De Grátis! – Deadly Premonition: Director’s Cut

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Como o jogador calejado já sabe, tanto a Xbox Live quanto a PSN dão aos seus assinantes, todos os meses, além dos ótimos descontos em jogos de linha, inúmeros joguinhos menores e independentes de graça. Assim, o objetivo dessa coluna é analisar esses joguinhos mensais tanto na rede da Sony quanto na da Microsoft, cagando uma regra básica e avaliando, na nossa opinião de merda, se eles merecem ou não ocupar algum espaço na amada HD do seu console favorito.

Continuando a série natalina de games chuchu-beleza que a PSN anda dando de grátis no mês de dezembro, vamos falar agora do jogo Deadly Premonition. Um game do gênero de Survivor Horror que, mesmo antigo, surpreende.

Apesar dos gráficos datados, o jogo tem um enorme conjunto de fatores a serem levados em conta. O jogador terá o controle de Francis York Morgan, um detetive ligeiramente esquizofrênico que está tentando descobrir quem é o Assassino da Capa de Chuva, um serial killer que vem aterrorizando a pacata cidade de Greenvile. No fim das contas, o jogador descobrirá que há mais de sobrenatural nos assassinatos do que parece à primeira vista, e uma entidade satânica está por trás de todos os feitos malignos. No jogo, a investigação começa pelo assassinato de Anna Graham, encontrada nua, presa a uma árvore, em crucifixo, por duas crianças gêmeas esquisitóides, com o baixo ventre aberto de um lado a outro. A partir daí, York passará a andar pela cidade, entrevistando pessoas, visitando locais, catando pistas e, eventualmente, matando seres sobrenaturais que têm alguma relação com o serial killer.

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O detetive lunático Francis York, ao seu dispor.

O interessante deste game é que o jogador deve prestar atenção em inúmeros indicadores. Seu personagem sente fome e sono, por exemplo. Isso obriga o jogador que leve York para dormir e se alimentar. Se passar muito tempo com fome ou sem dormir, passa a ter a saúde afetada. Além disso, precisa mandar seus ternos pra lavar… Se não fizer isso, não terá credibilidade pra entrevistar testemunhas ou buscar pistas junto às pessoas (ninguém quer conversar com um indigente, né?). Da mesma forma, ao se deslocar pela cidade de Greenvale, você poderá usar seu carro. Para isso, terá que comprar combustível e ficar atento à deterioração do carro, que deverá ser gradualmente reparado, ou, se quiser, ver seu carro ser levado ao ferro velho…

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Ou, se não quiser dormir, sempre há como ficar acordado na base do café…

Ao mesmo tempo, a história se passa num tipo de mundo onírico, onde York pode optar por vaguear por um quarto branco ou pelo quarto vermelho. O quarto branco é o subconsciente de York, enquanto o quarto vermelho é seu subconsciente direcionado ao mal. Tanto na cidade, quanto nesse mundo onírico, o jogador, através do personagem, vai coletando evidencias e montando um arquivo com perfil, que pode levá-lo, em última instância, ao assassino.

Falando no assassino, ele aparece em eventos-surpresa, que pedem que ou o jogador se esconda ou o persiga. Dependendo de quão bem ou mal sucedido o jogador for, descobrirá novas pistas. Ao longo do jogo, novas pessoas serão assassinadas, o que trará tensão, pois pode ser qualquer um dos coadjuvantes com os quais o jogador interage. Aliás, os coadjuvantes desse jogo são outra sacada bastante criativa neste game. Aqui, os personagens coadjuvantes não ficam sentados, ad infinitum, nos mesmos cenários, esperando que o jogador fale ou interaja com eles. Se uma das pistas levar o Detetive York a entrevistar determinada pessoa, o jogador deverá esperar o momento certo do dia para encontrá-la, já que essa pessoa tem uma vida própria, e vai resolver suas coisas, tratar de seus afazeres. Aliás, as conversas e humores dos personagens coadjuvantes também mudam, de acordo com o horário do dia em que o jogador os aborde para conversar ou com o clima.

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Aqui, nosso bravo detetive entrevista alguém do elenco do filme O Segredo de Brokeback Mountain.

Os gráficos, como já disse anteriormente, são datados, com cara mesmo de jogo da geração PS2, mas com quantidade de dados digna de um jogo da geração PS3, já que um jogo de PS2 não poderia nunca suportar os 12 Gb de dados que Deadly Premonition contém. Os cenários são simples e as texturas e cores bastante duras e cruas: nosso detetive tem nítido aspecto de manequim (como eram os modelos de personagens em tempos de PS2), só que com alguns detalhes a mais, algumas cicatrizes e marcas de expressão extras. As florestas, carros e construções, apesar de exibirem uma boa amplitude de cores e gradações, são, às vezes, sem graça e um tanto quanto pasteurizadas, desfazendo bastante a aura tensa que o jogo evoca em sua história e trilha sonora.

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Este escritório, apesar do bom design, não é orgânico. Tudo está muito certinho e no lugar, como uma maquete. Um lugar habitado não teria cadeiras posicionadas de maneira tão geometricamente perfeita, nem livros e arquivos tão perfeitamente alinhados…

 

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Da mesma forma, estes equipamentos, que deveriam ser velhos ou gastos pelo tempo, expõem uma padronagem toda uniforme, deixando bem claro que a ferrugem e todo o desgaste impostos pelo tempo são falsos…

A trilha sonora é irregular. Tem bons momentos de tensão e bons temas tranquilos, mas em vários outros momentos é monótona e não acrescenta nada à narrativa. Os efeitos sonoros são padrão, tendo bom desempenho dos atores, principalmente de Jeff Kramer, que fez o Detetive York.

A jogabilidade é, por vezes, truncada, e não empolga como deveria. O sistema de mira é falho em alguns momentos, tornando difícil atirar nos inimigos diabólicos com eficácia. Ao comandar seu personagem, pelo cenário, em alguns momentos ele anda ou corre de maneira estranha, dessincronizada; isso, em si, não interfere na jogabilidade, mas que é esquisito, isso é… A interface dos menus é amigável e criativa: você tem acesso às pastas de perfil dos assassinatos, controles, mapas e demais configurações numa tela que simula um escritório improvisado. Por outro lado, o jogo é brilhante ao agregar elementos de RPG em tempo real (no melhor estilo Zelda: The Ocarina of Time) a um jogo do gênero Survival Horror, e tem grande mérito por isso.

No fim das contas, em sendo de grátis, vale bastante a pena. Se fosse um jogo para se comprar, eu teria minhas dúvidas, e não sei se recomendaria com esse entusiasmo, mas, de graça… A versão oferecida pela PSN é a Director’s Cut, que tem um final mais extenso e inúmeras DLCs, que incluem novos cenários e outros conteúdos extras. No fim das contas, não afetam tanto assim no pacote, de maneira geral, mas o jogo, como um todo, é interessante. Vale uma boa olhada.

FICHA TÉCNICA.

Promoção da PSN – novembro-dezembro de 2014

Plataformas – Playstation 3

Ano de lançamento – 2010

Nota – 7,0

 

Colossus de Cyttorak

Detentor dos segredos da Mãe-Rússia, fã incondicional de jogos da antiga SNK (antes de virar esse arremedo, chamado SNK Playmore), e da Konami, Piotr Nikolaievitch Rasputin Campello parte em busca daquilo que nenhum membro da antiga URSS poderia ter - conhecimento do mundo ocidental. Nessa nova vida, que já conta com três décadas de aventuras, Colossus de Cyttorak já aprendeu uma coisa - não se deve misturar Sucrilhos com vodka, nunca!!!!

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