Como Eu Era Antes De Você: Uma opinião romântica

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(A idéia aqui, se nos permitem, é fazer uma pensata. Usando o coração. O filme provoca isso, e aqui está a tentativa, sem filtros).

Emilia Clarke é uma atriz realmente talentosa. A personagem dela, Lou, é uma pessoa brilhante. Como ela mesma se define durante um casamento milionário, é completamente invisível, como as pessoas que estão ali apenas servindo. Mas de seu interior emana uma luz que só quem se aproxima o suficiente consegue enxergar. É uma luz que brilha mais em uns que em outros, uma força que se encontra exatamente onde achamos que a perdemos, e que nos guia de volta à nossa própria.

O coração dela é grande como o castelo de Will (Sam Caflin) – por quem se apaixona e vice-versa. Lou é uma moça aparentemente ordinária, vista como uma simplória, como mais uma qualquer, alguém cuja chama faz com que muitos lhe digam o que está farta de ouvir: que ela tem “tanto potencial”… E, em sua falta de ambição, sua resignação, sua pronta aceitação de um lugar preestabelecido no mundo e de seu papel imutável como uma peça numa engrenagem, ela se entrega sem filtros e, num lampejo daqueles que ocorrem uma ou duas (se tiver sorte!) vezes, seu destino a leva para o primeiro dia do resto de sua vida. E faz acontecer o mesmo com um pobre rico rapaz imobilizado numa cadeira de rodas.

O quanto eles mudam a vida um do outro? Depende do quê cada um de nós vê como uma mudança. Um corte de cabelos pode ser uma. O uso de um novo perfume também. E um sorriso? Uma lágrima? Um novo sentimento iniciando uma corrente elétrica mágica no cérebro, que percorre todo o seu corpo, lhe fazendo suspirar, interrompendo qualquer pensamento que estiver tendo neste exato momento? Aquele sentimento que basta piscar para sumir, deixando seu sabor inesquecível?

Ao final do encontro dos dois, mudanças ocorrem. O que parece ser pode não ter sido. Afinal, temos apenas as imagens, não o coração deles em nossas mãos. Mas no nosso temos a certeza de que algo se transformou ali, em algum momento ou ao longo de muitos momentos, e que essas mudanças, como todas as importantes, continuarão a surtir seus efeitos e a influenciar o seu destino. Para mim, o sentimento que fica com o filme: Não mudamos o que aconteceu, mas podemos decidir o que acontecerá.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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