Desta vez escolhi para resenhar uma história que, diferente da grande maioria, coloca um vilão como protagonista.
O Deus da mentira e trapaça tomou conta de Asgard. Seu irmão, o Deus do Trovão, é derrotado e aprisionado, assim como seus aliados, Balder, Lady Sif, e até seu próprio pai, Odin. Assim, odiado por familiares e pelo povo que conquistou, Loki inicia seu reinado sombrio.
Em vários momentos Loki relembra do desprezo e humilhações que foi sujeitado antes de se tornar Senhor de Asgard, que só aumentaram seu ódio pelos rivais, mas seu ódio se sobrepõe à razão, e, mesmo sendo agora o soberano que sempre sonhou, suas decisões são extremamente equivocadas.
Mas ainda assim, Loki luta para que seu império não vá à ruína, levando-o ao desespero de consultar seu futuro e se deparar com uma visão que não gostaria.
Rodi consegue em pouco mais de 100 páginas apresentar uma ótima HQ, indo direto ao ponto e sem necessidade de conhecimento prévio do universo asgardiano. Com isso, qualquer leitor de primeira viagem pode apreciar esta edição, como seria bom se outras histórias também fossem assim.
Já a arte de Ribic, não há o que dizer. Seus desenhos são perfeitos, não há uma linha ou pincelada fora do lugar, seus cenários e corpos estão na medida certa e até os menores detalhes, como dentes e fios de cabelo, são desenhados à perfeição.
Agora, falando da edição, fico muito feliz por nesta história, mesmo que diferente à edição norte-americana, não ser adotada aquela tipografia chata e cheia de frescura que os diálogos dos personagens de Asgard usualmente têm, aqui temos uma fonte comum, muito mais agradável a meus olhos. O trabalho de tradução também foi muito bem feito, este texto não é um dos mais fáceis de traduzir, devido ao dialeto arcaico usado pelos personagens.
O único ponto negativo é que, infelizmente, em alguns balões o texto foi mal impresso e algumas letras ficaram apagadas, sendo este o único revés dessa ótima edição em capa dura e papel couché que compõe esta história da forma que ela merece.
Loki, minissérie de Robert Rodi e Esad Ribic, já foi publicada duas vezes no Brasil pela própria Panini, mas, sem dúvida, merece ser republicada de tempos em tempos porque é uma daquelas histórias que faz leitores como eu, não desistirem do mundo dos super-heróis.
Nota: 9,5.
Loki
Robert Rodi (roteiro) e Esad Ribic (desenhos)
100 páginas
formato 19 x 27,5 cm
Panini Comics
R$ 21,90.
Ótimo post, Mawa.
Gosto muito dessa HQ. Um fato legal da história, é que ela começa com a clássica vitória de Loki sobre Thor, e é mostrado que ele virou soberano de Asgard.
Robert Rodi construiu cada traço da personalidade de Loki muito bem, inclusive a forma como cada coadjuvante tem seu papel no desenvolvimento do personagem como conhecemos nos quadrinhos, tudo isso mesclando elementos da mitologia nórdica e outras histórias escritas por outros roteiristas.
Esad Ribic fez desenhos fantásticos com ótimas cores. Vale muito a pena conferir, mesmo para leitores que não estão familiarizados com as histórias de Thor, pois o texto é bem escrito e nos traz uma visão geral da origem do personagem.
Achei o preço salgado pra menos de 100 páginas. Mas é, sim, uma boa história.
Excelente texto, Mawa..
coincidentemente, comprei hoje essa HQ…
comecei a ler há um tempo (em scan) e não terminei…
essa arte do Ribic está fantástica!
Cabei de ler, muito boa. Mas engraçado como aquela “deusa da morte de Asgard” só aparece pra ser esculachada. Vi ela apanhando numa história dos Vingadores e nessa… não vou dizer. =P As deusas da Ilha Themyscera deviam se unir contra o Thor, o tanto que ele bate em mulher. ¬¬”
Esse trabalho é realmente muito bom, vocês já viram a animação dessa história, feita em cima da arte do Ribic ?