Iluminamos: Pipoca (ou milho bem estourado num cinema do Rio)

Você está visualizando atualmente Iluminamos: Pipoca (ou milho bem estourado num cinema do Rio)

pipoca1

Pipoca é como café: Goste-se ou não, não é possível escapar ileso do aroma que toma o ar de onde quer que esteja sendo feita(o).

Do microondas ao pipoqueiro, não me faço de rogado: Todo blend é válido. Às vezes nem é preciso que esteja quente. No cinema, entretanto, é uma instituição. Talvez por isso as melhores preparações pertençam aos pipoqueiros plantados em frente às salas ou às delicatessens anexas a elas.

Uma das melhores flores de milho incadescente que já provei encontra-se no Shopping Rio Sul, mais especificamente no cinema de lá.

O plano inicial era assistir a Terremoto – Falha de San Andreas – que venho torcendo para ser um 2012 com The Rock, destruindo uma batata frita de frango do Burger King (pois é, também venho querendo descobrir que raios é isso) no processo.

Com vinte minutos de sobra para comprar o ingresso e o lanche, me dirigi tranquilamente ao cinema. Fail total quando descobri que a sala de Terremoto estava com problemas e suas sessões, canceladas.

Mais uma vez lá estava eu naquele cinema em busca de uma sessão que não aconteceria. Na última vez, não era meu destino assistir De Volta ao Jogo, uma espécie de filme de Liam Neeson com o Keanu Reeves no papel de amargurado (mentira! Dizem que é ainda melhor: Pura ação no estilo dos anos 80!).

Só me restava pensar rápido: Voltar pra casa ou pegar a sessão que começava 10 minutos antes, Trocando os Pés, com Adam Sandler. Não havia mais tempo de comprar a batata galinácea, e isso foi determinante. À minha frente, sem nenhuma fila, a pipoqueira do cinema, derramando pipoca escaldante, fresca como nunca. Não deu outra: Comprei o ingresso e a pipoca e fui pra sala.

Cinema e escurinho são quase sinônimos, mas dessa vez estava de lascar. Parecia que todos estavam assistindo a uma radionovela: Em meio a diálogos e efeitos sonoros, a tela totalmente apagada, assim como as luzes.

Depois de gritos do público, seguidos de palmas e palavras pouco gentis para o projetor e sua família, o relações públicas do cinema (ou alguém nesse papel) pediu a todos cinco minutos para que a sessão recomeçasse sem problemas.

Dez minutos depois pegamos todos o dinheiro de volta. A lâmpada do projetor havia queimado. Depois de passar por uma manutenção mais cedo, explicou o gerente…

Moral da história. Não tem. Mas enquanto alguns pediam de volta a suada graninha gasta em lanches que não seriam mais consumidos durante o filme, agarrei bem a minha pipoca, ainda quentinha e continuei saboreando, pensando que ela nunca esteve tão gostosa como naquela noite. Brotando calor de baixo pra cima, no ponto do estouro e na medida da manteiga e do sal.

Voltarei pra comer pipoca no Rio Sul. É certo. Espero que no cinema. E assistindo um filme. Com a tela ligada e com imagens sendo projetadas, de preferência. Por enquanto, a pipoca, exclusivamente ela, foi a maior diversão.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Deixe um comentário