Ellen Ripley – Mais forte que os clichês

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Em uma época em que o cinema de ação começava a entrar em sua era de ouro, com atores que se tornariam símbolos de masculinidade e força, e filmes que se transformaram em clássicos do gênero, Ridley Scott decidiu ir na contramão do senso comum, e nos trouxe uma das maiores franquias do cinema de ficção científica e horror – Alien.

Tudo bem! Naquela época, filmes de ficção-científica e terror eram muito comuns, ainda mais se a trama tivesse temas como espaço e alienígenas. Mas o que o filme fez para se tornar tão memorável? Seriam os efeitos práticos utilizados, os quais renderam ao filme o Oscar da categoria Efeitos Visuais? Seria toda a aura de horror e perigo criado pela criatura e os cenários claustrofóbicos da nave Nostrômo? Sim! Isso também foi crucial para sucesso deste clássico. Porém, mais do que toda essa qualidade técnica, a franquia se beneficiou de um fator que a destoa de tudo que já foi feito no gênero – A Tenente Ellen Ripley.

Se os anos 80 foram marcados por atuações “macho man” de astros como Arnold Schwarzenegger, Silvester Stallone, Jean Claude Van Dame e tantos outros, o ano de 1979 encerrou a década com uma das personagens mais poderosas de todos os tempos. E não digo uma personagem poderosa no sentido de “super-poderes”. Temos uma aqui uma mulher mais forte que o monstro que destrói sua tripulação. Mais forte que os clichês. Mais forte que seus próprios medos.

 

Ellen chega ao mundo desafiando todos os estereótipos criados pela cultura machista do cinema de terror americano, os quais, em sua grande maioria, as mulheres são reduzidas a pares de machões que enfrentam os monstros, ou são colocadas em situações ainda piores. Mas não em Alien. Não com Ripley.

A tenente de voo da nave mineradora Nostrômo é um tapa na cara das expectativas. Ellen sobrevive em um ambiente amplamente opressor, lidando com engenheiros, técnicos e doutores que a rechaçam por sua postura de não baixar a cabeça para ninguém, desafiando muitas vezes os membros da tripulação que possuem uma patente maior que a sua. Mas onde muitos podem enxergar uma simples insubordinação, alguns (como eu) enxergam empoderamento.

Mesmo com sua postura, Ellen não deixa de ser uma pessoa comum, em uma situação totalmente desconhecida. Suas ações não são de maneira alguma previsíveis, e um bom exemplo é a cena em que ela é contra a decisão de levar o companheiro infectado a bordo da nave. Isso faz com que os demais personagens, e até mesmo o espectador, tenham uma barreira em se identificar com ela. Mas, mesmo assim, sua personalidade, carisma, e no final de tudo, preocupação com a tripulação, fazem dela uma personagem que lute mais pela sobrevivência de todos do que qualquer machão que você possa ver por aí. No final das contas, Ellen chega ao ato final do primeiro filme como a sobrevivente de um ambiente que, em qualquer outro filme clichê, a colocaria sendo salva por um galã qualquer.

Ellen Ripley estabeleceu Sigourney Weaver como uma estrela do cinema, e em 1986, em seu retorno ao papel no filme Aliens, foi indicada ao Globo de Ouro e ao Oscar, na categoria Melhor Atriz.

Para quem busca conhecer mais personagens empoderadas durante a Semana da Mulher do Iluminerds, ou simplesmente ver um bom filme, a franquia da Tenente Ellen Ripley está mais do que indicada!

L. H. Sanchez

Estagiário de marketing. Redator e escritor nas horas vagas.

Este post tem um comentário

  1. Ripley é uma das mulheres mais badass da história do cinema, principalmente na continuação (Aliens), onde ela sai no mano a mano com a alien mãe. Ducaraio.

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