IllumiRoom

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Para começar, Illumiroom não é a Sala de Justiça dos Iluminerds, mas um periférico, ainda em desenvolvimento, da Microsoft. Se desejar mais informação sobre ele, acesse esse site ou qualquer outro portal de informação – notícias sobre ele estão na modinha agora – ou espere pela CHI 2013 em abril.

Resumidamente, Illumiroom é um periférico que utiliza o Kinect como câmera e um projetor para aumentar a área em torno da televisão. Seu objetivo é expandir a tela para todo o cômodo e, desta forma, permitir uma experiência mais imersiva.

Holo2Imersão é a palavra-chave aqui. Sempre que utilizam esta expressão, lembro-me do Holodeck do Star Trek: um sistema de realidade simulada localizado em espaçonaves ou bases estelares. De maneira geral, é uma sala que cria ambientes que permitem a interação física total (inclui todos os sentidos do homem – menos o sexto, exclusivo para Cavaleiros do Zodíaco). No seriado, ele é usado para treinamento e entretenimento, recriando locais e eventos para diversão, pesquisa ou investigação.

A pesquisadora Janet Murray utiliza o conceito de Holodeck para tratar da imersão gerada em ciberdramas. Para a autora, o computador representa melhor algumas modalidades do conhecimento – o drama, assim, através da presença sensorial e de um ambiente participativo, pode ser contado de uma forma mais convincente.

Riker2364Murray define imersão como a experiência prazerosa de ser transportado para um lugar simulado, fantasioso, com a sensação de estar envolvido por uma realidade estranha que se apodera do sistema sensorial.

Neste caso, os sentidos (tato, visão, olfato, audição e paladar) são muito importantes na criação do estado imersivo. Olfato e paladar estão completamente ausentes das ferramentas tecnológicas dos jogos eletrônicos atuais (a não ser que você lamba o console ou cheire o joystick – cada um com seus problemas…).

Em relação ao tato, podemos separá-lo em dois tópicos: movimento e retorno físico. Sobre o movimento, temos o Wii remote, PS Move e o próprio Kinect. Já o retorno físico não existe: apertar a mão de um personagem não faz o jogador sentir pressão em sua própria mão – a não ser que você queira considerar o vibrar do joystick como um feedback sensível… Além disso, o atrativo de alguns jogos está na ausência deste retorno: do contrário, jogar Call of Duty seria uma experiência única…

Muito do poder imersivo do ciberespaço é obtido através de recursos audiovisuais: o espetáculo causa contentamento e conduz o jogador a um novo estado de percepção. O que o Illumiroom faz é aumentar o campo de visão do jogo, quase da mesma forma como o som surround coloca o jogador no centro da ação. As imagens que transbordam da tela ampliam o espaço reservado ao jogo, criando a sensação de o jogador estar mais imerso no meio da ação.

Illumi2

Minha opinião

Vai realmente criar um ambiente mais imersivo? Acredito que não. O Illumiroom amplia a área de visão periférica, sem importância direta na ação. Não é como no conceito de realidade virtual, que insere seu corpo virtual no mundo criado. Com o Illumiroom, se eu olho para o lado, não vejo mais áreas do jogo, vejo a minha janela rabiscada por projeções coloridas que deveriam ser continuação da área central.

Pelo vídeo de demonstração, olhar em volta não é atrativo. O centro, ou a televisão, continua sendo o mais importante (e com melhor qualidade). Desta forma, qual uso real a tecnologia poderia ter além de possibilitar um espetáculo de luzes? Não adiantaria colocar um inimigo afastado da tela, pois, caso ele venha a ser percebido, seria através de nossa visão periférica, ou seja, um borrão colorido.  Para vê-lo em sua forma real, teríamos de centralizá-lo na tela.

Illumiroom

Combinar o mundo virtual com a minha sala de estar não é atrativo. Pelo contrário, constantemente me lembra de que estou sentado no meu sofá. Na página sobre o periférico (link lá em cima), eles exemplificam dizendo que o sistema pode mudar a aparência da sala ou induzir “aparente movimento”. Eu não quero ver a secretária eletrônica vibrar quando dou um tiro no jogo, quero que ela seja substituída por objetos do mundo ficcional. O legal seria apagar tudo em volta para que a sensação seja de estar em outro plano da realidade.

Ele vai ser divertido? Com certeza, apesar de estar muito longe de uma forma imersiva de entretenimento, como o imaginário Holodeck ou a realidade virtual. Contudo, é novidade e acrescenta algo diferente ao que já estamos acostumados.

Mas… Por quanto tempo? Talvez, o mesmo tempo que o Wii foi definido como um videogame antes de, acertadamente, ser deslocado para o campo de “brinquedo para menininhas”.

Illumiroom3A impressão que me passa é de um caos óptico de cores e formas vibrantes com enorme potencial de causar um ataque epilético ao primeiro indivíduo mais sensível. Se for permitido no Japão, haverá mortes…

Além disso, o Illumiroom inviabiliza todo o cômodo para aqueles que não estão jogando – que, no meu caso, é extremamente grave, pois minha mulher não ficaria nem um pouco feliz com esta exclusão…

Gustavo Audi

Se fosse uma entrevista de emprego, diria: inteligente, esforçado e cujo maior defeito é cobrar demais de si mesmo... Como não é, digo apenas que sou apaixonado por jogos, histórias e cultura nerd.

Este post tem 5 comentários

  1. Don Vittor

    Nem deve ser salgadão, o preço desta bagaça! rs

    1. Don Vittor

      Rica? Só o Audi! auHAHUAUHA
      Mas vou ser bem sincero contigo, qualquer tecnologia com a Regina Rizzi é válida rs Até em preto e branco.

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