Fala galera retrô que mataria alguns nazistas para salvar obras de arte, hoje, trago para vocês a tão esperada – ou não – resenha dos Caçadores de Obras Primas.
Baseado no livro homônimo de Robert M. Edsel, a história retrata o trabalho realizado pelos “Monuments Men”, como eram conhecidos os mais de 350 soldados de 13 países distintos, que foram incumbidos da missão – para aquele momento considerada desnecessária, em virtude dos riscos à vida de seus soldados – de dificultar a apropriação indevida de obras de arte durante a segunda guerra mundial. As histórias relatadas no livro baseiam-se em pesquisas em diários de campo, agendas, relatos de guerra, entrevistas com os soldados e em cartas escritas pelos soldados às famílias.
Gostaram da premissa? Uma pena, pois esta é a do livro. Agora vamos ao Filme. Eis a sinopse:
Durante o declínio de Hitler na Alemanha, um grupo de 13 especialistas vindos de países diferentes é reunido para reencontrar obras de arte roubadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. George Stout (George Clooney), um oficial americano e conservador de obras de arte, lidera a equipe.
Diferente, não? No entanto, mesmo com alternâncias graves no que diz respeito a obra original, podemos dizer que é um filme bem interessante, em especial, pela escolha do elenco – magistralmente representado por John Goodman, Bob Balaban e Bill Murray – que trouxe a um filme que tinha tudo para ser apenas mais um, certa dose de profundidade.
Dirigido por George Clooney, esta película intercala o drama da guerra com certas pitadas de comédia, envolvendo o trunfo praticamente desconhecido dos “Monuments Men”, em reaver bens culturais roubados pelo exército Nazista, somando aproximadamente 5 milhões de objetos culturais, que seriam revertidos para o acervo maior das obras “degeneradas” – ou não arianas – em terras alemãs. Deste modo, mesmo que o filme tenha momentos intensos e fatalmente realistas, podemos dizer que ainda ficou muito aquém de homenagear o grupo de historiadores, museólogos e curadores que puseram suas vidas em risco para resgatar da escuridão preciosidades como a Madonna, de Michelangelo; famosas pinturas de Rembrandt, e A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, quase destruída em um bombardeio.
A despeito dos elogios, uma parte do filme que me deu desgosto foi a rodada na França, entre Kate e Matt, visto que a morosidade é a única constante em suas cenas, chegando a beirar a inércia de tão vagaroso. Contudo, talvez esta não tenha sido uma falha cinematográfica, visto que o próprio autor disse:
Rose Valland é uma das grandes heroínas da guerra. Durante seis meses ela testou as intenções de James Rorimer, especialista em arte medieval, até se convencer de que poderia entregar a ele as informações que revelavam o esconderijo de muitas peças roubadas.
Para fechar, deixo o encerramento por conta do autor:
Esses homens e mulheres arriscaram suas vidas e se afastaram de suas famílias e de carreiras estabelecidas para fazer algo que não iria necessariamente beneficiar os Estados Unidos, mas a civilização mundial.
https://youtu.be/crSrsy5mL2o