Fala, galera que só vê cinema nacional quando tem o Selton Mello ou o Wagner Moura! É com imenso prazer que trago a vocês a resenha do melhor filme nacional do ano – embora só tenha visto dois, rs.
Infinitamente superior ao lixo regurgitado chamado Alemão, Trash, do diretor Stephen Daldry – três vezes indicado ao Oscar, por Billy Elliot, As Horas e O Leitor – nos traz uma história muito bem construída com atores mirins sensacionais. Sinceramente, não nego que tenho apreço pelos filmes do Wagner Moura, contudo, posso afirmar que este será o filme nacional a ser batido.
Para aqueles que não conhecem o filme, eis a resenha chupinhada dos amigos do Adoro Cinema:
Rio de Janeiro, Brasil. Gardo (Eduardo Luís) e Raphael (Rickson Tevez) são garotos que vivem em um lixão e sempre buscam algo valioso entre os restos despejados no local todo dia. Um dia, Raphael encontra uma carteira com uma boa quantia em dinheiro e a divide com o amigo. Entretanto, logo surge o policial Frederico (Selton Mello), que está justamente procurando a tal carteira a mando de um candidato a prefeito, Santos (Stepan Nercessian). Os garotos não revelam que a encontraram e pedem ajuda a Rato (Gabriel Weinstein), também morador do lixão, para que possam descobrir o que ela tem de tão importante. É quando percebem que, através de uma chave, embarcarão em uma verdadeira caça ao tesouro.
Trash, como o próprio nome já diz, é um filme que exala de maneira aguda tudo o que os nossos olhos – mais que acostumados – se negam a ver. Trabalhando competentemente num paralelo entre a fé do homem e a descrença nas instituições, baseado no livro de Andy Mulligan, o filme foi rodado no Brasil graças a proximidade do diretor com Fernando Meirelles. Como podemos ver na sinopse acima, o filme contra a história de três garotos que; vivendo às custas dos restos de um aterro sanitário, vulgo lixão; dão a “sorte” de encontrar uma carteira que, além de R$ 300,00, os colocaria numa perigosa caçada humana.
O filme se concentra em temas como o preconceito, tanto étnico como sócio-econômico. Devido a sua pegada bem realista, alguns entusiastas do gênero poderiam até classificá-lo como um flerte ao Policial.
Não nego que a premissa original tenha me chamado muito mais atenção do que os próprios fatos que se desenrolaram no decorrer do filme. Contudo, além da ótima fotografia – contrastando com a sujeita local – e um grande elenco formado por estrelas do nosso cinema – Wagner Moura, Selton Mello e Nelson Xavier – e atores estrangeiros – Martin Sheen e Rooney Mara – , felizmente, fomos agraciados por um enredo recheado de críticas sociais que traçam desde a costumeira corrupção das autoridades públicas e cartolas até as dificuldades encontradas nas comunidades eclesiásticas, instaladas no seio de toda a abominação carioca.
Outro ponto que também vale destaque são os argumentos – perfeitamente críveis – e a atuação prodigiosa e acrobática dos mirins protagonistas (Rickson Tevez, Eduardo Luis e Gabriel Weinstein). Também vale ressaltar o maravilhoso contraste do papel de Selton Mello – mais uma vez interpretando ele mesmo – com a atitude de seu personagem. Algo que deveria ser estudado pela especialista em criminologia Ilana Casoy. Afinal, trata-se de um psicopata.
Por fim, talvez, o único ponto negativo do filme seja a nossa própria falta de fé no próximo, assim como , em milagres.
Logo abaixo, segue o trailer:
