Cara, às vezes é incrível como eu posso odiar o Jason Aaron.
Este ano, a Panini tem se esforçado em deixar nas bancas um bom número de encadernados de capa dura com preços bastante acessíveis. Só na última leva, tivemos quatro lançamentos: o péssimo Magneto – Atos de Terror, o decepcionante Caveira Vermelha – Encarnado, o bom, mas cronologicamente confuso, Os Julgamentos de Loki e o impressionante Justiceiro Max – Rei do Crime.
O título Max do Justiceiro apresenta um personagem um pouco diferente daquele que a maioria dos leitores está acostumado a encontrar contracenando com heróis fantasiados como Demolidor e Homem-Aranha. Na primeira encarnação do título, Garth Ennis já tinha tirado o velho Frank Castle do Universo Marvel e o colocou em uma ambientação mais próxima do mundo real, inclusive deixando claro que este era o mesmo Castle que lutou no Vietnam (o que fez com que os artistas lhe dessem um visual envelhecido). A nova encarnação do título deixou o personagem ainda mais livre de amarras cronológicas. Na verdade, os roteiristas não precisam se prender nem mesmo aos conceitos antes estipulados por Ennis.
E Jason Aaron aproveita e ousa. Seu Frank Castle, assim como de Garth, é um ex-combatente do Vietnam que já há trinta anos combate o crime organizado nas ruas de New York. Os líderes das principais Famílias resolvem ganhar tempo espalhando um boato de que o Rei do Crime – até então uma figura mítica, que só existia no imaginário do submundo – estaria chegando a cidade pra resolver de uma vez por todas a questão Justiceiro. Enquanto isso, Dom Rigoletto espera que seu “milagre” (um assassino velho conhecido dos fãs da Marvel) seja localizado para liquidar o vigilante.
Mas o plano “Rei do Crime” não é de autoria dele. Na verdade, todo o estratagema saiu da cabeça de seu principal capanga, Wilson Fisk. O forte e, na maior parte do tempo, silencioso guarda-costas tem muito mais tutano do que deixa transparecer e joga com cuidado, visando se aproveitar dos mafiosos pra financiar sua ascensão para o cargo até então fictício.
A história alterna entre o desenrolar dos planos (não só o de Fisk, mas também o “plano B” de Rigoletto, um outro assassino que, por conta da sua conversão a religião Amish, não pode usar nada moderno na sua perseguição e ataque ao Justiceiro, o que resulta em um dos confrontos mais violentos já enfrentados pelo personagem), as investigações de Frank Castle (que, obviamente, inclui sessões de tortura) e reminiscências do passado de Wilson, que mostram como ele forjou sua personalidade fria e extremamente violenta. O desfecho da história é de deixar algumas pessoas incomodadas, não só pela brutalidade das cenas mostradas como pela decisão do futuro Rei do Crime.
A verdade é que nem chega a ser uma história do Justiceiro. Ele é uma desculpa, um motivo, uma causa pra que Fisk desenvolva seu plano e que deveria ser logo descartado depois de perder sua utilidade (e até aí o roteirista foi engenhoso, pois mostra uma justificativa pra que o vigilante seja obrigado a sumir por uns tempos, o que ajudou o Rei a consolidar seu poder sem, no entanto, eliminar Frank). Bom lembrar mais uma vez que não necessariamente esta é uma origem “oficial” pro Rei do Crime.
Lembrando da história, volto a ficar com raiva do Jason Aaron.
Ele assina os roteiros da melhor série do mix da finada revista Vertigo: Escalpo. Ao que tudo indica, tem feito um trabalho mais do que interessante em Thor. Fez neste pequeno arco uma história do Justiceiro que em nada fica a dever a maior parte da fase do Garth Ennis (e reduz a sua verdadeira – ou seja, ínfima – dimensão o decepcionante trabalho de Greg Rucka com o mesmo personagem). E me entrega um monte de ideias estapafúrdias e roteiros idiotas com o Wolverine? Wolverine no inferno? Diretor Logan? Cassinos espaciais? PÔ!
Nada a falar de Steve “Preacher” Dillon. Sou fã do cara, um dos melhores pra retratar histórias sujas e com generosas doses de violência. É alguém que, com certeza, terá seu nome sempre lembrado ao lado do Justiceiro, pois foi Dillon quem ajudou Garth a tirá-lo do ostracismo com a estupenda mini Bem Vindo de Volta, Frank!
Interessante
O final é muito bom.
Vou procurar nas importadoras.
O encadernado é bom e está em conta (esqueci de falar da qualidade da apresentação, erro meu), mas…
Comprarei, meu filhote!
Vale o investimento, mãe.
Já comprei a minha. Essa fase do Aaron (“run” é o meu ovo) acaba na edição 22.
E tu comprou o encadernado do Magneto? Cara, aquilo é muito ruim. Se for pra gastar dinheiro com besteira, deposita na minha conta.
Cara, comprei. Ruim é pouco, velho. Ruim é pouco…
Eu simplesmente sou fã do Justiceiro desde a fase Ennis … E o Jason fez um trabalho extremo e de bom gosto. Aprovado!
Espero que o resto da fase dele seja tão boa quanto… Ah, e que a Panini publique tudo! Melhor (e bem mais em conta, pela qualidade da apresentação da edição) do que a fase do Rucka.
Eu li essa fase toda … Cara, vale a pena!
Essa história tem continuação direta? se sim, quais hqs depois dessa?