparece santificado no final, perdoado por conta de um simples gesto final de piedade paternal, em detrimento de toda uma vida de cultura do sofrimento – que ele infligiu a milhares de sistemas e milhões de seres – isso contradiz todo o paradigma grego, no qual o personagem se apoia através dos 5 episódios, pois esse tipo de perdão, nada mais é do que a absolvição cristã, que premia o mero arrependimento em leito de morte. Pra mim, por mais que eu seja fanzaço da série, isso foi um furo mortal, que me deixou bem cabreiro.

    Bom, mas é isso aí. Excelente post. Meus parabéns.

    1. JJota

      Eu considero o Episódio VI o pior de todos (sim, acho mais horrendo que A Ameaça Fantasma). E muito por causa disso aí. Na minha imaginação, foda mesmo seria o Anakin se unir à Força, mas de uma forma completamente isolada, se tornando o guia de seus filhos em detrimento de Obi Wan.

      A única saída que encontrei pra aceitar aquele final que aquilo era como se a Força dissesse: “Ok, rapazes. Tudo saiu como o planejado.” Afinal, eu acho que não existe um “lado bom” nem um “lado ruim” da Força, apesar do que falam os sith e jedi. É a mesma Força, usada com ou sem receio, amarras, cuidados. Logo, de certa forma, ela se coloca acima da moralidade e de conceitos de certo ou errado.

      Valeu.

    2. Renver

      Nunca achei ruim o espírito do Anakin acompanhar os seus mestres no final do episódio VI….

      Mas trocarem o ator isso foi uma desgraça só!!!!!

      1. JJota

        Como disse, acho escroto apenas vê-lo ao lado de Obi Wan e Yoda. Seria muito, mas muito mais justo se ele aparecesse ao lado de Padmé.

        1. vera

          eu comecei a acompanhar a serie por causa dos episodios I,II e III, então qdo fui ver os primeiros episodios(o IV,V e VI) eu via o Darth e imaginava o Anakin SEMPRE, por isso achei natural ele aparecer no final,ainda como Anakin jovem,pq aquela era aparencia dele antes de ir para o lado sombrio, só uma resalva,gostaria de ter visto Padme com eles, mas isso seria apenas um toque romantico,rsss

          1. JJota

            Por isso acho que é bobagem querer ver o velhusco lá, principalmente porque ele aparece com a maior cara de tiozinho. Anakin, depois da nova trilogia, ganhou um rosto. E Padmé aparecendo seria perfeito porque mostraria uma recompensa no fim das contas.

      2. Linik

        Achei ótimo a troca de atores e também não achei maus ele do lado dos MESTRES.

    1. Linik

      Resumindo…só viu imagens…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, brincs.

        1. JJota

          Desculpa, pai. Não reconheci o senhor porque nunca te imaginei de saia.

          1. toddy

            huhauhauauhua! cara que gratuito, mas bem bolado, bem bolado meu filho

          2. Linik

            kkkkkkkkkkkkkkk

  3. Renver

    Que post maravilhoso…marejou os meus olhos!!!!

    E realmente a cena que o imperador fica dando choque no Luke e fica mostrando Darth Vader… é muito agonizante.

    Minha única raiva com o episódio VI são os E-works….

  4. Linik

    Valeu pela dedicação, JJOTA, encerrou com chave de ouro a série. Cara, você analisou os mínimos detalhes e acabei percebendo coisas que nunca tinha notado. Nunca havia notado a relação entre a Doutrina Tarkin e o assassinato de comandantes do episódio V, isso mostra que Darth Vader é uma figura racional e não uma força desenfreada do mal. Interessante notar também, que em todos os seus atos cruéis, Darth Vader realmente achava que estava trazendo paz para a galaxia.

  5. rita

    e agora que os estúdios Disney darão sequencia a franquia guerra nas estrelas e já se comenta que vader voltará das cinzas? é esperar pra ver! adorei a analise feita. eu também sempre acreditei que vader era muito mais uma pessoa com magoa, ressentimentos, do que uma pessoa maldosa.

    1. JJota

      Não tenho, infelizmente, a menor dúvida que Abrams forçará a mão pra trazer Vader de volta. É uma pena.

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