O FIM – Festival do Rio 2016

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Também poderia se chamar “como deixei de ver um estranho e interessante thriller japonês que passaria no mesmo horário para assistir a um exercício cinematográfico chato“.

[Embora o tal filme oriental (que, a propósito, atende telefone pelo nome Confidencial: Mente Assassina) trate de nanotecnologia, extração de fragmentos de memória de cadáveres e o mistério envolvendo o massacre de uma família, esse desabafo texto é sobre remorso O FIM.]

A sinopse de O FIM no guia de programação do festival crava que é “Um dos filmes mais provocativos e bizarros do ano“. Bem… não raras vezes os termos “bizarro” e “provocativo” se encaixaram em obras que lidavam com a quebra de paradigmas e preconceitos, e posicionavam-se na vanguarda em termos de forma e linguagem.

Não parece ser o caso de O FIM, que se resume a um rasteiro fio de trama em que um caçador solitário e seu cão perdem-se numa floresta. O título original, THE END, que remete à simbologia da expressão que anunciava o final de antigas películas, pode até ser lido como uma citação a uma espécie de ciclo (alerta de spoiler) em que o protagonista parece estar preso. Mas, quem liga?

O ator Gerard Depardieu e sua barriga indecente, aliados à peculiar direção de arte (auxiliada pelo belo visual do bosque), são alguns dos poucos atrativos do filme, na mesma medida arrastado e pretensioso.

Se a ideia do diretor Guillaume Nicloux era aludir ao cotidiano de um idoso solitário e à perplexidade oriunda do desaparecimento de todas as suas referências, temo que conseguiram, embora tenham aborrecido uma pá de gente no processo (como nos infinitos primeiros minutos do filme, quando o caçador chama o nome de seu cachorro incontáveis vezes, a ponto de nossos cérebros ameaçarem dar reboot – Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi Yoshi).

A derradeira sessão do filme será dia 17, às 21h30, no Reserva Cultural Niterói 4 ; )

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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