Graphic novels e a “gourmetização” das histórias em quadrinhos

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Entre os embates que costumam ocorrer no meio acadêmico e no universo dos quadrinhos, alguns dos mais comuns são: Graphic novels vs histórias em quadrinhos, história em quadrinhos é arte gráfica vs história em quadrinhos é literatura vs história em quadrinhos é um gênero específico de arte (9ª arte), história em quadrinhos como objeto de estudo vs fonte de informação e histórias em quadrinhos facilitam o acesso a determinados temas e têm menor valor que a obra original  vs histórias em quadrinhos instigam o interesse pela obra original, complementando-a.

Quando se trata das ciências humanas, principalmente quando nos referimos à arte, é apenas muita ingenuidade querer encerrar qualquer objeto dentro de um conceito que funcione como uma fórmula matemática capaz de fornecer a solução a um problema, o que significa que muitas dessas questões irão permanecer por aí por um longo tempo. No entanto, no que tange às graphic novels, dois autores podem nos dar pistas sobre as razões que levaram à popularização do termo em detrimento do uso de gibi ou história em quadrinhos.

Em A estetização do mundo: Viver na era do capitalismo artista, de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy, os autores narram a tal “estetização do mundo” ao longo das últimas décadas, assinalando que este processo atingiu a produção não só de objetos de consumo de uma forma geral, mas principalmente a artística. Um exemplo clássico de como a assimilação de conceitos de arte aconteceu em todas as esferas de nossas vidas é a famosa lata de sopa Campbell’s, ilustrada pelo artista pop Andy Warhol nos anos 60, anunciando tendências que podem ser observadas até os dias de hoje: banalização da arte e “gourmetização” de artigos que têm valor atribuído de acordo com critérios estéticos (era da imagem) em vez de funcionais.

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“Após a crise de 1929, os industriais tomam consciência da importância da estética no sucesso comercial dos produtos de grande consumo. Surgem as primeiras grandes agências de estética industrial, que vendem seus serviços às empresas numa época em que a aparência dos produtos fabricados em grande escala tinha uma importância bastante secundária, comparativamente ao preço de custo.”

Tendo sido assimiladas por todas as esferas da vida, as HQ não ficariam de fora desse processo. Muito embora essa intenção de elevar artigos de cultura pop a status de arte tenha sido mais fortemente observada a partir dos anos 80, o termo “graphic novel”, comumente associado à Will Eisner por sua obra A contract with God , já era utilizado antes mesmo desta publicação. No entanto, foi entre o fim dos anos 80 e começo dos 90, com o surgimento dos selos Vertigo, da DC Comics, e das editoras Image e Dark Horse que a ideia ganhou força e passou a ser sinônimo de um estilo específico de publicação de história em quadrinhos.

No final dos anos 80, as grandes editoras registraram uma enorme queda no número de vendas das HQ de super-heróis. Alguns autores atribuem isso ao fato de que os leitores haviam crescido e as histórias, voltadas para o público infantil, já não agradavam mais. Títulos como Monstro do Pântano e Watchmen – ambos escritos por Alan Moore – tinham feito tanto sucesso e eram tão diferentes dos demais quadrinhos da DC, por isso, a editora resolveu lançar um selo cuja criação ficava a cargo do escritor, não do editor. Nascia a Vertigo sob a direção de Karen Berger, o que fez com que várias obras com as quais ela esteve direta ou indiretamente envolvida passassem para o novo selo, mais adequado à temáticas mais “maduras”, como, além dos já citados Monstro do Pântano e Watchmen,  Sandman, de Neil Gaiman (publicado entre 1988 e 1996), Patrulha do Destino e Homem-Animal, de Grant Morrison, Shade, the Changing Man (publicado entre 1990 e 1996), de Peter Milligan e Chris Bachallo, e Hellblazer, título mais longevo da Vertigo, tendo alcançado incríveis 300 edições.

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Uma das marcas dessa época foi a constante troca de equipes narrativas, trazendo histórias fechadas, desenhadas por artistas diferentes. Porém essa estrutura não ia ao encontro dos interesses empresariais, que eram a favor de manter as histórias enquanto fossem rentáveis, em vez de fornecer-lhes um final claro.

O sucesso de Sandman como uma série de ficção, sem personagens previamente conhecidos, indicou à DC qual seria o caminho a seguir após o término do contrato com Gaiman. Isso pode ser notado nas séries: The Invisibles, de Grant Morrison (publicado entre 1994 e 2000), Preacher, de Garth Ennis e Steve Dillon (lançado entre 1995 e 2000) e Transmetropolitan, de Warren Ellis e Darick Robertson (publicado entre 1997 e 2002, tendo migrado do Selo Helix, voltado para ficção científica)

Onde Moore, Morrison e Gaiman tinham utilizado técnicas literárias para expandir os limites do tema aceitável para os quadrinhos mainstream com nuança e lirismo, a segunda onda de criadores britânicos, que incluía Ennis, Ellis e (mais tarde) Mark Millar, usou uma abordagem mais visceral, cinematográfica. Preacher foi moldado na mitologia cinematográfica do oeste norte-americano (John Wayne é um personagem recorrente), e a arte de Dillon está particularmente fundamentada na vida áspera, suja e difícil da tradição do faroeste.”

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A Marvel também apresentou algumas inovações em títulos como Fantastic Four: Unstable Molecules. Escrita por James Sturm e com arte de Guy Davis, essa história é ambientada nos anos 60 com abordagem realista, sem os artifícios de ficção que teria transformado os integrantes do Quarteto em super-heróis. Nela é explorada a dinâmica das relações entre os personagens.

Outra aposta da Marvel foi a reinvenção de um personagem obscuro dos anos 70 pelas mãos de Jonathan Kethem: Omega the Unknown (2007-2008). Lethem usou a relação entre a mitologia do super-herói e a alienação de sua infância: Omega é mudo e telepaticamente ligado a um menino de 12 anos, cujos pais são androides.

Porém, essas inovações não visavam apenas alcançar o público adulto que havia deixado de ler as HQ de super-heróis, mas, principalmente, penetrar em um ambiente que até então era destinado apenas a obras literárias: as livrarias. Ou seja, o termo graphic novel não era só atribuído às HQ que possuíam um melhor acabamento em relação aos gibis vendidos nas bancas, passou a ser atribuído a qualquer obra em quadrinhos que atendesse certos requisitos para poder ter um ISBN e, dessa forma, poder ser consumida por adultos preocupados com possíveis associações da leitura deste tipo de produto à uma mentalidade infantil.

A possibilidade de se ter um ISBN garantiu também que muitas HQ entrassem nas escolas através – de editais públicos – e nas faculdades, inclusive como objeto de estudos acadêmicos. Prêmios como World Fantasy Award, que concedeu, em 1991, o troféu de melhor obra literária de ficção a Sandman, com a adaptação de Neil Gaiman para a obra de Shakespeare Sonhos de Uma Noite de Verão, a indicação da HQ Daytripper, dos gêmeos e Moon, como “book of life”, de leitura obrigatória para o ingresso na Universidade do Tennessee, nos EUA, e o sucesso do projeto Graphic MSP de Maurício de Sousa, não deixam dúvidas de que as editoras acertaram com essa jogada de marketing que tem tudo para continuar firme e forte por bastante tempo ainda.

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De qualquer forma, essa tentativa de legitimar as HQs como obras literárias ou obras de arte por meio do uso do termo graphic novel, é considerada por muitos estudiosos do assunto como algo prejudicial aos quadrinhos, uma vez que pretende separar e classificar as HQ em rótulos dedicados aos apreciadores do que era considerado “alta cultura” dos consumidores de “cultura de massa”, como se essa distinção pudesse afirmar que uma é mais valiosa ou “digna” que a outra, quando, na verdade, estamos falando de histórias em quadrinhos.

Ainda que melhor acabamento seja destinado às obras entendidas como graphic novels do ponto de vista da qualidade editorial, isso não deveria ser o principal critério para a atribuição de valor, já que uma melhor apresentação física do produto não denota necessariamente uma maior qualidade estética e/ou narrativa. Tenho certeza que leitores assíduos de HQs são capazes de citar obras cujas características estéticas e narrativas superam sem problemas algumas graphic novels enaltecidas como obras de arte, ou seja, para estes leitores, o rótulo pouco importa, afinal estão interessados em seus conteúdos muito mais do que na forma em que são entregues. Na verdade, tenho pra mim que esses leitores vorazes devem estar bem insatisfeitos com essa história de graphic novel, já que uma das características típicas de produtos “gourmetizados” é o alto preço em relação ao que de fato eles entregam: paga-se preço de obra de arte por um produto produzido em escala industrial.

No entanto, o mercado editorial encontrou um nicho ao qual não tinha acesso antes da venda nas livrarias, o que significa um aumento do alcance do produto. Se por um lado os leitores fiéis de HQ não ficam felizes, por outro, os compradores esporádicos e colecionadores não podem reclamar. Mesmo assim, se observarmos as principais características dos objetos do embate “graphic novel e quadrinhos são coisas diferentes”, veremos que, no fim, é tudo história em quadrinhos. Não é?

Mais pra frente eu tentarei me aventurar nos outras polêmicas que envolvem o mundo dos quadrinhos. Até lá!

Livros:  A estetização do mundo: Viver na era do capitalismo artista, de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy / Quadrinhos: Uma arte global, de Alexander Danner e Dan Mazur.

Dani Marino

Dani Marino é pesquisadora de Quadrinhos, integrante do Observatório de Quadrinhos da ECA/USP e da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial - ASPAS. Formada em Letras, com habilitação Português/Inglês, atualmente cursa o Mestrado em Comunicação na Escola de Artes e Comunicação da USP. Também colabora com outros sites de cultura pop e quadrinhos como o Minas Nerds, Quadro-a-Quadro, entre outros.

Este post tem 15 comentários

  1. Dani, que texto incrível. Sempre achei bobagem separar HQs regulares das Graphic novels, são em essência a mesma coisa com conteúdo diferente, mas seu texto foi muito bem repertoriado.

  2. Arnold PJ

    Eu me refiro a todos como GIBI até hoje só para tirar uma onda rsrs.. de fato, nessa questão há seus prós e contras, mas creio que as vantagens trazidas são maiores que as desvantagens. Ao meu ver, essa “gourmetização” se deve ao fato de que o mercado dos quadrinhos passou a ser muito mais valorizado nestas últimas duas décadas que outrora, uma valorização evidente hoje. Lembro de uma época em que eu ia nas bancas e os quadrinhos se encontravam em algum canto isolado, por onde eu me limitava a ficar e dar aquela folheadinha… já hoje em dia não sei nem por onde começar a olhar, rs… Felizmente, para os fãs em geral, eu não acho que a estetização muda muita coisa. Como você disse, fã que é fã não se importa com rótulos. E sobre a questão do preço, convenhamos que não tem sido fácil ser um comprador frequente de quadrinhos em geral já faz tempo… E ultimamente então, com a atual situação do país, até Turma da Mônica tá caro… Mas enfim, estou feliz com o rumo que o mercado atual está tomando. Claro, ainda estamos longe do ideal, especialmente no que diz respeito à obras nacionais, mas até esse caminho está mais acessível e possível de se trilhar hoje…

    Gostei bastante de seu embasamento; foi desde o consumo de produtos e artes em geral até nossos amados quadrinhos. Mais um belo texto, congratz x]

    1. Daniela

      Valeu, Arnoldo. Na verdade essa é uma questão recorrente nos encontros de quadrinhos, mas como li o livro do Lipovetsky recentemente, eu achei interessante notar que essa estetização das coisas não se resumiu aos quadrinhos, tem sido um fenômeno que não conseguimos fugir. Embalagens produzidas por grandes artistas, coleções cápsulas de grandes estilistas em lojas de departamentos, conferindo certo status às coisas e aumentando seu preço final. O que dói é que sabemos que o preço final de produtos “gourmetizados” acabam sendo discrepantes demais em relação ao seu custo real. Quando passo na Geek, por exemplo, sempre me choco ao ver livros de R$800,00.

    2. JJota

      Particularmente, gosto dos formatos mais bem acabados. Aliás, Panini, sacanagem essa estratégia de lançar encadernados com esse papel jornal…

  3. Rodrigo Sava

    Curti muito o texto, especialmente informações que foram novidades para mim, como a escolha da hq dos gêmeos como “Book of Life”. Tenho percebido que a Panini está dando início a uma estratégia de lançamento de gibis em capa dura e capa mole (algo antigo no mercado estadunidense, mas raro por aqui), visando públicos distintos.

    1. Daniela

      Sim, Maurício de Sousa é acima de tudo um empreendedor. Agora a turma da Mônica atinge praticamente todas as faixas etárias. Ele conseguiu fidelizar o público antigo e atingir quem não era leitor de HQs tb, ou seja, verticalizou sua produção.

    2. JJota

      Isso vem sendo feito desde o começo com as Graphics da MSP, e agora com algumas edições, como a nova Miss Marvel. Faz tempo que defendo isso, mas a coisa degringola quando a livraria faz o desconto da edições de capa dura do mesmo preço que a edição “popular” está sendo vendida em banca…

  4. JJota

    Texto interessante- embora eu tenha minhas reservas quanto à conclusão do mesmo. Mas acho que a Dani deveria estar se referindo a nerds chatos e sebosos como eu a gente como eu quando escreveu “…os colecionadores não podem reclamar”.

    Particularmente, adoro o formato encadernado, embora ainda consuma mensais. Também curto edições de luxo. E abomino o papel pisa brite (a forma como a Panini chama papel jornal).

    Mas é incrível quando vejo bobagens como aquela mini do “falso” Magneto ganhar esse formato. Gavião Arqueiro, que é legal e tudo, também não precisava de capa dura. Por outro lado, obras como Transmetropolitan não podem ser publicadas de outra forma!

    Claro que entendo as questões comerciais de um lado e financeiras de outro. Sempre defendi que as editoras tivessem versões “econômicas” dos encadernados de luxo, algo que facilitasse o acesso, tipo dividir Crise nas Infinitas Terras em três edições com capa cartonada. Mas um editor da Panini já me explicou que o mercado já é suficientemente restrito pra fazer lançamentos desta forma, tirando casos especiais, como as Graphics MSP e a nova Miss Marvel.

    Mas compreendo perfeitamente o lance de usar o termo graphic novel pra disfarçar o fato de ser “adulto” e ainda ler hqs.

    Pena que eu acho que infantil, realmente, é quem se preocupa tanto com a opinião alheia que precisa criar desculpas pra fazer o que gosta.

    1. Daniela

      Mas é exatamente isso que você disse! heheh
      Eu também prefiro encadernados e histórias fechadas. Mas o que me chamou a atenção mesmo, foi perceber que esse processo ocorreu em todas as esferas de nossas vidas, sabe?
      Acho interessante chamar a atenção pra algo que acontece e que não foi acaso, sabe? Foi um processo longo e bem abrangente, no qual sempre estivemos inseridos sem nos dar conta.

      1. JJota

        Daniela, hoje até pessoas tem “selos” e “desculpas” pra serem “valorizadas”.

        “Não, meus amigos. Eu não sou ‘vaidoso’, sou ‘metrossexual’!”

        “Eu não quero ‘aparecer’, gente. Acontece que eu sou uma ‘sub-celebridade’!”

        “Sim, eu já deveria ter me formado uns anos atrás, mas… Sabe, eu acho que faculdade é ‘mais do que apenas estudar’!”

        A capacidade das pessoas de hoje de disfarçarem seus defeitos e/ou inaptidões com rótulos pomposos – e, assim, agregarem um falso valor a estas condições deploráveis – beira o inacreditável.

  5. Jorge Vasconcelos

    Tenho 41 anos e sou leitor de quadrinhos desde os idos de 1984. Acompanhei muitas mudanças tanto no conteúdo (argumentos, desenhos, cores, etc) quanto no modelo de negócios adotado pela indústria da 9a.arte (aliás, como se arte tivesse uma ordem, um ranking, enfim…). Essa “gourmetização” acontece hoje em dia com todos os produtos de nicho, como quadrinhos, gastronomia (o que tem de shows sobre cozinheiros na TV, não é brincadeira…), compra e reforma de imóveis (outro tema super explorado hoje em dia em shows de TV). Hoje em dia, o antigo cachorro-quente do trailer do sujinho é chamado de Hotdog do Food-Truck, custando de duas a três vezes mais (e o sujinho — agora chamado de Chef Suján — é jurado-celebridade de reality show na TV a Cabo), e por aí vai. A “gourmetização” visa criar uma necessidade de pertencimento a um grupo supostamente “in”, enquanto se você não sabe nada sobre o tema gourmetizado você é considerado “out”. E ninguém que ser “out”, não é? Então a gourmetização é uma maneira de impor a compra e consumo dos produtos gourmetizados e ainda por cima com um plus: vendê-los por preços mais altos sempre (o preço de ser “in” e deixar de ser “out”). Hoje em dia vejo várias pessoas (entre garotos e adultos) que se sentem confortáveis debatendo sobre Vingadores, X-Men, Homem-Aranha e outros, no papel de “connoisseurs”, sem terem lido uma HQ sequer e apenas por terem assistido aos filmes adaptados no cinema.

    As tais Graphic Novels (originalmente estórias one-shot, com começo, meio e fim, geralmente feitas com acabamento superior às HQs mensais e por artistas mais “exóticos” como Alex Ross, Bill Sienkiewicz e outros) foram uma maneira de criar picos de venda e markup (lucro) superior para produtos “premium”. Como viram que a aceitação foi boa dentro e fora do público usual, começaram a utilizar as Graphic Novels como instrumento de teste para um público mais amplo (sair do nicho e virar massa) e com poder aquisitivo (ou disponibilidade de gastos) superior. Não tenho dúvidas que as Graphic Novels foram instrumentos essenciais para convencer grandes estúdios a apostarem nas adaptações para o cinema. Não foram criadas originalmente para isso, mas terminaram por servir a este fim também.

    1. Daniela

      Obrigada por complementar o post, Jorge. É verdade, como você disse, essa gormetização das coisas atinge praticamente todas as esferas de nossas vidas, não há muito como escapar.

  6. Glaydson Melo

    Hoje não se come picolé, come-se palletas mexicanas.
    Não se toma sorvete, toma-se gellato.
    Hoje todo produto tem sua versão premium, gourmet, prime… E grande parte dos consumidores adora isso. Sentem-se, ao adquirirem/usarem um produto deste gênero, diferenciados, superiores. Mesmo que precisem pagar três vezes mais por um produto, muitas vezes sem necessidade.

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