Literatos: Presságio – O Assassinato da Freira Nua.

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Fala galera iluminada, hoje trago para vocês a resenha de um interessantíssimo romance policial nacional escrito Leonardo Barros. Falarei sobre o livro  Presságio – O Assassinato da Freira Nua.

Antes de qualquer coisa, gostaria de deixar a sinopse do livro para que vocês se habituem a história:

Alice tem vinte e seis anos e, desde a adolescência, é atormentada por presságios. Desacreditada por psiquiatras, ela é considerada psicótica, até que uma de suas visões a possibilita desvendar um misterioso homicídio. A polícia atribui a autoria do crime ao Beato Judas, um assassino serial de freiras, mas a descrição do suspeito não se parece em nada com o homem que ela viu em sua premonição.
Agora Alice terá de correr contra o tempo para provar que não é louca e para evitar que o assassino faça uma nova vítima.
Suspense, misticismo e sensualidade se misturam neste fantástico thriller policial que parece ter a capacidade sobrenatural de manter seus leitores alucinados da primeira à última página!

Detentor de um título atraente e perturbador, apesar da trama bem elaborada e personagens interessantes, o ponto chave do livro ocorre através das contradições criadas a partir da descrença geral sobre os “dons” da protagonista, seja pelas autoridades públicas, ou por seus próprios parentes. Esta questão lembrou-me um pouco o início da série Medium, estrelada por Patrícia Arquette. Desse modo, além da narrativa moldada na coragem de uma detetive amadora, também temos a cômica e constrangedora relação da protagonista e seus poderes inusitados, visto que suas visões apenas se manifestam através de orgasmos, um ponto interessantíssimo. Fato, que possibilita acompanhar o crescimento da personagem que logo nos primeiros capítulos abandona seu casulo construído à base de traumas para se tornar uma destemida investigadora em função da justiça. Quanto aos orgasmos e suas cenas, também vale destaque a maneira erótica, porém mensurada de como o autor trata o sexo. Sim, nós temos boas cenas de sexo, contudo, em momento algum vão de confronto direto aos tabus impostos pela hipocrisia da nossa sociedade.

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Quanto a parte técnica, gostaria de atentar a três pontos:

  • A construção descritiva dos personagens. Embora algumas resenhas tenham apontado como ponto negativo para ausência de características físicas dos personagens, acredito que tal fato não é digno de tanto destaque, pois a narrativa sempre deu mais relevância à descrição das cenas, atos e o clima ambiente, deixando a cargo do leitor a imagem física de cada personagem.
  • A pesquisa em cima dos jargões médicos. Assim como várias descrições que são pertinentes à área, fato que, certamente, faz jus à profissão do escritor.
  • A métrica e a relevância dos capítulos. Visto que as reviravoltas parecem seguir um formato comum aos livros atuais, o que, para alguns leitores, pode ser de extrema relevância, uma vez que não existem capítulos extensos.

Embora a obra siga sua lógica com maestria em boa parte do enredo, em momento cruciais os poderes de Alice parecem fugir um pouco da proposta inicial – alterando o fato de suas visões serem condicionadas a objetos utilizados ou ao próprio corpo do sujeito que efetuará as ações, para simples visões sem contexto algum com quem as pratica, apenas provocadas por orgasmos –  deixando o leitor com algumas dúvidas, visto que não se percebe outro recurso. No entanto, esta questão em nada compromete a obra.

A despeito de, em determinados pontos, a história chamar mais atenção pela carga de erotismo empregada do que pelo próprio suspense, para o leitor mais atento é apresentado um enredo muito mais abrangente que vai desde inúmeras críticas às políticas de saúde mental até à justiça brasileira e a instituições como a Polícia Civil.

Por fim, gostaria de dizer que é uma obra curta porém envolvente, de leitura fluida mas extremamente interessante. Resumindo, é um livro que vale cada centavo gasto.

Para os interessados, segue o booktrailer:

 

Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

Este post tem 2 comentários

  1. leonardo

    Oi, Vitor!
    Fantástica a sua análise! Parabéns pelo texto da crítica. Muito bom, mesmo!
    Obrigado pela divulgação e um forte abraço! =)

    1. Don Vittor

      Muito obrigado, Leonardo.
      Nosso projeto é pequeno, porém muito sério. Deste modo, não há nada melhor do que os próprios autores prestigiando o nosso trabalho.

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