Conheça seu Iluminerd – Messias

Você está visualizando atualmente Conheça seu Iluminerd – Messias

Com certeza, você já se questionou sobre quem é a pessoa por trás do texto que está lendo. O que ela faz, de onde ela é, qual sua formação…

Por isso, decidimos criar esta série para dar uma luz sobre os autores do Iluminerds. Se quiser saber outras coisas sobre eles, basta perguntar nos comentários.

Começamos com a iluminerd Milk.

Hoje, conversamos com Zé Messias

***

Primeiro, diga-nos seu nome.

Cleveland_BrownMeu nome é José Carlos Messias e mais alguns sobrenomes que não to a fim de falar. E sim, Messias é meu sobrenome de verdade por parte de mãe. Então, se por acaso você é um Messias de Sergipe você pode ser meu parente… Se for gostosa, pode me contatar.

Com este nome, poderia muito bem fundar uma nova Igreja. Já pensou nisso? Aproveitando o momento, qual a sua opinião sobre Religião?

Já. Não sei se é o nome, ou minhas próprias tendências sociopáticas, leitura de quadrinhos de super-herói em excesso, mas tenho quase certeza de que sofro daquele negócio que os psiquiatras chamam de Complexo de Messias (o Ebony pode falar mais sobre isso).

Quantos anos?

25

De onde é?

Do Rio de Janeiro, mais especificamente da boa Zona Norte. Numa região conhecida como Grande Méier (a mesma que Will Smith e Kanye West visitaram no último Carnaval. CHUPA TIJUCA!!!!)

Estuda ou é formado? Em quê?

Sou jornalista. Mestre em Comunição (isso é um título de verdade, não estou me gabando). E atualmente estou cursando o doutorado.

Trabalha? Em quê?

Eu não trabalho per se. Atualmente sou o que se chama de “estudante profissional”. Minha ocupação atual, além da pesquisa do doutorado, seria o site, aqui sou revisor e redator, o que seria o mais próximo das atribuições profissionais que eu teria num emprego “de verdade” (ou seja, um lugar em que eu seja realmente pago por isso).

No texto, Ensaio antropológico de primeira ou A Inconstância do Gordo Perdedor Selvagem, você se define como “acadêmico cascateiro, gênio incompreendido, otaku, metaleiro, fã de balé e música clássica (alguma coisa contra?!), sou um nerd em tempo integral”. Vamos por partes… Quando você disse “acadêmico cascateiro”, lembrei-me de sua palestra no NerdRio, em que diminuiu sua profissão de acadêmico, colocando este “trabalho” entre aspas. Você realmente não vê a vida acadêmica como trabalho formal? Se você produz algo para a sociedade (conhecimento e conteúdo) e recebe em troca apoio financeiro, isso não é um trabalho? Qual a sua opinião sobre o meio acadêmico brasileiro?

Particularmente, eu não considero a vida acadêmica (estudantil) um trabalho. Ou melhor, ela é um trabalho, mas não um emprego. Até porque atualmente eu não tenho bolsa (então pode-se dizer que estudo pelo prazer de estudar e pelo “dever cívico”, ou coisa que o valha, que me impele a pesquisar no campo da comunicação pelo “bem da sociedade”… Olha o Complexo de Messias agindo ai… rsrs). Independente do fato de eu ter bolsa ou não, acho muito problemática essa ideia de considerar a pesquisa como um emprego. Essa é a mesma lógica, por exemplo, dos órgãos de fomento que te impedem de ter vínculos empregatícios enquanto recebem a ajuda de custo que é bolsa.

Dificilmente receber entre R$ 1500 e R$ 2500 (mestrado e doutorado) pode ser considerado um salário de nível superior – embora muita gente receba menos que isso, não quer dizer que esteja certo. A bolsa é uma ajuda de custo, e só isso, ela até paga por uma parte do seu tempo, mas não do seu tempo como profissional (que seria muito mais caro) e ela serve mais como auxílio para o “trabalho-extra” que o aluno vai ter (com livros, viagens, materiais diversos e gastos diversos) do que como forma de subsistência.

Há uma inversão de valores aqui, o senso comum que pensa que os “estudantes profissionais” estão curtindo a vida às custas de seu imposto suado, mas isso não é bem verdade. Ser um estudante-pesquisador certamente não te torna um funcionário da faculdade, do governo ou de qualquer instituição que esteja fomentando a sua pesquisa.

Por isso que eu digo que ser pesquisador não deve ser considerado um emprego, seu chefe não é seu orientador, sua instituição, nem os contribuintes, seu chefe é o conhecimento em si. Você contribui com o Conhecimento e recebe Conhecimento em troca. O apoio financeiro, quando há, não é para mim, é para a pesquisa, para a condução da mesma e para seu desenvolvimento de forma correta, sadia e no menor tempo possível (por isso o apoio financeiro). Caso contrário, nessa minha atual condição de pesquisador sem bolsa eu seria um trabalhador escravo… (eh, isso até faz sentido..Vou denunciar a UFRJ e todo os sistemas representados pelo MEC e o MCTI no Ministério Público….rsrsrs)

Você é fã de balé e música clássica (nada contra). Quando e como esta paixão começou? Se tivesse que persuadir uma pessoa a gostar destes estilos, o que diria a ela? Com quais argumentos a convenceria a apreciar esta arte?ClevelandJrPopcorn_600

Curiosamente, tudo começou com o cinema… Cinema e televisão, eu diria. Não só filmes e demais programas que tenham compositores como tema, como O Segredo de Beethoven, Amadeus (que vergonhosamente ainda não vi), aquele episódio do Chapolin sobre Chopin, diversos episódios de Simpsons e outros exemplos que não consigo lembrar agora, mas também a música de concerto como elemento-chave de uma obra audiovisual. Todo mundo se lembra de Assim Falou Zaratustra de Strauss em “2001 – uma odisseia no espaço” (http://www.youtube.com/watch?v=lyJwbwWg8uc), A Cavalgadas das Valquírias de Wagner em Apocalipse Now ou Adágio para Cordas de Barber em Platoon (curiosamente citei filmes apenas que não vi. Shame on me! ahauhaua). Enfim, eu tenho uma boa memória, guardo esses momentos, vejo a ficha do filme e procuro na Internet depois (isso quando eu era mais novo).

A partir desse primeiro contato eu desenvolvi um gosto pela coisa e comecei a procurar por conta própria e só pela música, não mais tendo outra obra como referência. Foi assim que pulei de Beethoven e Mozart (os mais pops), para compositores como Mahler, Verdi, Brahms, Bach (que embora seja famoso, é meio chatinho de ouvir), Wagner (outro famoso chatinho de ouvir), Stravinsky e demais. Agora quanto a óperas e balés eu não sei explicar bem. Sempre achei óperas interessantes, mas tinha medo de achar chato, então só fui ver e ouvir uma completa mesmo (em todas as suas duas ou três horas de duração) recentemente.

O balé entrou junto nesse saco, acho. Tanto que não gosto de dança, como o fã regular das artes cênicas, eu só curto balé. Não me chame pra ver um espetáculo de dança moderna ou contemporânea que vou dormir… rs

Agora quanto a convencer outras pessoas a gostarem, isso é mais difícil. É preciso ter bastante paciência e certa sensibilidade mesmo pra coisa. Quem gosta de metal geralmente tem uma inclinação para curtir mais (mesmo que só trechos e não obras completas). A banda Symphony X, por exemplo, adora fazer isso, passei a ouvir Verdi por causa deles. No álbum “V – The New Mythology Suite”, eles usam parte do Requiem desse compositor, que é lindo por sinal (gosto mais do que o de Mozart). O trecho é famoso e também já foi utilizado abertura do PES 2011. A partir daí fiquei viciado em Requiens e não os larguei mais.

Pra quem não sabe, Requiem são obras cujos textos-base são missas fúnebres da liturgia católica. Meio deprê, não é?

Esse aqui é o álbum: http://www.youtube.com/watch?v=yBfHBQ0hTfQ

Esse aqui é um trecho do Requiem, uma das minhas passagens favoritas, o rito final “Libera me” (que seria o morto, ou melhor, os enlutados pedindo para Deus liberar o espírito da danação eterna e meio que abrir os caminhos pra ele no dia do juízo final. Detalhe, não acredito em nada disso, nem sou religioso, só aprecio a beleza e a poesia da coisa).

http://www.youtube.com/watch?v=9Vm_uIKVHQo

Em seus textos sobre mangás (e são vários), sempre há alguma alusão à sexualidade/sensualidade da coisa. Como punheteiro profissional e apaixonado pela cultura japonesa, há de fato esta ligação entre sensualidade e os mangás, ou a pornografia é por sua conta? Há uma explicação para esta “configuração” cultural japonesa?

Estou tentando não dar respostas longas, mas você me pergunta coisas cujas respostas serão sempre um tratado de filosofia… hehehe.

Não é que os mangás estejam obrigatoriamente ligados à sensualidade, mas, sim, eles retratam mais abertamente o corpo humano do que nossa sensibilidade ocidental está acostumada, mostrando peitos e até nu frontal completo em mangás considerados juvenis (embora sem aparição de genitais ou pelo menos sem pelos pubianos… Uma coisa meio “não erógena”). Muitas heroínas de quadrinhos da Marvel e da DC, mesmo vestidas, estão exibindo muito mais sexualidade e sensualidade (que são coisas diferentes) do que a maioria das personagens japonesas, numa lista rápida poderia pensar a Mulher Maravilha, Mulher-Gato, a lanterna verde Arisia, Donna Troy dos Titãs (impossível conter a ereção, sério mesmo!), a Viúva Negra, Mrs Marvel, Kitty Pryde, Vampira, e claro, Mary Jane Watson. Elas são muito mais objetificadas e sensualizadas de formas tão óbvias (e vulgares) que fico até constrangido, às vezes.

Trabalhos japoneses vistos na mídia como Tenjho Tenge de Oh! Great (esse é o pseudônimo do cara) ou Highschool of the Dead, não são muitas vezes comercializadas para o público infanto-juvenil (10-16 anos), mas para os jovens adultos (17-35 anos). É inegável que os japoneses são conhecidos pelo gênero hentai, a pornografia mesmo, e muitos elementos desse gênero podem estar presentes em outros tipos de histórias, mas nem por isso significa que tudo seja pornografia, nem que vise apenas um efeito sensual. bronha

Do que se trata a sua dissertação de Mestrado? Seguiu o mesmo tema no Doutorado? Por favor, explique-nos de maneira não-acadêmica…

No mestrado estudei a representação dos heróis nas culturas ocidental e oriental, ou seja, comparei os ideais de herói presentes nos mangás e nos comics (eu costumo chamar os quadrinhos americanos de comics porque acho meio ofensivo falar em mangá e HQ como se fossem coisas diferentes. Isso é meio polêmico! Tem gente que defende que mangá não é história em quadrinhos, por exemplo). Como objeto, eu utilizei Samurai X e Vagabond do lado Oriental e Superman e Batman no lado Ocidental. Se algum dia eu conseguir publicar a dissertação, faço uma promoção aqui no Iluminerds pra galera.

No doutorado eu continuo no ramo do entretenimento, mas dessa vez parti para os games. Eu estudos as interações sociais e criativas das comunidades piratas do PES, Guitar Hero e WoW (outro tema polêmico…rs).

Quais você prefere: heróis ocidentais ou Orientais? Por quê? Pode citar seus preferidos?

A pergunta de um milhão de dólares! Eu vou fugir pela tangente e aproveitar a formulação da pergunta. Eu prefiro os quadrinhos orientais, eles são bem mais complexos e narrativamente exploram mais temáticas, mas em termos de herói mesmo (tipo, super-herói, como capa, espada, poderes etc.) acho que gosto mais dos ocidentais. Meus heróis favoritos são, sem dúvida, Capitão América, Superman e Hulk (não necessariamente nessa ordem). Talvez não necessariamente por todas as histórias deles, só algumas específicas, mas, sobretudo, pela ideia que tenho deles na cabeça. Aliás, um dos meus maiores sonhos seria deixar de ser preguiçoso e escrever os roteiros das histórias que rascunhei para o Super, por exemplo.

Quer deixar algum recado para seus leitores do Iluminerds?

Escrevi tanto que não sei mais o que dizer aqui. Acho que vou de, “continuem fofinhos, homens!” (isso pareceu meio, OU MUITO, gay, mas é retirado daquele desenho Madagascar, não significa que eu quero homens fofinhos pra mim, mas que os leitores devem ser fofinhos…na vida. O “homens” foi no sentido impessoal do termo).

Gustavo Audi

Se fosse uma entrevista de emprego, diria: inteligente, esforçado e cujo maior defeito é cobrar demais de si mesmo... Como não é, digo apenas que sou apaixonado por jogos, histórias e cultura nerd.

Este post tem 6 comentários

      1. José Messias

        eu não disse que danço balé, eu gosto de assistir…é realmente muito bonito. Só não é uma dança sensual que faz o bumbum mexer, ai a galera de vez em quando torce o nariz

  1. Entao… eu quero dizer este pequeno comentario. inicialmente te digo meus parabens por este maravilhoso trabalho neste site. quase sempre e muito dificl achar um otimo conteudo na internet. Tudo aqui esta muito legal. eu absolutamente adorei. o jeito com as coisas por aqui e postado e realmente muito bom. voce tem meu gostar.

Deixe um comentário