O Horizonte aos olhos da Ficção Científica

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Ao ler o termo “ficção científica” no título deste texto podemos ser levados a pensar que proponho a falar de ciência propriamente dita, mas esse não é o caso. O que trago para vocês é o impacto da ficção científica e onde ela pode nos levar. Afinal assim como as próprias descobertas da ciência, é preciso olhar para a relação entre ciência e sociedade. Esta relação é de extrema importância, e a ficção científica tem tudo a ver com ela.

Quando falamos em ficção científica podemos exemplificá-la muito bem: Vamos de “A máquina do tempo” de H. G. Wells até Star Trek, passando por “Foundation” de Isaac Asimov, Star Wars, Minority Report, entre muitos outros títulos de livros, filmes, séries e quadrinhos. Para nos ajudar a catalogar tanta informação, podemos separá-la em subgêneros e alguns exemplos desta são:

  • Espada e Planeta – gênero que mistura aventuras planetárias (e consequentemente altamente tecnológicas) com elementos simples, como armas brancas (daí o termo espada). É nessa categoria onde vemos, por exemplo, John Carter.
  • Cyberpunk – A partir do lema “High tech, low life” a temática cyberpunk mostra alta tecnologia junta a uma péssima qualidade de vida, geralmente apresentando protagonistas que vivem à margem da sociedade. Nestes cenários o vão entre classes sociais costuma ser gigantesco, onde temos mundos controlados por megacorporações. Bons exemplos do gênero incluem Ghost in the Shell e Blade Runner.
  • Space Opera – Space Opera é um termo bem abrangente por conter épicos intergalácticos. Star Trek, Star Wars, Babylon 5 e Stargate são exemplos de Space Operas.

Tá, mas qual a importância de tudo isso?

Primeiramente, podemos encarar a ficção científica como forma de olhar a nós mesmos e nosso lugar, tanto em escala social como em escala global. Pensamos em como a tecnologia muda nossa vida e qual nosso papel em tudo isso. Isso traz questionamentos interessantes e podemos usar de exemplo o plano de fundo de Minority Report, onde a questão é: Prever um crime te dá o direito de prender alguém antes de cometê-lo?

Obras de ficção podem trazer ideias de forma subjetiva. Foi o que Bryan Singer fez em X-men II, onde a cena em que Bob Drake se assume mutante para a família pode ser interpretada da mesma forma que um adolescente assumindo sua sexualidade. Abaixo você confere o trecho (em inglês).

https://www.youtube.com/watch?v=nxLrH5ydSMM

Outro ponto é que a ficção científica nos traz constantemente ideias sobre sociedades novas, e isso nos faz pensar na nossa própria forma de relação atual, e, principalmente, para onde queremos ir com nossa sociedade atualmente. É aí que aparecem alguns futuros distópicos, como na obra 1984 de George Orwell.

Por fim ficção científica também é olhar para a própria ciência não é verdade? Muitas vezes aliados da pergunta “e se?” autores do gênero pegam conceitos da ciência atual e os aplicam e distorcem em suas obras. Isso traz mais atenção para a ciência como um todo e pode inclusive nos dar previsões: antidepressivos (Brave New World, 1931), chegada da humanidade a Lua (The Earth to the Moon, 1865) e o cartão de débito (Looking Backward, 1888) são alguns exemplos de acertos de escritores do passado.

Por fim quero deixar minha profunda admiração pela ficção científica. Tanto como estudante de ciências, como o rapaz apaixonado por astrofísica e como consumidor desse gênero, espero poder ver muitas outras obras de ficção científica, assim como espero ver a ciência alcançar esses patamares que hoje consideramos tão distantes.

Este post tem um comentário

  1. Pixel Carnificina

    Ótimo texto! E pra jogar mais um exemplo na roda, será que um dia a humanidade chega no nível do que é visto n’O Preço do Amanhã? hahaha

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