O que vimos (e ouvimos) de Peter Milligan na Anime Friends 2016 – Parte 2 de 2: Marvel

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Continuando a cobertura iluminada do papo/entrevista de Peter Milligan na Brazil Comic Con, parte inseparável do Anime Friends 2016, focamos agora no que ele disse sobre seus trabalhos na Casa das Ideias.

Tudo começou com uma história do Homem-Aranha com o Rhino. Para o escritor, era um sonho de adolescência produzir uma HQ do amigão da vizinhança. E tinha o desejo de explorar o fato de Rhino ser um idiota, essa tragédia de ser prisioneiro daquela couraça. Queria falar sobre o personagem, do fato de haver uma pessoa por trás dele. Para isso, transformou o vilão numa pessoa sofisticada, interessada em poesia, aos poucos retornando ao estado anterior, de brutalidade, de pouca inteligência (tudo inspirado numa história que ele lera – não entendemos bem se o nome era Flowers To Vermont ou algo parecido…).

Ego, amor líquido e cores esplêndidas
Ego, amor líquido e cores esplêndidas

Não havia a menor possibilidade de passar incólume sua passagem pelo título X-Force, que resultou na criação da revista X-Táticos (X-Tatix) e de outras edições especiais envolvendo seus originalíssimos mutantes.  Perguntado pelo mediador Heitor Pitombo sobre o(s) título(s), Peter afirmou que pretendia comentar a obsessão das pessoas pelos superpoderes, e o fato de gente sem qualquer talento virar celebridade.

E que queria explorar isso nas tramas, uma espécie de Kardashians vestindo spandex – numa referência à famosa família americana de celebridades e ao tecido superelástico associado aos superheróis.

Sua reflexiva, colorida e ácida visão do universo mutante começou a ser questionada pelos fãs típicos do grupo X-Force (“X-fools”), e sua nova revista nasceu quando decidiu que X-Táticos definiria melhor sua proposta mais artística e pós-moderna dos mutantes da Marvel.

O verdadeiro tipo de revista que mereceria um revival
O verdadeiro tipo de revista que merece um revival

Da plateia, perguntaram sobre a ideia de fazer de Namor o coadjuvante de sua própria HQ ‘Nas Profundezas’. Milligan contou que não lia muitos quadrinhos quando criança, mas sempre viu o Príncipe Submarino como um homem misterioso, meio apavorante, sendo que os autores que trabalharam com o personagem acrescentaram-lhe características mais jocosas, o que nunca combinou com sua visão sobre ele. E assim decidiu que Namor apareceria pouco na própria história, enfatizando essa aura de mistério.

Por fim, o escritor respondeu como faz para dar toda a profundidade e multilateralidade às suas HQs e personagens. Para Peter Milligan, ao criar uma HQ, o mais importante é saber do que ela trata, o que se pretende com ela. E, embora 22 páginas sejam um espaço curto, é o suficiente para se contar uma história. Exceto quando não se sabe o que acontece nela…

E foi isso. Que essa passagem relâmpago desse astro pelo Brasil encoraje a Panini a continuar lançando e relançando seus materiais por aqui – fica a dica para O Extremista e, principalmente, X-Force/X-Táticos!

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Este post tem 2 comentários

  1. Joao Gabriel de Oliveira

    Tá aí duas obras que preciso conhecer: X-Tatix e O Extremista,

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