Iluminamos: Kingsman – Serviço Secreto – o filme

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Ser inglês, britânico ou algo parecido é um estado de espírito, uma coisa muito profunda e, provavelmente, uma questão em aberto. Mas do caldo fundamental do qual eles emergiram há tek1mpos, podemos destacar um elemento em especial, que, das partes deste todo, possivelmente é o mais caro para eles, integrando suas tradições e seu cotidiano: a nobreza.

Para alguns, uma posição, um direito, mesmo de berço. Para outros, algo a ser combatido, uma injustiça, um arcaísmo típico de uma valoração que desce ladeira abaixo, distanciando-se cada vez mais das passadas pesadas e firmes da sociedade pós-moderna e suas transformações.

Kingsman pode parecer reducionista ou mera cultura de almanaque, mas, em dado momento, resgata uma citação de Hemingway, para esclarecer um jovem que questiona o conceito de nobreza: “Não há nada de nobre em ser superior a alguém. A verdadeira nobreza reside em ser superior a quem você já foi”.

O filme, baseado em mais uma graphic novel cinematográfica escrita por Mark Millar e desenhada por Dave Gibbons (que lerei quando uma certa loja virtual se dignar a me entregar), é divertidissímo.

O que, comprovadamente, é apenas uma opinião, visto que comprei a ideia de assistí-lo desde o trailer, enquanto que os outros três amigos que me acompanhavam foram unânimes em desdenhar do estilo do material, aparentemente considerando-o deveras fantasioso e espalhafatoso, embora não tenham sido exatamente as palavras deles.

kingsman

A verdade é que tanto a obra de Mark Millar (compreendendo os roteiros de quadrinhos) quanto a de Mathew Vaughn (compreendendo a direção de filmes como Kick-Ass e X-Men: First Class), embora não seja somente para iniciados nos dois lados do disco da cultura pop, é bastante criticada.

O primeiro se vale de explosões e polêmica para questionar o status quo do Sistema. Ou melhor dos diversos sistemas que conhecemos: Sociedades secretas, cânones do super-heroísmo, vida em sociedade, guerra, etc.

Já Mathew Vaughn, que co-roteirizou o quadrinho Kingsman: Serviço Secreto, com Millar, estuda os valores da juventude moderna, especialmente quando em confronto com dilemas ou forças aparentemente irresistíveis ou desproporcionais, mas num contexto em que super-heróis ou algo muito parecido com eles estão presentes.

Kingsman é intenso, ágil, despretensioso e, além de tudo, charmoso no retrato de seu universo de gentlemen e marginais britânicos. Arrebatador em diversas cenas antológicas de luta, de astúcia e de surpresas.

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É inegável que Mathew Vaughn desenvolveu um reconhecível estilo de cinema de ação, por vezes cru, por vezes engraçado e até mesmo cruel, mas acima de tudo, brilhantemente empolgante como poucos conseguem ser hoje.

Decerto que não sei se você concordará comigo. Todavia, tenho certeza de que se o fizer, é porque se divertiu muito assistindo.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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