Homeland: Episódio 2×01

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O soldado e sua recruta prestam seus últimos respeitos a um símbolo caro

Após uma primeira temporada matadora – leia-se eletrizante e sufocante – nossos anti-heróis preferidos estão de volta, em posições diferentes nesse jogo de agentes e espiões, de patriotas e traidores.

Assim, meses depois dos visivelmente traumáticos eventos anteriores, Brody, o soldado dividido segue seu mandato como ‘deputado’, e estreita relações com o vice-presidente dos EUA que, propõe torná-lo seu próprio vice na corrida à presidência.

Em sua jornada solitária por uma vendetta, de moral torta ,contra sua própria pátria, agora diluída numa cruzada pessoal pela mudança da política internacional dos EUA para o Oriente Médio, é quase ingênua a expressão do Sargento Brody ao final da conversa, como se um final feliz para sua luta já se anunciasse no horizonte.

Saul, por sua vez, está em Beirute, trabalhando para evitar retaliações aos EUA, após Israel bombardear instalações nucleares iranianas.

Se você vê traços de Indiana Jones nesta cena, é porque você é um fã, nada mais

Carrie, vem mantendo o controle com tratamento psiquiátrico, morando com a irmã e o pai, e cumprindo expediente como professora primária.

Entretanto, já em sua primeira cena, é possível perceber que, muito da agente que conhecemos está presente na balzaquiana comum em sua nova vidinha. Basta prestar atenção ao que ela diz ao pai ao passar pela cozinha, e ao seu olhar preocupado diante do notebook.

Desse modo, não demora muito para uma emergência, fazer com que seus antigos colegas de CIA venham literalmente bater à sua porta: Uma informante, do tempo em que ela atuou no Oriente Médio, tem uma preciosa informação a passar, mas apenas para Carrie, que a recrutou, a única em quem confia.

Tilda Swinton substituiu Claire Danes nas cenas como morena sem sal

Relutante, mas disposta a cumprir o que considera seu dever cívico, Carrie arrisca-se a atropelar os avanços que obteve, suas feridas abertas e seus questionamentos interiores, ao viajar a Beirute.

Paralelamente, descobrimos na repórter Roya Hammad  um dos tentáculos de Abu Nazir com acesso aos círculos políticos, quando, a pretexto de entrevistar Brody, ela lhe pede que roube informações da CIA sobre potenciais alvos, em nome de uma retaliação aos mortos no Irã.

Inclusive, é chocante saber o nível de infiltramento do terrorista, que, através da jornalista, repassa ao taciturno sargento a senha do cofre pessoal de David Estes, em sua sala, na CIA.

Made in Brazil

Mas, para nós, escolados em tramóias sub-reptícias e reviravoltas, o que envolve Brody é com certeza mais chocante para sua esposinha seduzida pelo poder. Não é todo dia que um congressista americano declara-se (por enquanto, apenas em ambiente familiar) muçulmano.

O horror, o horror. É o que vemos nos olhos da Sra. Brody. Fosse outra época, ou mesmo se fosse ele mesmo outro cara, tenho para mim que o Sr. Brody cortaria a língua de sua espontânea filha adolescente, responsável pela impactante revelação no seio familiar.

E, para aumentar ainda mais nossa taquicardia, o clímax do episódio ocorre mesmo em Beirute, onde uma recém-morena Carrie tenta, para desespero de um preocupado Saul, despistar um perseguidor, por conta própria.

La Gioconda

A má notícia é que ela não consegue. A boa é que, diabos, ela o engana por valiosos segundos, suficientes para chutar suas bolas com força, e sentir novamente o gosto do que é feito aquele trabalho.

Que ela ama, como faz questão de assinar com um incontrolável e justo sorriso.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Este post tem 2 comentários

  1. Rosinha

    Ótimo post.

    Homeland é muito foda, mas é o tipo da série que não pode se estender por mais de 3 temporadas, se não a história fica chata, o suspense se acaba, ou na pior das hipóteses, a trama se enrola e se conclui de forma besta.

  2. Rodrigo Sava

    Pois é, Rosinha, tomara que os showrunners tenham feito um planejamento estratégico e tenham planos b e c. Carrie é um achado, e Claire Danes é uma coisa!

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