Iluminamos – Os Supremos (“Primeira Temporada”)

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Desde já, digo que foi a única coisa realmente boa que vi no tal Universo Ultimate.

O Universo Ultimate foi criado com a proposta de apresentar os personagens Marvel para um novo público, atualizando antigos conceitos e revitalizando personagens clássicos com uma roupagem mais adequada ao Século XXI. Particularmente, acho que foi um tiro n’água diante do que poderia realmente ter sido. Faltou ousadia. A maioria dos títulos mais parece uma versão “B” dos personagens do Universo 616. Mas um único título, para mim, valeu tudo: The Ultimates, ou, como humildemente foram tratados no Brasil, Os Supremos.

Thor. Aqui ele é retratado como um sujeito que teve um colapso nervoso e passou a acreditar que é o filho de Odin, enviado para defender Midgard de todos, inclusive dos próprios homens. Ele só se alia aos Supremos em troca de uma amior ajuda dos EUA aos países pobres e não para de tecer críticas à política externa norte-americana.
Thor. Aqui ele é um sujeito que, aparentemente, teve um colapso nervoso e passou a acreditar que é o filho de Odin, enviado para defender Midgard de todos, inclusive dos próprios homens. Ele só se alia aos Supremos em troca de uma maior ajuda dos EUA aos países pobres e não para de tecer críticas à política externa norte-americana.

Se em X-Men Ultimate apenas aqui e ali podemos ver idéias interessantes que não são desenvolvidas, em Supremos Mark Millar (Kick Ass, O Procurado, Superior) resolveu abraçar a proposta original, revitalizar e renovar, tornando personagens que há décadas haviam se tornado desinteressantes sem precisar desrespeitar a sua essência.

Acho que muitas boas sacadas nascem do óbvio. Millar vai fundo nas origens dos Vingadores e resgata conceitos que foram apenas arranhados anos atrás. Não por acaso, a primeira edição se passa nos derradeiros dias da Segunda Guerra Mundial e mostra a última missão do Capitão América antes de ser dado como morto. É sintomático, pois dali irá derivar toda a história: Steve Rogers é o primeiro exemplo bem sucedido de soldado artificialmente aperfeiçoado. Quando é dado um salto até o ano de 2002, percebemos que Nick Fury não está criando uma equipe de super-heróis. Aliás, eu vejo que Os Supremos termina sendo um termo paliativo para o que ele realmente gostaria de ter feito: um exército formado de fuzileiros cheios de soro do supersoldado e trajados com as armaduras elaboradas por Tony Stark. Fica clara a frustração dele diante do insucesso quase absoluto de Bruce Banner em copiar a fórmula que criou o Capitão América e a resistência de Stark em compartilhar sua tecnologia.

Capitão América, com seu visual anos 40 e Século XXI. Longe de ser um exemplo de bom moço, mantém porém aquela moralidade tacanha e hipócrita dos EUA da primeira metade do século passado. Sente dificuldade crescente em entender o mundo atual.
Capitão América, com seu visual anos 40 e Século XXI. Longe de ser um exemplo de bom moço, mantém porém aquela moralidade tacanha e hipócrita dos EUA da primeira metade do século passado. Sente dificuldade crescente em entender o mundo atual.

O que Os Supremos são, então, é uma equipe de super-humanos genetica e/ou tecnologicamente aperfeiçoados (note como o termo é cuidadosamente elaborado para evitar qualquer confusão com a palavra “mutante”), regiamente pagos e de prontidão para combater o super-terrorismo. Aqui há uma rara ligação com o resto do Universo Ultimate quando se sugere que foi o ataque de Magneto aos EUA (veja o encadernado X-Men Ultimate – O Povo do Amanhã, lançado há algum tempo atrás pela Panini) que garantiu a verba necessária para o plano emergencial de Fury se tornasse realidade.

(Desculpem os parênteses, mas você não acha que Pessoas de Destruição em Massa é um dos termos mais extraordinariamente fodásticos que foram criados nas últimas décadas nos quadrinhos? Pois é assim que Millar definiu sua ideia d’Os Supremos numa entrevista para a Wizard).

Millar aproveita e transforma este plano em um circo midiático. Os Supremos dão entrevistas em conhecidíssimos programas de TV, tem dvds com suas proezas vendidos aos milhões e possuem seus próprios bonecos articulados. Paralelamente, somos apresentados ao que se esconde por trás das personas públicas deles. E aqui os autores são implacáveis.

O Homem de Ferro foi, nas palavras de Bryan Hitch, um dos amiores acertos visuais da série, já que, basicamente, estamos falando de um "homem que veste um F-14". Nada de armaduras que lembran colantes ou capacetes desproporcionais ao que tamanho da cabeça. Os autores mostram, inclusive, toda a equipe de apoio necessária pra colocar Stark na armadura e fazer com que a mesma funcione. Genial e alcoólatra, Stark deixa claro que só um bêbado teria coragem de vestir tal coisa.
O Homem de Ferro foi, nas palavras de Bryan Hitch, um dos maiores acertos visuais da série, já que, basicamente, estamos falando de um “homem que veste um F-14”. Nada de armaduras que lembram colantes ou capacetes desproporcionais ao tamanho da cabeça. Os autores mostram, inclusive, toda a equipe de apoio necessária pra colocar Stark na armadura e fazer com que a mesma funcione, ainda que de maniera imperfeita. Genial e alcoólatra, o bilionário deixa claro que só um bêbado teria coragem de vestir tal coisa. A versão cinematográfica tenta pegar carona na personalidade deste Tony.

Você se acostumou com o soldado certinho, o Deus simpático de fala rebuscada, o nerd engomadinho que virava um monstro raivoso ou o milionário que resolveu usar sua maior invenção para ser um super-herói? Pois esqueça. Steve Rogers sofre por estar em um mundo distante da época “romântica” em que se criou, mas continua um soldado treinado para vencer, mesmo que tenha que jogar sujo, e que não se sente mal por partir covardemente a cara de um adversário indefeso. Thor é considerado um maluco super-poderoso que acredita ser o filho de Odin e ganha fortunas com livros de auto-ajuda e comandando manifestações contra o G-8 ao redor do mundo. Bruce Banner é invejoso, emocionalmente instável e visualmente asqueroso. Tony Stark é um bêbado brilhante que consegue dar um up considerável na sua imensa fortuna ao se associar a SHIELD (embora ele tenha lá suas motivações pessoais).

Millar e o desenhista Bryan Hitch disseram que sempre viram cada arco de Os Supremos como um grande filme ou uma série de TV. Indo por esta linha, esta “primeira temporada” é dividida em dois momentos. No primeiro, a equipe é formada e, após passar alguns meses sendo a queridinha da mídia (principalmente depois que o Capitão América, o maior herói americano da Segunda Guerra Mundial, foi encontrado vivo e colocado como líder de campo), passa a ser questionada por conta dos imensos gastos com a sua manutenção. É quando o cada dia mais frustrado Banner mistura o sangue do Capitão com o Soro do Hulk e se transforma no monstro cinza em plena Nova Iorque.

O Hulk. Outro daqueles momentos em que Millar mostra que está inovando simplesmente olhando pros conceitos originais de cinquenta anos atrás. Hulk deixa de ser um monstro monosilábico e que inexplicavelmente ajuda as pessoas para ser aquilo que era a ideia original de Stan lee: uma espécie de Mr. Hyde. Aliás, ele parece até um pouco demais com a versão deste personagem criada por Alan Moore em A Liga Extraordinária, não só nos diversos diálogos de cunho sexual como nos hábitos alimentares extremos. Seu alter-ego é asqueroso, tanto visual como como personalisticamente.
O Hulk. Outro daqueles momentos em que Millar mostra que está inovando simplesmente olhando pros conceitos originais de cinquenta anos atrás. Hulk deixa de ser um monstro monosilábico e que inexplicavelmente ajuda as pessoas para ser aquilo que era a ideia original de Stan Lee e Jack Kirby: uma espécie de Mr. Hyde (do livro O Médico e O Monstro, de Robert Louis Stevenson). Aliás, ele parece até um pouco demais com a versão deste personagem criada por Alan Moore em A Liga Extraordinária, não só nos diálogos de cunho sexual (prestem atenção, são alguns dos mais engraçados de toda a série) como nos hábitos alimentares extremos. Seu alter-ego é asqueroso, tanto visual como como personalisticamente.

No “segundo ato”, a SHIELD decobre que os chitauri, uma raça transmorfa que há anos vive escondida no planeta (sim, Millar queria usar os skrulls mas foi “desafiado” a criar um novo termo… O roteirista deixa no ar que, já naquela época, a Marvel estava preocupada na utilização de termos que vinhams endo questionados judicialmente pelo herdeiros de Jack Kirby como criações d’O Rei), está ativa e pronta para desencadear um novo ataque contra a Humanidade. Ora, qualquer leitor de quadrinhos de longa data sabe o que significa “raça alienígena” em uma revista em quadrinhos: generosas e visualmente impactantes cenas de ação, com muita violência gráfica e verbal.  É sério, pessoal: algumas cenas são de matar de rir, desde que você tenha um pouco de senso de humor negro e doentio em si. Outras provavelmente farão seu queixo cair no chão.  Millar mostra o quanto está empolgado e como sabe controlar bem o ritmo, dando a cada personagem o “seu” momento.

Gavião Arqueiro e Viúva Negra. Se havia ainda alguma dúvida, a verdadeira natureza d'Os Supremos é exposta aqui, quando se descobre que eles também contam com membros "não-públicos", que existem para realizar aquelas missões que o Capitão América não pode fazer e que o Homem de Ferro e o Thor não aceitariam fazer. Retratados como assasinos de elite, ambos encontram suas versões definitivas aqui, completamente desbuchificadas. Reparem no visual Matrix: toda a cena da invasão do prédio que eles estão prestes a fazer lembra este clássico cinematográfico.
Gavião Arqueiro e Viúva Negra. Se havia ainda alguma dúvida, a verdadeira natureza d’Os Supremos é exposta aqui, quando se descobre que eles também contam com membros “não-públicos”, que existem para realizar aquelas missões que o Capitão América não pode fazer e que o Homem de Ferro e o Thor não aceitariam fazer. Retratados como assasinos de elite, ambos encontram suas versões definitivas aqui, completamente desbuchificadas. Reparem no visual Matrix: toda a cena da invasão do prédio que eles estão prestes a fazer lembra este clássico cinematográfico.

“Poxa, JJota, legal e tudo, mas não é muito massavéio?”

Aí é que está. Dentro de cada um dos atos, Millar dedica momentos estrategicamente situados pra fugir da sensação de ação desenfreada e, ao mesmo tempo, destacar o elemento humano em cada história. Além de alguns quadros e dizeres aqui e acolá (como a cena em que Tony Stark explica porque realmente entrou para o grupo), temos dois destaques: a dificuldade do Capitão América de se inserir no mundo atual e sua solidão a medida que vai descobrindo que praticamente todos os seus amigos e familiares morreram décadas atrás, e a tensa situação matrimonial entre Hank Pym, o Gigante/Homem-Formiga, e Janet, a Vespa, sua esposa. Ambas as sub-tramas são muito bem trabalhadas, de um lado sem pieguices desnecessárias, do outro sem preocupação em evitar escandalizar aquelas pessoas que gostam de fazer de conta que vivem em um mundo de aparências que faria Matrix parecer um jogo de 8 bits e em que “violência doméstica” consiste no marido dar um safanão na mulher sem querer.

A polêmica edição 6. Millar disse que ficou espantado quando o roteiro passou sem maiores problemas pelo crivo dos editores. Lembram do tapa que o Jaqueta Amarela dá na Vespa em uma edição dos Vingadores? Pois aquilo é fichinha diante do que acontece aqui e da revelação de que não é a aprimeira vez que Janet é agredida fisicamente. A reação do Capitão América é daquelas de fazer voc~e olhar com desdém o Chris Evans pagando de modelo numa roupa azul: ele enfrenta o Hank e exige que o mesmo cresça para que ele "tenha alguma coisa em que bater". E o Capitão América derrota o cara de vinte metros!
A polêmica edição 6. Millar ficou espantado quando o roteiro passou sem maiores problemas pelo crivo dos editores. Lembram do tapa que o Jaqueta Amarela dá na Vespa em uma edição dos Vingadores? Pois aquilo é carinho diante do que acontece aqui e da revelação de que não é a a primeira vez que Janet é agredida fisicamente. A reação do Capitão América é daquelas de fazer qualquer um olhar com desdém o Chris Evans pagando de modelo numa roupa azul: ele enfrenta o Hank e exige que o mesmo cresça para que ele “tenha alguma coisa em que bater”. E o Capitão América derrota o cara de vinte metros! P#%%@!

Millar tempera tudo com generosas referências a cultura pop (hoje já um pouco datadas) e diálogos extraordinariamente críveis e bem dosados, sem aqueles longos e entediantes “discursos” que marcam várias histórias de Brian Bendis, por exemplo. Um humor bem dosado e adequado a cada personalidade está presente, sem os tolos exageros que a Marvel parece amar tanto quando adapta suas obras para o cinema.

A Salvat optou por lançar estas primeiras treze edições em dois volumes. Eis o primeiro, intitulado Super-Humanos.
A Salvat optou por lançar estas primeiras treze edições em dois volumes. Eis o primeiro, intitulado Super-Humanos.

Bryan Hitch, com sua arte mais “realista”, casou bem com a proposta do enredo e embarcou feliz na viagem, ajudando principalmente na concepção visual dos personagens, com figurinos que não fariam feio em live action e dando aos personagens rostos conhecidos: Nick Fury e Thor, por exemplo, são retratados com as fuças de Samuel L. Jackson (anos antes deste realmente se tornar Nick Fury nos cinemas) e Brad Pitt. As cenas de ação, como já destacado, são excelentes. E as cenas com objetos (prédios, naves, trens, a esquadra – !!!!! – de aeroporta-aviões, etc.) … Pqp! Mas acho que há momentos em que a arte de Hitch me parece feia, incômoda, como se arte-finalizada às pressas. É algo que hoje está mais presente (achei medonhas várias páginas desenhadas por ele em A Era de Ultron), mas que, infelizmente, também vi em alguns momentos aqui.

O segundo volume da Salvat.
O segundo volume da Salvat.

Em tempo: há uma animação que tenta adaptar este arco de histórias. Eu lhes aconselho a não perder tempo com isso.

Enfim, desafio você a ler este encadernado e depois me dizer que não ficou um pouco decepcionado com a forma como os Vingadores terminaram sendo adaptados pro cinema…

Os Supremos - Edição Definitiva (2ª Edição). Roteiro de Mark Millar. Arte de Bryan Hitch, com Andrew Currie e Paul Neary. Capa dura, 378 páginas, R$ 84,00.
Os Supremos – Edição Definitiva (2ª Edição). Roteiro de Mark Millar. Arte de Bryan Hitch, com Andrew Currie e Paul Neary. Editora original Marvel Comics. Editora no Brasil Panini. Capa dura, 378 páginas, R$ 84,00.

 

JJota

Já foi o espírito vivo dos anos 80 e, como tal, quase pereceu nos anos 90. Salvo - graças, principalmente, ao Selo Vertigo -, descobriu nos últimos anos que a única forma de se manter fã de quadrinhos é desenvolvendo uma cronologia própria, sem heróis superiores ou corporações idiotas.

Este post tem 17 comentários

  1. toddy

    Essa história do Supremos é realmente muito foda, sem falar que a natasha é realmente uma piranha!!!!!!!!!

    1. JJota

      Cara, tem um diálogo dela com o Tony Stark que é hilário…

        1. JJota

          “HULK ESPADA!”

          Cara, quase morro de rir lendo os diálogos do Hulk.

          1. Rafa 'Rev' Achnitz

            “Você acha que isso na minha testa é um A de França?” Capitão fodão

          2. JJota

            Outra muito boa dele é “Está se sentindo grande agora?” depois de derrubar o Gigante.

  2. Night Raven

    Os Supremos é minha HQ favorita (na verdade a 2 eu gosto mas do Volume 2) gosto mas de Os Supremos que de O Cavaleiro das Trevas ou Watchmen (essa é a minha opinião então não me encham o saco). o que eu acho muito engraçado nessa historia é que como não existem muitos Super Vilões no mundo Os Supremos ficam morgando na maior parte do tempo eu ri demais com isso. Pessoas de Destruição em Massa é um termo bem legal mas não acho que se aplique ao Capitão América, a Viúva Negra, e ao Gavião Arqueiro (menos ainda a Vespa). não acho o Thor parecido com o Brad Pitt se eu me lembro bem é o Capitão América que é constantemente comparado com o marido da Angelina Jolie. agora quanto a “desafio você a ler este encadernado e depois me dizer que não ficou um pouco decepcionado com a forma como os Vingadores terminaram sendo adaptados pro cinema…” não fiquei nem um pouco decepcionado porque eu fui ver o filme dos Vingadores não dos Supremos (alías erro basico confundir os 2 eles não são e nunca vão ser a mesma coisa) num filme dos Vingadores eu não espero ver o Capitão América xingando a França (alías o que o Mark Millar tem contra a França?) não espero ver um Thor Hippie/Comunistinha de Faculdade, não espero ver um Hulk Canibal, decepção de verdade é o desenho chamado Os Supremos tá eu até posso entender eles não adaptarem a tensa situação matrimonial entre Hank Pym, e a Vespa, para um desenho mas o restante podia ser adaptado mas fielmente.

    1. JJota

      Em primeiro lugar, eu acho normal que você tenha a sua HQ favorita fora do que normalmente o pessoal enumera quando perguntado (e já peguei gente citando Watchmen sem nunca ter visto a HQ realmente). É até salutar, se pensarmos que é importante que boas histórias continuem sendo produzidas. Supremos, Planetary, Preacher… todas são obras mais recentes que vem ocupando lugar de destaque em listas de colecionadores e apreciadores de HQs e isso é muito bom.

      Eu também gosto mais da segunda temporada, onde as peças, de certa forma, já estão no tabuleiro e os autores nos surpreendem com algo ainda mais impactante. Mas, como “filme de origem”, a primeira temporada cumpre muito bem o seu papel e estas 26 edições casam perfeitamente.

      Pessoas de Destruição em Massa, como o Millar explicou em uma entrevista que ele deu a Wizard, foi um termo que ele aplicou aos super-heróis mesmo, incluindo os agentes geneticamente aperfeiçoados. É uma analogia: uma metralhadora é uma arma, um míssel moderno é uma arma de destruição em massa; um soldado boina verde excessivamente treinado é uma arma, um Capitão América, um Gavião Arqueiro e uma Viúva são muito mais que isso.

      Se bem me lembro, o Millar deu uma entrevista em que ele se confundiu e disse que o Capitão América tinha a cara do Brad Pitt e por isso muita gente afirma isso. Particularmente, concordo com outras pessoas e acho Thor a cara do Brad Pitt, muito mais que o Capitão.

      O lance do filme foi uma pequena provocação (e eu estava me referindo mais ao enredo em si do que à mudanças nos personagens), mas o Nick Fury do filme é qual? E o Tony Stark? A Viúva? E o Hulk? Se você reparar bem, entenderá até porque algumas pessoas acham que esse filme é muito mais uma versão dos Supremos do que dos Vingadores clássicos. Acho até que não vemos mais dos Supremos no cinema por conta da opção por enredos mais simples que a Marvel adotou e por claramente estarmos longe do auge do Ultiverso.

      O Mark Millar é inglês e, como muitos deles, não nutre muita paixão pela França e não perde oportunidade de tirar sarro pela rendição deles na Segunda Guerra Mundial. Garth Ennis é outro que está sempre fazendo piada com isso.

      O desenho é horrível. Sem mais.

      1. Night Raven

        Eu gostei muito do seu texto JJota e é muito bom poder conversar com alguem que gosta tanto dos Supremos (realmente, eles são muitos modestos) quanto eu. espero que você resenhe o Volume 2. agora fiquei curioso quanto ao que você disse aqui “Se em X-Men Ultimate apenas aqui e ali podemos ver idéias interessantes que não são desenvolvidas” você podia desenvolver essa parte.

        1. JJota

          Supremos 2 está na lista, sim. Apenas gosto de reler a obra pra evitar alguma informação ou impressão equivocada.

          Eu acho X-Men Ultimate do Millar um título brochante. Você vê o começo e acha que ele realmente vai inovar, vai fazer as coisas de uma forma mais… eu diria, “crua” (do tipo, a Irmandade dos Mutantes se assumir completamente como uma organização terrorista de fato e não aquela coisa meio desengonçada que ela é). Mas aí se torna apenas uma “releitura” dos clássicos, normalmente da era Byrne-Claremont, sem muito vigor. Não demora muito e qual a graaaaaaaande diferença entre estes X-Men e o do Universo 616? O Colossus gay? Sério? Aí vem o ciclope que só consegue ficar com a irmandade dois números antes de embarcar novamente naquele romancezinho chato com a Jean (sério, casal mais fuleiro das HQs, empatado com Reed Richards-Susan Storm)… Muito nhé.

          É bem diferente em Supremos, onde o Millar ousa realmente, muda o status quo e, como você bem observou, altera bastante a personalidade de alguns personagens. E quando você lembra da segunda temporada, fica…

          Ok, ok. Deixa eu reler logo esse outro encadernado.

          1. Night Raven

            Ai eu concordo Ultimate X-Men se tornava chata de tanta releitura de outras historias X, que fazia e nem tinha muitas mudanças,O Protheus quando aparece é morto pelo Colossus de novo,A Psylocke quando morre reencarna numa Asiática, enfim eles simplesmente repetiam tudo da linha normal na ultimate.(não importa o universo, Jean Grey e Ciclope sempre são um casal ruim.)

          2. Canoa Furada

            Acho que um grande acerto do Ultiverso foi não mostrar o Xavier como um santo, que inclusive foi aplicado depois no 616. Mas no geral erraram mais nas ideias.

            Legal também mostrar os próprios X-Men na dúvida se estavam ali apenas devido ao controle mental do Professor.

            Acho que contribuiu pra isso o rodízio de roteiristas, diferente do Bendis no Aranha.

    2. Canoa Furada

      Não acho um erro tão básico confundir Supremos com Vingadores porque a maioria dos conceitos bem sucedidos do Ultiverso posteriormente foram aplicados no universo 616.

      Mas realmente é esperar demais ver os Supremos nas telonas, afinal são públicos diferentes.

  3. Canoa Furada

    Parabéns pelo texto! Apenas um detalhe, pequeno erro de digitação na legenda da imagem do Hulk. Dito isso:

    1- Achei o filme e a animação broxantes, principalmente porque Supremos já nasceu pronto pra ser adaptado às telonas.

    2- Downey Jr e 616 se inspiram no Ultimate, ao contrário do que muitos pensam.

    3- Gosto do conceito de dúvida sobre a divindade do Thor, inclusive esperava isso nas telonas.

    4- Ainda hoje tenho dúvidas qual volume é melhor, se o 1 ou o 2.

    5- Acho Supremos o melhor do Ultiverso, mas gosto dos primeiros arcos dos mutantes e de boa parte do Aranha (apesar do Bendis se repetir depois).

    6- Vejo muito do que o Millar fez antes em Authority nos Supremos.

    1. JJota

      1 – Acho o filme divertido, mas longe de ser o clássico que muitos alardeiam. Filme que nasceu datado.

      2 – Isso mesmo.

      3 – Também acho que isso seria extremamente enriquecedor no universo cinematog´rafico, mas por questões de agradar ao público religioso, a própria Marvel incluiu em Thor 2 uma fala em que Odin deixa claro que os asgardianos não são deuses nem imortais.

      4 – Para mim, os dois se completam.

      5 – Não é que eu desgoste complestamente dos X-Men e do Aranha, sóm acho que não chegam aos pés do que poderiam ter sido. Insuportável, mesmo, é o Quarteto Ultimate.

      6 – Concordo em gênero, número e degrau.

      1. Canoa Furada

        Boa parte do Quarteto eu só li por causa dos desenhistas, em especial o Pasqual Ferry. Mas no geral deixa a desejar.

        A única contribuição do Quarteto Ultimate foi o Reed Richards, que virou um personagem bem interessante e diferente do 616.

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