Deuses Americanos – Primeiras impressões do episódio piloto

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Finalmente tivemos a estreia da série que adapta a aclamada obra de Neil Gaiman, Deuses Americanos, nos USA. Graças ao deus internet, já assisti e deixo aqui minhas primeiras impressões.

A série Deuses Americanos, sem dúvida, era uma das mais aguardadas estreias do ano. O livro homônimo figura entre as melhores obras da literatura e é considerado por muitos críticos a grande obra de Neil Gaiman. Sabe-se da dificuldade que é adaptar para as telas algo que surge da imaginação de Gaiman, mas ao mesmo tempo, considera-se a riqueza que teríamos caso alguém se promovesse a fazer. Por isso as expectativas em torno dessa série, que estreou nos USA no dia 30 de Abril.

Em primeiro lugar, preciso dizer que estava evitando teasers/trailers, e até mesmo imagens de divulgação, para assistir ao episódio piloto com o mínimo de influência possível. Por isso a surpresa com o elenco. Preciso falar sobre os dois personagens principais.

Ricky Whittle interpreta Shadow Moon, um ex-vigarista que, por motivos trágicos, acaba sendo liberado mais cedo de sua pena na cadeia, e termina trabalhando para o excêntrico trapaceiro Mr. Wednesdey. E aí começam as “estranhezas” de quem apenas tinha um Shadow pintado em sua imaginação, pois imaginava um Shadow um pouco menos expressivo. Mas isso não é algo negativo, Ricky dá vida ao personagem de uma forma muito boa de se assistir.

Mas as glórias e aplausos vão para Ian McShane, que interpreta o Mr. Wednesday. Em sua primeira aparição já percebemos o peso que ele traz pro personagem, a atuação está impecável! Os trejeitos de trapaceiro misturados a uma elegância indissociável, os olhares firmes, a presença de espírito. Ian McShane brilhou como seria digno do All Father, sendo o ponto alto do episódio em todas as suas aparições.

O resto do elenco também está excelente. O roteiro segue, inclusive, algumas falas dos personagens no livro, o que foi bem empolgante.

No entanto, a série não segue o mesmo tom do livro, o que já era esperado. Se optassem por seguir o tom e ritmo do livro, haveria uma enorme chance de não agradar. O que funciona numa mídia nem sempre cai bem em outra, e por isso, considero que a opção pela qual seguiram foi a mais acertada, construindo uma linearidade na história, e já apresentando o motivo para a história estar sendo contada. Mas não pensem que, por isso, a obra acaba sendo resumida ou desmistificada. Desde o começo fica evidente que trata-se de algo grandioso, que supera tudo o que é seguro e científico, e nos transporta para uma realidade onde ciência e magia convivem, convergem, mas não podem anular uma à outra.

Portanto, o episódio piloto, em geral, foi muito bom, e mostra todo o potencial que a série tem. Embora não tenha aquele ritmo do livro, parece funcionar muito bem em sua proposta, deixando muitas expectativas para os próximos episódios.

Aqui no Brasil, a disponibilização está sendo pelo Amazon Prime Video e sites “alternativos”.

Hypolita Prince

"Nerd" por acaso, e ainda não satisfeita com a denominação. Escrevo sobre feminismo, e outros assuntos que me interessem. Não os desenvolvo tanto quanto gostaria, mas é por preguiça de organizar as ideias nos textos.

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