CCXP 2015: Nós fomos!

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Você já sabe: Maior evento geek da América Latina, #vaiserépico, etc e tal.

Convenção que impressiona pela grandiosidade, a Comic Con Experience, em seu segundo ano, já é considerada ‘O’ evento, um verdadeiro sonho para os fanboys de todo o gênero, e vem desafiando os limites do uso de superlativos dentro e fora da imprensa especializada.

Do lado de dentro, muito mais gente que no ano anterior: coisa de 142 mil pessoas (versus 97 mil em 2014!), incluindo fotógrafos, equipes de tevê e incontáveis e apaixonantes cosplayers. E mais estandes, mais painéis, palestras e todo tipo de atividades simultâneas impossíveis de acompanhar que te fazem desejar ser o Dr. Manhattan.

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Falando em cosplayers, é inegável que o sucesso da feira não seria o mesmo sem a presença maciça e – vale dizer – profissional desse pessoal altamente criativo que reproduz ou reinventa meticulosamente o personagem admirado, arcando sozinho com os custos – às vezes bastante elevados, do material empregado. Arriscamos dizer que um terço da permanência na CCXP é gasto contemplando, interagindo ou fotografando o povo fantasiado (outro terço, para quem quiser saber, é gasto babando nas estátuas e action figures, e o último terço, participando da programação oficial e das atividades nos estandes).

Uma das atividades que mais valeram a espera na quilométrica fila foi a piscina de bolinhas. Enorme e funda, oficialmente era o veículo de divulgação da continuação do blockbuster Procurando Nemo (Procurando Dory) mas, para aquelas centenas de jovens pacientes, tratava-se de um SPA para o corpo e a mente.

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Sério. Afundar em uma piscina de bolinhas pode ser desesperador para alguns desavisados e desacostumados e claustrofóbicos. Para todos os demais, todavia, é a glória. Uma espécie de nuvem de brinquedo ou mar minimalista, seco e calmo no qual os pensamentos voam e a gravidade se perde. Pena serem apenas sete minutos…

Outra coisa: Dependendo do seu nível de interesse pelas atrações ou pelas novidades e pela cultura pop em geral, dois dias é pouco para ver tudo com calma – e para participar dos painéis mais concorridos, no qual se pode permanecer mais tempo na fila que no auditório. Além disso, o fator caravana deve ser considerado. É natural abrir mão de algumas atividades em nome do que a maioria prefere fazer em cada momento, assim como é maior a possibilidade de ampliar o fator diversão por metro quadrado ao trocar idéias e impressões do que está acontecendo com quem supostamente já conhece e compartilha suas referências.

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Por outro lado, trocar idéias com outros fãs é sempre enriquecedor, sejam eles cosplayers, atendentes ou visitantes em geral. O surgimento de novas amizades é quase inevitável , assim como paixonites fulminantes, afinal, todos ali têm algo em comum: o amor pelo mundo do entretenimento.

Amor e entretenimento foram as palavras que definiram o encontro de atores e redatores da Tv Pirata – simplesmente o programa humorístico dos anos 80 que lançou a base para tudo que veio depois, de Casseta & Planeta ao Pânico na Tevê, passando pelOs Normais e o Tá no Ar. Estivemos ainda no painel Editores Reunidos!, um despretensioso ensaio sobre o ‘mercado’ de quadrinhos nacional em forma de conversa entre amigos.

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Em meio ao repetido problema do calor no local, notamos sensível melhora na organização das filas. A entrada foi mais rápida, a saída também, bem como as filas para comprar comida e pegar o pedido. Os preços continuaram caros, seja da água ou das HQs e colecionáveis. Ou seja, não vi na CCXP nem sinal da propalada crise. Não, pera… Na verdade, é possível enxergar alguma crise na distribuição de brindes ou nas ações de marketing de algumas empresas envolvidas. Por exemplo, ano passado, havia um delicioso drinque sem álcool com divertidas bala de goma oferecidos juntamente com uma foto impressa no estande promocional de Hotel Transilvânia 2, e ainda levávamos o belo copo de acrílico verde no qual era servido.

Neste ano, desistimos do drinque fuleiro dos Caça-Fantasmas no estande da Sony-Universal, pois era necessário passar por uma verdadeira maratona de atividades bobas a fim de conseguir carimbos suficientes para a tal bebidinha.

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O estande da Sony-Universal, por falar nisso, era mesmo o mais avarento. Havia um carrinho de pipoca grátis no sábado, que virou no domingo uma recompensa para alguma ação. Ao lado, a divulgação do filme A 5ª Onda tratava como presente para quem acertava um alvo uma amostra grátis de um trecho do livro que originou o filme…

Entretanto, o troféu Marketeiro & Mercenário vai para o Cinemark que, a despeito de patrocinar o auditório principal, que, por sinal, ficou mais bonito, montou no local sua bomboniére, cobrando pela pipoca os mesmos preçoletes praticados em seus cinemas (e distribuiu pelo evento carrinhos vendendo a mesma pipoca pelo mesmo preço – só que fria, e os indefectíveis óculos 3D de Star Wars). Parece recalque de quem não adquiriu o cartão, o balde ou os óculos especiais – e é possível que seja mesmo…

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Enfim, foi um evento para quase todos os gostos, e desesperador para quem gosta de muita coisa e não possui as habilidades do Homem Múltiplo. Fica a dica para o ano que vem: Escolher e optar pelas atrações simultâneas com antecedência é sempre melhor, ainda mais com o luxuoso auxílio do app da CCXP, que, longe de ser perfeito, é bastante útil para tirar dúvidas de última hora e tomar decisões rápidas… ainda que erradas!

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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