Iluminamos – Os Vingadores 2: A Era de Ultron

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Apesar de ansioso, confesso que não tinha a expectativa nas alturas para “Vingadores 2: A Era de Ultron” da mesma forma que tenho com Capitão América 3 e Guardiões da Galáxia 2. Isso porquê este filmes são considerados por mim (e creio que por grande parte) como os melhores da filmografia da Marvel. Mas, se existe quem torça a cara para estes filmes (conheço pelo menos duas pessoas), o que dizer sobre o primeiro filme dos Vingadores, que apesar do sucesso estrondoso sofreu algumas críticas. Ainda assim (e por tudo isso) aqueles que irão ao cinema esperam, no minimo, um filme no mesmo patamar.

Infelizmente muitos (não todos) dos spoilers que voaram na internet antes do filme se confirmaram. Junte-se a isso o fato de que dessa vez a divulgação dos trailers parece já ter mostrado quase todas as cenas de impacto (o que é uma pena, pois diminui o interesse no filme)… Ainda assim dá pra se divertir bastante. Mesmo assim tentarei evitar spoilers aqui.

Eu diria que o filme não é bom, nem ruim. Considero diferente.

avengers
Vamos aprontar altas confusões na sua telona.

Explico: a Marvel parece ter encontrado o caminho por onde deve levar os filmes. Enquanto esse caminho funcionar cabe à empresa apenas evoluir, e até ousar quando possível. Em “Vingadores 2” essa evolução é perceptível, como as feições do Hulk (alguém ainda lembra que essa era uma das reclamações em seus filmes solos?), a luta entre Homem de Ferro e o gigante esmeralda (melhor que a do Hulk contra o Abominável), as acrobacias do Capitão América (nesse filme fazendo movimentos mais “fantasiosos” do que aquele tom mais “realista” de “CA2”), além da própria cronologia cinematográfica que já sabemos. Então, seria loucura dizer que o filme é inferior. Filmes ruins, ruins mesmo, a gente já conhece, como Quarteto Fantástico e Elektra, e nem preciso citar nomes.

No entanto, Vingadores 2 tem alguns pontos que não deixam o filme voar mais alto do que merece ou a que se pretende, a começar pelo vilão: se na parte 1 tínhamos um Loki cativante (mérito do ator e do tempo que teve para trabalhar o personagem no primeiro Thor), desta vez temos um Ultron confuso. Mesmo levando-se em conta a ideia de que o robô possui influências de Jarvis (dando a ele nuances boas em alguns instantes), isso não fica muito claro a ponto de me levar a perguntar se algumas atitudes e falas foram propositais ou falhas de roteiro. Este ultron, algumas vezes, é até piedoso… Coisa de que o Ultron das hqs passa longe. A imagem também não ajuda. Quem conhece a versão dos quadrinhos sabe da face imóvel e sempre ameaçadora. No filme ele ganha feições quase humanas, que diminui muito o impacto.

https://www.youtube.com/watch?v=mMq5yAhU5rI

Esse vídeo exemplifica bem a diferença de empatia entre Ultron e Loki

Ironicamente, esse humanização que tanto prejudica a imagem de Ultron funciona para os mocinhos. Se no primeiro filme tivemos correria desenfreada e a necessidade de se criar uma equipe, agora existe o aprofundamento dos heróis como pessoas. Assim é possível desenvolver um relacionamento entre a Viúva Negra e Banner e conhecer um pouco mais do Gavião Arqueiro. Aliás, este último compensa o primeiro filme e mostra ser um herói que merece o lugar na equipe. A festa na Torre dos Vingadores é o maior exemplo, com vários personagens em momentos descontraídos. A liderança do Capitão América também é muito mais evidente e até mesmo Stark reconhece o estrategista, como visto em trailers.

ultron
Se você ainda não entendeu o que eu escrevi e nem viu ou também não entendeu vídeo, titio Vili dá outro exemplo: a imagem da direita é um COSPLAY. E ainda consegue ser tão (ou mais) ameaçador. E olha que peguei a imagem mais “intimidadora” do Ultron do filme.

Voltando ao lado dos vilões, os irmãos Maximoff rivalizam seus poderes com a equipe. A Feiticeira Escarlate consegue derrotar quase todos os Vingadores e Mercúrio dá trabalho. No entanto, o máximo que conseguem no quesito “dramaticidade” é a explicação de que o passado bélico de Tony Stark respingou neles. E só. Mesmo poderosos, os dois atores não conseguem marcar. O que fica mais grave com Mercúrio, que nos quadrinhos chega a ser arrogante, mas mostra pouco disso na tela.

Para quem ainda pergunta sobre comparação entre este Pietro e a versão mutante do filme dos X-men, a diferença maior é que aqui a velocidade é vista por terceiros (em forma de borrão), enquanto que no filme dos mutantes o ponto de vista é do velocista, vendo tudo em slow motion. Até existe uma cena rapidamente parecida, com Pietro acompanhando o martelo do Thor, mas é apenas levemente semelhante. Eu diria que a versão dos X-Men é mais rápida, mas isso seria apenas um combustível para discussão entre nerds e aficcionados, que nada acrescenta aos filmes.

diferenca
Ambas as versões possuem defeitos e qualidades. Então cessem a fanboyzice, right?

Sobre o Visão, me pareceu o personagem mais legal da nova safra. Mesmo sendo iniciante o personagem já demonstra até mesmo certa química com alguns Vingadores. Paul Bettany deixa de ser apenas uma voz na franquia (Jarvis) e vai para o campo de batalha. Não tem a feição fria e sem emoções do herói da HQ, mas diferente de Ultron chega bem perto disso e não incomoda. Apenas um detalhe, para a fonte de poder atribuída ao Visão, e que nos quadrinhos é de um outro herói cósmico da Marvel, o Warlock. Talvez um indício para onde o confronto de Thanos possa caminhar.

VISAO
Surpreendentemente as cores berrantes dos quadrinhos foram amenizadas e não causam desconforto. Ponto pra Marvel. Paul Bettany dá mais humanidade do que a versão fria das hq’s mas acaba criando empatia com o público. Boa surpresa.

Vingadores 2 parece funcionar mais como um “ritual de passagem”. Se a cenas de ação são quase como “splash pages”, como muitos personagens (como as imagens impactantes das revistas) e o visual destrutivo impressiona, por outro lado, nada no filme marca muito em termos dramáticos. Nem mesmo uma possível rusga (boatos indicavam que seria iniciada neste filme) entre o Capitão Rogers e Tony Stark vai adiante. Alguns conflitos e questionamentos existem, mas de repente tudo é deixado de lado e o “jogo” segue. No entanto o filme funciona como fio condutor, mostrando consequências de filmes anteriores (como a entrada do Homem de Ferro no buraco dimensional do primeiro filme ou o plano do Capitão América e Falcão em procurar pelo Soldado Invernal) e abrindo leques de oportunidades, como a renovação da equipe (o contrato de alguns atores também deve ter alguma influência) ou montando o tabuleiro para a Guerra Civil que virá (dispensando personagens muito poderosos, como Thor e Hulk, para não causar influência em algum dos lados).

Ah! E o 3D não fez diferença pra mim. Então, se a grana estiver curta vá de 2D mesmo. E já que o filme tem os tradicionais gracejos, deixo uma pra vocês.

mega
Nem sei a quem creditar a piadinha, mas parabéns! Boa sacada. E se você não entendeu, mate-se rapidamente. Rá!

Boa diversão!

Vilipendiador Unperucked

Sempre se metendo em novos projetos e lutando contra pré-conceitos interiores. Já teve pilhas de HQ's, videogames e cartuchos. Hoje somente bons encadernados e um emulador. Ainda assim, sempre tenta colecionar algo. Pensou em escrever sobre a procrastinação mas achou melhor deixar pra semana que vem.

Este post tem 2 comentários

  1. eu cretino

    Roteiro super raso, vilão super meia boca e decepção em mais de 8000

  2. starscream2

    Boa resenha. Achei que a maior bola fora do filme realmente foi o Ultron. Ele é mais filósofo do que vilão.

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