Iluminamos: FIFO

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Fala rapaziada iluminada, hoje trago para vocês a resenha da mais nova obra do talentosíssimo Guilherme de Sousa.

Para os que não se lembram do referido artista – uma heresia, aliás – gostaria de mostrar-lhes a última resenha que preparamos sobre a badalada A Última Bailarina, por sinal, uma das finalistas do prêmio HQMIX.  É só clicar AQUI

Antes de começar a resenha de FIFO, gostaria de deixar uma chamada de A Última Bailarina para ambientá-los a este Prequel:

Para aqueles que se interessa por HQs nacionais e/ou, simplesmente, por projetos que tratam de mundos surreais e recheados de piadas politicamente incorretas,  posso afirmar que A Última Bailarina será uma ótima pedida para sua estante, pois em que lugar você veria um minúsculo urso de pelúcia chamado Fifo, mais parecer um psicopata, homofóbico e veterano de guerra, quase uma Bolsolete? Ah, deixa pra lá…

Então, a HQ é totalmente em tons de cinza, e se utiliza da narrativa sem balões de diálogo. Isso mesmo que vocês leram: não há um mínimo diálogo. No entanto, embora pareça uma aposta arriscada, tenho o prazer em dizer-lhes que o enredo não deixa nada a desejar, especialmente no quesito drama e horror, além, é claro, de nos apresentar a construção do personagem mais icônico de A Última Bailarina.

Li Fifo como se fosse uma espécie de Conta Comigo (Stand by me) dentro de um cenário apocalíptico, onde, assim como o filme, acima dos zumbis ou do corpo de um garoto, o enredo nos expõe o drama no qual os personagens principais estão inseridos, desde as brincadeiras infantis, inerentes a uma criança com seu ursinho de pelúcia, até os problemas que viriam a enfrentar em decorrência da infestação zumbi. Outro ponto interessante é a mudança drástica no gênero dos quadrinhos, uma vez que, totalmente diferente da HQ anterior, Fifo nos envolve por sua pegada dramática, explicando de maneira sublime como um inocente – e inanimado – urso de pelúcia toma as rédeas da história e se transforma no sanguinário e desbocado sobrevivente que conhecemos. Dentre as três HQ’s que conhecemos do referido autor, não há duvidas de que esta é a sua melhor, seja no quesito arte, seja em narrativa, chegando ao ponto ideal de transpassar o leitor com as emoções desejadas, embora os recursos disponíveis pareçam limitados.

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Fifo, poderia ser qualquer coisa, um ser humano, animal, ou até um objeto inanimado, pois Fifo é um pouco do herói que todos nós oitentistas gostaríamos de ser.

Por fim, faço questão de destacar que o ilustrador Guilherme de Sousa novamente nos agraciou com uma arte exuberante, mostrando que está cada vez mais maduro e ousado, resultando numa gama de experiências imprescindíveis para o fortalecimento e credibilidade nos artistas e no mercado nacional.

Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

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