Toda essa conversa sobe avanço tecnológico, conhecimento, e consequências do uso combinado dos dois, nos traz a algumas conclusões importantes, já entrevistas ao longo da comprida conversa que realizamos dessa vez!

Cada um está sujeito aos limites e virtudes de seus costumes e hábitos. O camarada que nunca viu uma bicicleta estranha, por mais que já tenha andado de carro! Não somos lineares, embora muitas vezes cultivemos a ilusão de ser…

Emblemática dessa questão, a meu ver, é a sistemática recusa desse titã do traço que se chama Júlio Shmamoto, em usar computador para algo que não seja e-mail! Shima, como seus fãs e amigos têm o costume de chama-lo – cabe frisar, ele sempre foi um dos mais ousados e experimentalistas de todos os desenhistas brasileiros, não apenas no ramo do terror, como em qualquer um! – No entanto, pra ele, criatividade sempre foi à unha. Existe toda uma produção sua, dos anos oitenta e noventa, em que trabalhou instigado em fazer à mão  o que muitos outros fizeram apenas por existir a máquina. Ouviu dizer, por exemplo, que no photoshop se pode distorcer desenho à vontade… Pois muito bem, Shima fez diversas hqs a partir de um único desenho, distorcido a não mais poder! Distorcido, como? Simples, desenhava numa bexiga de borracha, e tirava diversos xeroxes da dita, que torcia em direções e modos variados…para terror psicológico, ou transformação do personagem em lobisomem. Deu certo demais!! Fazia com tinta branca em bexiga escura, tornada preta pelo xerox… Experimentalismo é isso! Uma mente determinada manipulando recursos de forma consciente!! Demais, ele não escondeu a técnica, explicou pra muita gente que, claro, jamais conseguiu resultados comparáveis aos dele…

Assim, creio que aqui me cabe dizer que continua, sim, na próxima batalha!! Refletir sobre o que nos seduz, juntando uma coisa com outra, sempre diverte bastante!!