O Lado bom de ver TV e jogar

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Recentemente eu li um livro que expandiu minha mente em algumas direções. O que vos trago hoje é uma síntese de ideias que tive quando li a obra. Seu título é Tudo o que é Ruim é Bom para Você, de Steve Johnson, e explica como o Cinema, a TV, a Internet e os jogos mexem com nossas cabeças.

Separei 5 tópicos e vou dissertar sobre eles, afinal nós realmente trabalhamos algo em nossas cabeças quando assistimos uma série ou jogamos algo, e hoje em dia venci esse preconceito de achar que jogos, filmes e séries se sustentam na pura procrastinação.

OBSERVAÇÃO: Este post não está falando para ninguém largar os livros e passar somente a ver TV e jogar. Apenas estou demonstrando que há algo bom em fazer essas atividades também. Não é ver TV que vai te fazer passar no vestibular, por exemplo, mas também se alguém te desprezar porque você vê muitas séries, faz teorias sobre filmes e episódios antes de saírem e escreve contos fanfics, essa pessoa também está redondamente enganada.

1 – O contrário de pensar NÃO É assistir TV

Muitas pessoas acreditam que quando se trata de exercitar o cérebro existe uma linha reta em que em uma extremidade está ESTUDAR e na outra VER TV (ou JOGAR). Ou seja, para alguns, essas últimas atividades são o oposto natural de exercitar o seu cérebro. E isso não é verdade.

Enquanto livros e cadernos estimulam determinadas inteligências do ser humano, os filmes e séries nos fornecem o estímulo audiovisual para melhor entender algumas coisas (afinal nossos cérebros também processam o que estamos vendo/ouvindo). Os jogos ainda nos dão toda uma sensação de tato em relação ao jogo. Há a exploração e interação, muito importantes para nosso cérebro também.

Nota: Não é a toa que pulamos tutoriais dos jogos e aprendemos a jogar “na raça”, é que explorar as texturas do jogo nos agrada mesmo.

2 – Gostar de algo torna o complexo, fácil

Quando estamos empenhados em alguma coisa, seja uma trama ou um jogo em específico, fazemos de tudo para nos focar nessas tarefas não é mesmo? Quando alguém nos vê detalhando uma determinada cena ou jogando para derrotar o chefe de uma fase, ela fica abismada, “Como você consegue decorar tudo isso?”. Pois é, o gosto pela tarefa fez com que aprendessemos sistemas complexos, sequências de botões, motivações das pessoas e muito mais. Na verdade, chega um determinado momento em que nós ansiamos por um grau de complexidade mais elevado naquilo que estamos vendo/fazendo, pois do contrário seria uma trama rasa demais ou aquele chefe muito fácil.

Não é óbvio esse bônus de +4 no teste por diferença de tamanho?

3 – As tramas que nos entreteem precisam satisfazer nossa inteligência

Nós sabemos bem que para um filme ser um sucesso: gráficos de última geração ou atores de renome não são o suficiente. É preciso uma trama envolvente, um roteiro esperto e ter tudo isso amarrado para nos instigar a querer mais. Então, hoje em dia não se trata mais de uma história de mocinho e vilão, e sim de sensações humanas, interações com pessoas, motivações pessoais, pontos de vista diferentes, etc.

4 – Jogar nos ensina a resolver problemas

Dentro dos jogos lidamos com uma versão emulada (e muito bem fantasiada) da realidade: Você tem uma série de problemas e precisa resolvê-los com as ferramentas que achar pelo caminho. Não, jogar God of War não vai te ensinar a matar deuses, e sim os jogos em geral te darão conjuntos de ferramentas para você seguir adiante. Os famosos Puzzles de jogos são exatamente isso. Aliado a esse fator, você precebe também que as coisas a sua volta influenciam em alguns resultados. Por exemplo, jogadores de DDTank sabem que para atirar não basta mirar bem, pois o vento altera a trajetória do tiro.

Eu vou aprender a…mexer em relógios?

5 – Especular e Fanfics também são exercícios de raciocínio

Quem nunca se deparou com uma famosa teoria de internet? Deduções feitas com base em conteúdos mostrados (ou não) em uma determinada saga ou série que nos leva a diferentes conclusões. Besteira? Não, uso do raciocínio. Afinal, as pessoas estão tentando pensar além do que lhes foi mostrado com os mesmos dados. Isso é inclusive um bom exercício de criatividade. O mesmo vale para fanfics, que pode muito bem ser o passo inicial para potenciais escritores, roteiristas, etc.

Gostaria de ressaltar que, em meio a toda essa apresentação sobre as mídias atuais, sou a favor de ficar COM os livros E os estudos E os filmes E as séries E os jogos. Vamos somar, trabalhar e instigar nossos cérebros com toda essa informação, além de fazer muito bem, é bem prazeroso.

Este post tem um comentário

  1. Esse livro é muito interessante. Só que quando eu o comprei o título na verdade era: “Surpreendente! a Televisão e o Videogame nos Tornam Mais Inteligentes”. Depois houve essa mudança na capa e no título.

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