Fala galera que achou o ápice de Matthew McConaughey seria o papel de Rust Cohle na série True Detectives, só lhes digo uma coisa: vocês erram! Hoje venho falar sobre o maravilhoso e oscarizado Clube de Compras Dallas!
Para quem não conhece, pois também foi vítima da péssima distribuição nacional, é com imenso prazer que lhes trago a sinopse desta bela obra da sétima arte:
Baseado em uma história real, o filme se passa na década de 1980 e retrata o dia a dia do eletricista texano Ron Woodroof após ser diagnosticado com o vírus da AIDS. Em uma batalha contra a indústria farmacêutica e os próprios médicos, Ron procura tratamentos alternativos e passa a contrabandear drogas ilegais do México.
Ok… Não posso negar que a sinopse parece ser de outro filme bem chato, com um ator em decadência que tenta a sorte numa nova abordagem interpretativa, certo? Olha, talvez não seja uma visão de todo errada, contudo, para a nossa felicidade, esta alquimia mirabolante deu certo e finalmente conseguimos tirar ouro de pedra; ou melhor, do que antes era um boneco de cera.
A meu ver, uma das melhores oficinas para tratar de uma doença asquerosa a qual chamamos de preconceito, em especial, a homofobia, com mais de 40 prêmios na estante e seis indicações ao Oscar; somos levados a vida de Ron Woodroof, um “caipira”, valentão, drogado, preconceituoso e promíscuo que, ao dar entrada no hospital devido a um acidente de trabalho, é diagnosticado com o vírus HIV.
De início, como todo ser humano – retrato fiel do Modelo de Kübler-Ross e seus cinco estágios pelo qual as pessoas passam ao lidar com a tragédia – o valentão tenta negar sua doença, no entanto, acometido pelos sintomas, vê-se pela primeira vez no lado oposto da moeda. Aos olhos de seu mundo tornou-se só mais um dos “viados” os quais tanto se referia ao falar da doença, sofrendo dos mesmos preconceitos – por sua condição de soropositivo – e rompimentos de convívio social devido aos antigos amigos que – tão retrógrados quanto, evitavam até mesmo o cumprimentar para não contraírem o “Câncer Gay”.
Abandonado e cada vez mais debilitado com a utilização indevida do AZT – possível cura bancada pelas as industrias farmacêuticas – Ron decide lutar por sua vida, e através de pesquisas e uma grande dose de sorte, ao ver-se sem saída, finalmente é apresentado a tratamentos alternativos e não-tóxicos.
A consequente melhora, e as novas evidências de que a droga, então propagada pelo governo – junto a indústria farmacêutica e seus lobistas –, na verdade minavam ainda mais o sistema imunológico do usuário, lhe abriram um novo campo de mercado. De olho no lucro, assim como a benéfica imagem de prolongar a vida de seus clientes, eis que nasceu o Clube de Compra Dallas. Deste mofo, mesmo que muitos apenas se foquem na batalha de um homem contra a máfia das grandes indústrias farmacêuticas, também não podemos esquecer da ganância do próprio Ron por trás desta nova cura que, anos mais tarde, seria a base para o Coquetel, legalizado e tão difundido nos dias de hoje.
De ótima direção, roteiro enxuto e atuações espetaculares, podemos dar destaque a três pontos interessantíssimos:
- Matthew Mcconaughey e a formidável desconstrução de seu personagem que, variando conforme a debilidade de sua saúde, deixa de ser mais um homofóbico texano e passa a ser uma espécie de herói e ativista não-intencional de um mundo que antes o enojava. Vale destaque a química com o travesti Rayon (Jared Leto) que, de uma derrota no carteado, deu origem a maior de suas amizades mesmo com diálogos nem sempre carinhosos.
- Jared Leto, que mesmo não sendo comentado até aqui, é, com certeza, o melhor ator do filme, não sendo a toa a sua vitória no Oscar. Além da magreza perturbadora, em certos momentos ainda pior que a do ator principal, com uma atuação sensível e extremamente cativante, é igualmente memorável, trazendo um pouco mais de amor ao filme, a despeito do mundo altamente preconceituoso que o cercava.
- Robin Mathews, responsável pela maquiagem do filme, foi indicada a premiações mesmo com o irrisório orçamento de 250 Obamas.
Para fechar deixarei o trailer, contudo, sem dar-lhe uma nota. Afinal, quem sou eu para classificar tamanha obra de arte?
Ora, você é o nosso Zé Wilk… Não, pera!
Jay Jay, I am your father. aUAUHAHUAHUAHUAHUAHUAH
Você é nosso Zé Wilker sim. Só falta morrer.
ahuehuahuehua
Ótimo filme, atuação impecável de Jared Leto, que inclusive nem sabia que era tao bom ator assim, Oscar merecido.
Verdade, meu amigo! O Jared Leto mostrou a todos que é um grande ator, assim como, o próprio Matthew Mcconaughey.