007 – Operação Skyfall

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Fala, galera que se diz heterossexual, mas reclamou da feiura do Daniel Craig! Hoje, tardiamente, venho trazer a resenha oficial do último filme da franquia 007 – Operação Skyfall – que, a meu ver, é o melhor da série. Então, hoje, a dívida será paga.

Atenção, galera, esse texto contém SPOILERS, mas, como demorei quase um mês para postar essa resenha, acho que é um comentário desnecessário. Então, se não quiser saber nada sobre a trama, não leia esta bagaça!

Mais uma vez, vi-me sem muitas opções de entretenimento e apelando para a solução mais imediatista, como estávamos na rua, convidei a Dona Vittória para ir ao cinema. No entanto, a minha estupidez foi absurda – simplesmente caguei, pois, me esqueci que naquela semana era a estreia da segunda parte daquele filmezinho mela cueca de vampiros vegetarianos e Chihuahua sem camisa. Resultado? Filas quilométricas e um monte de cocota chorosa fodendo com a minha paciência. Todavia, como a minha paciência é quase zen budista, após uma hora, consegui entrar na bendita sala!

Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que esse filme é maravilhoso. A resenha vai explicar alguns pormenores da minha afirmação. No entanto, fiz questão de colocá-la logo de cara, pois existem alguns leitores safados que rolam o scroll só para descer direto até a nota. Dessa vez, podem ficar tranquilos, seus sedentários, uma vez que a resposta já está aqui.

Como sabemos, Skyfall celebra os 50 anos da franquia de 007, o que é muito bem feito, pois, em diversos momentos, o filme faz questão de não esconder isso. Evitando tornar-se apenas uma simplória referência, assume a postura de uma homenagem clássica, como no caso da inserção do mesmo DBV usando em Goldfinger! Pode parecer exagerado, mas ficou perfeito, incluído até os acessórios, como o assento ejetor e as metralhadoras acopladas próximas ao para-choque!

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Em primeiro lugar, Skyfall tem múltiplas facetas no tocante à série, pois, além de ser visto como um ótimo desfecho para nova trilogia iniciada em 2006, também assumiu a estrutura de  filme independente. Vide o meu caso  que, mesmo tendo visto apenas o primeiro, não senti falta de elemento algum. Na verdade, vinculei-o aos filmes antigos da franquia.

Outro fator que certamente deve ser comentado é a introdução. A abertura é recheada de ação. No entanto, o que mais chamou a atenção foram os créditos iniciais que, embalados pela canção interpretada por Adele,  tem sensibilidade ímpar. A filmagem é maravilhosa e os efeitos delicados. Abusando de um contraste impecável, mostra a imersão psicológica de um velho James Bond que, frequentemente cercado pela morte, também tem de lidar com a dificuldade de controlar seus vícios.

Mesmo com o risco de ser esculachado, lanço um desafio a vocês. Duvido que exista uma intro melhor do que essa na história do cinema!

Vejam com seus próprios olhos:

Na minha humilde opinião, a entrada é perfeita e, com a seriedade esperada, emana a tensão digna de um thriller policial, sendo, com certeza absoluta, o episódio mais dark da franquia. Os realizadores certamente valorizaram muito a profundidade dos personagens em vez da ação desenfreada. Pode até parecer loucura, mas vi ali um pouco de Cavaleiro das Trevas. Principalmente, após a belíssima atuação de Javier Bardem.

Falando em TDK, outra coisa que me fez vibrar na poltrona (de maneira assexuada, claro) foi a atuação, somada aos ótimos diálogos, desse personagem. Finalmente, após alguns filmes mornos, James Bond teve um rival à altura! Depois de alguns filmes insossos, temos novamente um vilão com jeito de vilão! Ex-funcionário do serviço secreto britânico, Silva sobrevive a uma tentativa de suicídio com cianureto e agora busca vingança contra M, que, em sua mente, é a principal culpada de sua situação!

Em meio aquela minha teoria insana da semelhança com o segundo filme da franquia dirigida por Chistopher Nolan, posso afirmar categoricamente que a versão com cabelos descoloridos de Javier Bardem é genial! Apesar dos trejeitos afeminados, o cara tem a pegada dos clássicos, sendo megalomaníaco, deformado, e, o melhor de tudo, com um bom motivo!

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Deste vez, o velho Bond não enfrentará um playboyzinho qualquer, banqueiro de grandes traficantes, Silva era um dos principais agentes da MI-6. Além disso, perturbado por sua sede de vingança contra a chefe do serviço de inteligência, o vilão de sexualidade duvidosa não mediria esforços para consumá-la. No que diz respeito à sexualidade,  creio que um dos melhores diálogos do filme está na cena na qual Silva e o aprisionado Bond discutem numa ilha dominada pelo vilão. Não seria nenhum exagero caso cogitassem essa sequência para um Top 5 dos filmes de James Bond, pois, além dos diálogos debochados e repletos de duplo sentido, as expressões  faciais, com direito a biquinho do vilão, dão às insinuações um tom fenomenal.

Ainda nesse assunto, Bond revelou algo que faz dele um legítimo inglês! Alguns dizem ser uma “provocação” que serviu, na trama, para “quebrar o gelo” entre os dois, mas, pelo que foi indicado, a Inglaterra tem um espião que curte amar, independente do gênero. Lembrem-se que, “na vida real”, houve um agente que foi encontrado morto, aprisionado numa mala, dentro da banheira? Aquele que a Scotland Yard disse ter morrido após joguinhos sexuais? Então…

Voltando ao assunto… após falar sobre o vilão que, a meu ver, roubou a cena, desbancado o próprio Craig, seria um pecado não comentar a maravilhosa atuação de um dos melhores Bonds da história. Agora, velho e quase no limite da licença compulsória de aposentadoria, mais uma vez percebemos que esse inglês metido a fodão é o homem para o papel!  Sem sombra de dúvidas, desbanca o resto devido a sua  qualidade única, criando um personagem sombrio, praticamente uma sombra daquele sujeito forte, charmoso, cheio de nuances.

Se vocês o acharam mais humano que os demais, então se segurem na cadeira, pois, neste novo filme, especialmente pelo enfoque dado à origem do agente secreto, vocês verão o 007 mais fraco e desacreditado de todos que, mesmo estando fora de forma, é a única chance de salvação! Dessa vez, me lembra o terceiro filme do Nolan! O filme,  pela primeira vez, explora as origens do agente secreto, especialmente sobre a morte de seus pais e sua relação com M, mais uma vez vivida por Judi Dench.

Certamente, desses vínculos pessoais é que surge o ótimo enredo de 007 – Operação Skyfall. Enquanto, de um lado, Silva tenta de tudo para consumar a sua vingança contra aquela que o teria abandonado à mercê da morte; na outra ponta do roteiro, encontra-se um desacreditado James Bond que, dividido entre o amor e o ódio, numa dualidade quase romântica, decide comprar a briga, protagonizando cenas interessantíssimas. Tudo isso retrata, assim, uma visão psicológica jamais vista no personagem. Em certos momentos, as dúvidas que permeiam a cabeça do velho agente vêm à tona e são amplamente fortalecidas devido às circunstâncias iniciais do filme, em que quase foi morto por uma ordem dada pela própria M, reforçando assim os argumentos do ex-agente Silva.

Bom, galera, a despeito de a questão tecnológica ter sido amplamente abordada nesta nova franquia, o que mais me chamou a atenção foi a construção dos personagens e, por isso, não fiz questão alguma de esmiuçar o ciberterrorismo presente na película. Assim como a relevância da MI-6 na conjuntura mundial, especialmente da Inglaterra, deixando de ser apenas e tão somente uma divisão obsoleta representante da Guerra Fria, para tornar-se um mal necessário, visando interpelar interesses pessoais e mesquinhos de grupos terroristas, geralmente camuflados em causas maiores: como super-nações que se dizem libertárias, mas vivem da exploração de petróleo e  espólios da guerra.

Agora, nesse finzinho de post, tenho que falar de algo ruim, certo? Pois bem, não existe algo ruim! Mentira. Existe sim! (hahaha) A despeito de a mamãe Bond ter passado açúcar em seu filho, ainda não foi apresentada uma bondgirl marcante. Todavia, também devemos ressaltar a fama de chumbinho do personagem principal, uma vez que basta envolver-se com ele para uma mulher ver a sua propensão à morte aumentar vertiginosamente.

Galera! Acho que vou ficar por aqui. Ainda tenho alguns pontos a dizer, SPOILER como o fato de James Bond agora responder diretamente a um homem, sendo Ralph Fiennes o novo M! Ou sobre os personagens que sobreviveram ao fim dessa mega-operação. Contudo, são quase três laudas e, como sei que a maioria dos leitores são preguiçosos, toma-lhe a nota:

Nota : 8,0 – Ação 10! Roteiro 10.0!  Drama 8.0! Bond Grils 6.0!

Trailer oficial:

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Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

Este post tem 19 comentários

    1. Don Vittor

      Nada… É o único nome latino que eles conhecem.

    1. Don Vittor

      A meu ver, todavia não assisti, todos, todos TODOS! aUHHUAUAHUAHU

  1. JJota

    Regra 13 tímida… Quando finalizar a série “Regratrezeando 007” – espero que ainda neste século – resolverei isto!

    E Daniel Craig me devolveu a fé nos filmes do 007 depois da triste era Brosnan.

    1. Don Vittor

      Certamente. O Craig é um tipo raro. Inglês com culhões rs

  2. Inacreditavel_Neo

    Gostei muito do filme. Continua sendo o “novo” Bond, mas sem esquecer o passado.

    E a fala sobre o assento ejetor foi muito bem bolada.

    1. Don Vittor

      Com certeza, Neo. O filme em si é muito bom , mas o complemento dado pelas interpretações, a meu ver, foi a cereja do bolo.

  3. Judeão Parlamentar

    Matéria de merda! Cheia de erros ortográficos e com cara de amador! Fuck Don!

    1. Don Vittor

      A defasagem no ensino, somada ao excesso de material para os revisores, certamente, resultarão em matérias. No entanto, algo me intriga. O que faz um pai, chamar o filho de Judeão? Defasagem de criatividade, mais o excesso de álcool?

  4. J.c el Perro

    Bom post Vitto, a entrada (ui) em cena do Silva foi foda, quase um monólogo e o cara não escorrega em nenhum momento.

  5. Aline Rosa

    Adorei a postagem e por mais raso, quando diz “sedentários ” aos leitores! Bem colocado, pois o são!

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