Iluminamos – Liga da Justiça (Hypolita)

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Antes de falar sobre o filme, quero contar a péssima experiência que tive ao ter ido na pré-estreia do Cinemark Studio 5, em Manaus. Entre todos os meus descontentamentos com o cinema, os maiores são: a promoção divulgada e não cumprida de que quem comprasse ingresso antecipado ganharia um pôster exclusivo – comprei dia 07/11 e só o que ganhei foi um péssimo atendimento – e a sala vendida como a mais equipada, com um som muito mediano, beirando o ruim. Além da estrutura do local, como os banheiros, algo que é primordial em cinemas, extremamente sujos. Quem é fã, e estava aguardando o filme há anos, sabe o quanto é frustrante ir no local mais caro da cidade e ter uma experiência negativa. Queixa registrada, vamos ao filme!

Se você veio aqui saber se o filme vale a pena, e agora está com medo de ler spoilers, então vá ver o filme sem medo, porque vale a pena só pelo fato de ser a Liga da Justiça se reunindo! O filme é rápido, cheio de ação, e divertido; é bom para ver com os amigos e família. Caso esteja em dúvida se quer spoilers ou não, melhor parar de ler por aqui, ir curtir a experiência, e depois voltar para comentar o que achou, combinado? Haha…

O filme começa com o Batman investigando os Parademônios, uma tropa de Darkseid, que se alimenta de medo. Assim, o morcego começa a perceber os padrões de ataque, e pode preparar seus brinquedos para enfrentá-los. No entanto, ele sabe que vai ser impossível derrotar aqueles monstros sozinho e que precisa de aliados. Sorte dele que já a Mulher Maravilha já está em cena.

A amazona explica a história de Lobo da Estepe, um conquistador que veio à Terra há milhares de anos, utilizando as caixas maternas – fontes de energia de criação e destruição, para ser bem simplista –, e instaurou caos e destruição. As Amazonas se juntam aos Atlantes e aos Humanos (e contam com a ajuda da polícia galática), e a aliança consegue vencer Lobo da Estepe, separando as três caixas maternas. Uma fica com os Humanos, uma com os Atlantes e uma com as Amazonas.

Com a morte do Superman, as caixas despertam e trazem o Lobo da Estepe novamente. Dessa vez, ele volta determinado a não enfrentar os protetores da Terra, apenas destruí-los. A par da gravidade da situação, Batman e Diana se dividem para recrutar as “ameaças a Lex Luthor”, os meta-humanos que ele havia investigado, e que podem ser aliados na luta que está por vir.

Barry Allen, o Flash, ainda não é um cientista forense; após um acidente com um raio, que não é mostrado ou detalhado, ele vive sem paradeiro fixo, e vai a Central City apenas para visitar o pai, preso por acusação de matar a mãe de Barry. Quando recebe o convite, feito por Bruce Wayne, aceita na hora. A relação dos dois é bem interessante, porque o Batman tem aquele ar distante, mas atua como conselheiro do garoto Allen, ensinando a ele o que, até o filme passado, o próprio Batman havia se esquecido: o que é ser um herói.

Victor Stone, o Cyborg, sofreu um acidente, e seu pai, Silas, um cientista da StarLabs, que estava estudando a tecnologia kriptoniana, decide integrá-lo a uma caixa materna e salvá-lo. Cyborg não lida bem com seu novo corpo, a rápida evolução de suas habilidades o assusta; rapidamente ele descobre que está sendo investigado e procurado por Bruce Wayne, que ele logo descobre que é o Batman. Mas quem o recruta é a compreensiva Diana.

Já o Aquaman não é tão fácil. Arthur Curry ajuda humanos de pequenos vilarejos abandonados e esquecidos, salva-os de naufrágios e leva alimentos até eles. Mas quando é contatado por Bruce, ele se mostra totalmente desinteressado no que poderia acontecer às pessoas da superfície. No entanto, Atlantis guarda uma das caixas maternas, e acaba sendo alvo de Lobo da Estepe, que a rouba. Mera, com quem obviamente ainda não tem um bom relacionamento –  que dirá um namoro e casamento – conversa com ele a respeito de suas obrigações, e é graças a ela que Aquaman decide se juntar à aliança.

A relação deles flui de forma fácil até, embora tenha momentos de estresse entre Diana e Bruce. A dinâmica entre Arthur e Bruce, por outro lado, foi bem menos conflituosa do que poderia ter sido. Pelo filme ser curto, não houve oportunidade de se desenvolver melhor certas cenas, mas dá para se ter um vislumbre de que poderia ter sido bem pior.

Uma coisa que me deixou emocionalmente confusa foi a relação de Diana com Bruce. Alfred claramente empurra o “patrão” para ela, e eles tem momentos que podem indicar um futuro romance. Não sei se isso seria bom pra história. Só que os dois têm uma interação muito boa, Diana é a mais forte dos quatro, e isso provoca boas cenas quando o humano sem poderes a provoca. É bom reiterar que a Mulher Maravilha é uma das melhores presenças no filme, muito importante mesmo – ainda que não chegue à metade do que vimos no filme da Jenkins. Ainda assim, ela é incrível!

Entretanto, mesmo que o Lobo da Estepe não esteja no ápice de seu poder, já que não reuniu ainda todas as caixas maternas, Batman percebe que é impossível eles vencerem, e decide ressuscitar o Superman. Eles o levam até a nave criptoniana, Cyborg se integra à inteligência da nave, e aprende como ressuscitar Kal-El. Achei essa parte muito corrida, e fiquei incomodada com o Superman revivendo de forma tão fácil, sem efeitos colaterais, além de uma rápida “confusão mental”. Queria que fosse mostrado, pelo menos, que havia uma grande atividade celular, e que ele não estava realmente morto, por isso a ressurreição foi possível sem grandes danos… Mas, se Jesus ressuscitou ao terceiro dia de sua morte, e não deu ruim, então… Ou, assim espero, talvez eles trabalhem melhor essa questão da volta dele em outros filmes. O importante é: habemus Superman! E mais cedo do que esperávamos.

A partir daí, o vilão, que já não parecia ser tão ameaçador, desaparece. Não sei se isso se deve ao fato de não ter sido um vilão bem colocado e bem trabalhado, ou se a volta do homem de aço mostra a força e poderes acima de qualquer outro super-herói, o que nos transmite a ideia de que não existe nada que ele não possa derrotar sem tanto esforço. Você não pode salvar o mundo sozinho, você precisa do Superman! Ali nós temos realmente um vislumbre do maior super-herói de todos, capaz de salvar não apenas por seu poder incomparável, mas por sua energia vibrante e sua capacidade de inspirar a todos, até mesmo o, antes desgastado e cruel, Batman, que o reconhece como a única esperança da humanidade.

Apesar de empolgante e divertido, o filme tem defeitos que precisam ser pontuados: o que mais me incomodou foram os closes na bunda da Gal Gadot. Zack Snyder deveria fazer um curso com a Patty Jenkins para aprender que é possível mostrar uma mulher linda e forte nas telas, sem precisar focar na sua bunda ou peitos. Meu maior incômodo foi esse. E se alguém vier com falsa simetria, comparando os closes na bunda da Gadot com as cenas do Momoa e do Cavill sem camisa, recomendo que antes de falar, leia esse textinho aqui, da diva Dani Marino.

Outro defeito é o tempo curto de duração. Muitas coisas ficaram bem corridas, e não que eu quisesse uma “nolanização”, mas seria bom que certos acontecimentos fossem só um pouco explicados. Tive a sensação de muita coisa jogada na tela e mexida de forma rápida, ficou corrido demais. E, tem o vilão. Um vilão fraco e mal desenvolvido, que em momento algum passa a sensação real de ameaça.

Mas, no geral, é um bom filme, que, assim como a volta do Superman, restaura as esperanças de continuidade do universo DC nos cinemas. O elenco é ótimo, e tem uma ótima interação. A mudança de personalidade em alguns personagens pode até surpreender a princípio, mas logo essa sensação passa, e você começa a gostar muito do que vê. A grande era de heróis parece estar, aos poucos, encontrando o caminho de volta.

Ah! E não saiam do cinema sem ver as duas cenas pós-crédito! A primeira é mais um presente aos fãs dos quadrinhos, mas a segunda tem muita importância pros futuros filmes.

Já viu o filme? Conta ai o que achou!

Hypolita Prince

"Nerd" por acaso, e ainda não satisfeita com a denominação. Escrevo sobre feminismo, e outros assuntos que me interessem. Não os desenvolvo tanto quanto gostaria, mas é por preguiça de organizar as ideias nos textos.

Este post tem um comentário

  1. Rodrigo Sava

    “Você não pode salvar o mundo sozinho, você precisa do Superman!” Hehehe, curti, Hipólita! Realmente se esforçaram pra mostrar que ele não precisa se esforçar muito para superar o que quer que seja. Inclusive… a morte. Mas poderiam mesmo ter acrescentado uns minutinhos que fossem.

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