A Comicon do Chile foi divertida, agradável e… incrivelmente lotada. A impressão que tive foi a de que todos os aficionados por quadrinhos, séries de livros, brinquedos, seriados, coleções, filmes e arte em geral de Santiago estavam lá.

Os chilenos, muitissímo simpáticos, deram um show de educação e organização no Centro Cultural Estação Mapocho, espaço que ficou pequeno para tantas atrações e tanta gente em volta delas. Foi emocionante ver tantas crianças, de variadas idades, acompanhadas de seus pais, vestidas com a camisa de um herói ou mesmo como eles.

Aliás, a cultura de se vestir como um personagem ficcional e representá-lo é deveras difundida por lá. Surpreendeu-me a quantidade de cosplayers, a maioria apresentando trajes fiéis e impecáveis.

O banheiro dos homens estava repleto de máscaras, capas, armas brancas de todos os tamanhos (espadas reais podiam ser adquiridas num dos estandes), e os rapazes vestiam-se alegremente lá, contando até mesmo com uma maquiadora (pasme!), que ‘desfigurava’ o rosto de dois Duas-Caras.

A variedade de personagens e fantasias era enorme. Escolhi algumas fotos que sintetizam os diversos tipos de cosplayers em ação na Comicon. Acima, alguns dos bárbaros, selvagens e nórdicos que encontrei, ou, pelo menos, algo que se aproxima disso: um caprichado anão de O Hobbit, um ewok (que não descobri se era um cosplayer, uma estátua, uma pelúcia ou um alienígena disfarçado), um humano ou meio-elfo da Terra Média, e o que parece ser um jovem e envergonhado Loki.

Acostumada a figurar entre as editoras das Hqs de super-heróis mais vendidas, e dona de algumas das adaptações de quadrinhos para cinema mais rentáveis e elogiadas, a Marvel não foi a preferida pelos cosplayers, embora estátuas gigantes dos Vingadores tenham se tornado o maior foco de flashes da Comicon.

Contei 1 Gambit, 1 Deadpool de pijamas, 1 Capitão América e 1 Capitã América (?), 2 Justiceiros (de distinta compleição física), 1 Thor, 2 Lokis (de ambos os gêneros), o Homem-Aranha da série de tv dos anos 70. E não repare no fã de Assassin’s Creed, no Espantalho do cinema e no Hellkid. São apenas figurantes…

Numerosos mesmo eram os fãs da DC Comics, uma editora que publica heróis e vilões que talvez você conheça das revistinhas ou das telas: crianças vestiram-se de morcego, os Titãs e a Sociedade da Justiça confraternizaram com Bane (!), ícones de Watchmen vigiaram os presentes, e Robins de Terras diferentes interagiram.

A preferência pelo Coringa só foi superada pelo louco amor das moçoilas pela Arlequina (que você confere em detalhes na terceira parte da nossa cobertura). Quase todos os cosplayers do vilão cruzaram as vestimentas coloridas imortalizadas pelo príncipe palhaço do crime nos quadrinhos com a assustadora maquiagem no rosto e cicatrizes usadas por Heath Ledger em sua visceral interpretação cinematográfica.

Os games, hoje maior indústria de entretenimento do mundo, não foram esquecidos pelos visitantes, que desfilaram seu amor pelo encanador mais famoso de trás dos armários. As meninas, porém, foram um degrau acima em tal homenagem, tanto ao Mario, quanto aos videogames. Quem viver verá 😉