O que você vê, quando lê HQ.

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Efeito do álcool, do sábado à noite, do clima mudando de novo pela enésima vez no mês e refletindo em juntas e ligamentos. Poderia ser tudo isso, ou quem sabe um olhar enviesado, dirigido a algo visto e revisto, repetido tantas vezes. Algo pelo qual passamos batido. Mais um detalhe, de tantos outros.

Lembro-me de digitar hq assim mesmo, em letras minúsculas. A importância do termo independe de sua escrita em letras maiúsculas. Provavelmente era assim que o meu subconsciente me confortava até hoje. Ou talvez eu ignorasse as convenções, a forma como o termo deveria ser escrito.

Confesso que estou contando com o revisor deste texto para me ensinar como realmente se escreve esse termo: HQ. É que, como qualquer idiota pode ver claramente (já dizia o Groo), passei a tratar a palavra/expressão (?) com letra maiúscula, embora  continue sem fazer a menor pelota se é o mais correto.

Quase digressiono, incansável leitor! Todavia, o importante é percepção de que a sigla ‘HQ’ é quase um emojicon, isto é, a evolução dos emoticons, como o beijoqueiro adiante: ( ˘ ³˘)♥

Aliás, mais que um emojicon: Uma verdadeira logomarca, síntese iluminada da nona arte. E que arte! Que arte podemos observar no simples desenho das letras em caixa-alta, na combinação de dois símbolos comuns do alfabeto!

Teóricos, estudiosos, leitores e fiéis da seita se engalfinham pela suprema denominação da narrativa gráfica à qual nos devotamos. Há os que defendam ‘arte sequencial’, os que tratam como ‘novela gráfica’ ou ‘graphic novel’, e a maioria que chama de História em Quadrinhos, apelidando-a ternamente de HQ.

HQ. Olhe para ele. No H, vejo representada a tirinha ou a página, dividida em dois quadros verticais, o mínimo essencial para a existência de uma sequência de ações, a narrativa.

No Q, é claro, o balão. Redondo e espichando sua cauda, como qualquer balão de fala que se preze.

Talvez isso não passe de uma grande bobagem, mas adoro o fato de que os quadrinhos, mesmo em sua menor representação gráfica (a sigla, claro) conseguem me surpreender. Isso, definitivamente, não está no gibi 😉

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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