Eram quatro e meia da manhã quando a blogueira que vos fala começou sua jornada para o último e mais épico dia da Comic Con Experience 2014, depois de três dias de muita camelagem, ralação e suor.
Como havia combinado comigo mesma, me permitiria este último dia como fã, esquecendo um pouco as pautas para o Iluminerds e me concentrando nas atividades que eu gostaria de fazer acima de tudo, talvez tenha sido a melhor coisa que eu fiz durante toda essa cobertura.
A tão onipresente fila monstruosa estava especialmente grande e um pouco bagunçada quando cheguei à Expo Imigrantes, por volta das 6h30 da manhã. Motivo: primeira exibição mundial de O Hobbit: A Batalha Dos Cinco Exércitos com um número limitado de cadeiras (ora a informação era de 1.000 lugares, ora de 2.000, ora de 1.500).
Com a missão de encontrar nosso amigo Mike, camelei pela fila quase desistindo da ideia de assistir ao filme, aquela era uma das maiores filas que eu já vi na vida – e, diga-se de passagem, já estive em inúmeros festivais e sou paulistana, o que já me torna expert em filas –, inúmeros cosplayers já passavam um calor do cão numa fila tão imensa que desanimava.
Dar-lhe-eis um spoiler: não vi o filme, o que já era esperado. Mas a sucessão de eventos logo após essa aceitação de derrota foi algo extremamente louco.
Pouco antes das 9h da manhã fomos finalmente direcionados à uma fila apenas, na porta de entrada do evento, e por lá ficamos por um bom tempo. Piadas sobre os lugares no filme foram surgindo cada vez mais, o bom humor era coletivo o que ajudou a fila a ficar menos entediante e mais segura. A verdade é que nerds são o melhor tipo de gente para se pegar fila junto.
Algumas vagas remanescentes surgiram e eis que vejo nosso amigo Mike passando pela porta do evento, pelo menos ele conseguiria ver o filme. Alguns minutos depois mandaram isolar 50 pessoas e, pelo bem deste blog, ativei meu modo This Is Sparta, correndo para grade e sendo puxada pelo segurança como se não houvesse amanhã. Fui a número 25.
“Nossa, achei que não veria o filme” – comentei com o número 23, um rapaz alto e muito, MUITO, fã da saga. A animação daquelas 50 pessoas era extrema, nós éramos os últimos, os sortudos, os que pegariam o pior lugar, mais teriam a maior sensação de realização durante o evento.
“Trouxemos vocês aqui para falar que quase entraram no filme hein, foi por pouco” – disse o funcionário da Comic Con. Todos já esperávamos as risadas da piadoca, mas isso não aconteceu, o que foi deixando aquela galera toda com cara de “ué?” – “[…]mas, sabendo que vocês chegaram aqui muito cedo, a Warner resolveu dar de presente um Meet & Greet exclusivo para vocês com o Richard Armitage”. Gritos, foi só o que eu ouvi. E na boa, foda-se o filme, vejo depois.
Ainda sem acreditar – e depois de ficar numa fila por mais quarenta minutos morrendo de fome – finalmente pude me encontrar com Thorin. Cara simpático que elogiou a cor do meu cabelo e perguntou se poderia fazer meu autógrafo com Gabby ao invés de Gabriela. Meu bem, naquela altura e na fome que eu estava o cara poderia me chamar até de Meu Lôro.
Consegui – também depois de muita fila – assistir ao painel com o badass fuck the police Jason Momoa, o novo Aquaman por pelo menos 4 filmes. Segundo o próprio ator, o nosso amigo que fala com golfinhos não vai mais ser alvo de piadinhas depois dos filmes, o que eu sinceramente não duvido. Depois desse painel estou louca para ver os tais filmes.
O saldo final desta primeira Comic Con Experience é ótimo. Apesar de alguns contratempos, o festival seguiu bem pelos quatro dias, dando oportunidade de muita gente conversar com seus ídolos. Os organizadores merecem aplausos pela iniciativa e execução, agora os outros eventos nerds que se cuidem, pois o que eu vi foi o surgimento de um gigante.
Aliás, ano que vem estarei por lá, imprensa ou não. Afinal, prevejo uma enorme pré-estreia para um dos dias, com direito a sabres de luz e clones.
