Batman na coleção Dc Comics da Eaglemoss – Miniatura, Revista-Fascículo e Caixa Protetora

Você está visualizando atualmente Batman na coleção Dc Comics da Eaglemoss – Miniatura, Revista-Fascículo e Caixa Protetora

abertura

Para nossa $orte, as bancas de jornal estão cada vez mais parecidas com gibiterias e lojas de brinquedos. Além da crescente variedade de magazines, quadrinhos e mangás, começa a saltar à vista a quantidade de colecionáveis posta à venda, voltados a todos os públicos.

Não faz muito tempo que uma das únicas opções desse tipo era a Revista Recreio, que, voltada para o público infantil, ainda é o grande exemplo da comercialização em bancas de brinquedos licenciados. Editoras como a Planeta de Agostini têm buscado para esse público, lançando coleções de bonecos como “Os Animais da Fazenda” no rastro deixado pela Recreio.

A oferta para jovens e adultos, entretanto, tem se destacado, sendo possível encontrar diversas coleções voltadas para a montagem de miniaturas, como a “Super Carros Inesquecíveis”, da Innovant Editora, bem como de estatuetas diversas, quase sempre ligadas a ícones da cultura pop.

A Eaglemoss Collections lidera esse segmento, apresentando atualmente coleções de O Senhor dos Anéis, Era do Gelo, Marvel e DC Comics. É visível o sucesso do empreendimento, a ponto de a empresa lançar no país figuras especiais e mais caras, como a de Darkseid (DC Comics), Uatu, o Vigia, e de um Sentinela (ambas da Marvel Comics).

encarte

Depois de namorar as figuras da Marvel, propus casamento à primeira miniatura da coleção da DC lançada: a do Batman.

A paixão à primeira vista decorreu da aparente qualidade do produto, dos extras que o acompanhavam, do precinho de lançamento e daquele irresistível desejo de mostrar ao mundo o quanto amo as histórias em quadrinhos (em que pese a visão de uma miniatura do Batman sugerir que só amo as HQs americanas mais comerciais, ou pior: que amo Os Novos 52…).

Recorte de páginas do encarte publicitário
Recorte de páginas do encarte publicitário

Encartado num enorme e vistoso papelão que, infelizmente, não dava para pendurar na parede, estava a estatueta do morcegão, devidamente protegida, uma revista-fascículo, e também uma pequena publicação de 8 páginas. Esta, além de trazer, nas páginas centrais, uma linha do tempo reunindo informações relacionadas aos personagens da DC – como surgimento, mortes, sucesso de sagas e estreia de filmes derivados no cinema -, funcionava também como uma charmosa propaganda, explicando em detalhes a fabricação das miniaturas, as seções das revistas-fascículos e ainda sobre outros itens oferecidos, como caixa arquivo e base para exposição.

revista1

A revista-fascículo do Batman  em formato magazine, capa cartonada e 18 páginas de miolo em papel especial de boa gramatura – conta, na segunda página, com um índice de suas seções, expediente informando inclusive os editores originais, e creditando os criadores reproduzidos em suas páginas. E, quando digo criadores, é para ressaltar o fato de que a revista não credita apenas os desenhistas e arte-finalistas que produziram originalmente as imagens que ilustram as seções, mas também – num exemplo de respeito editorial, os escritores cujas palavras não só pululam dos balões e recordatórios retratados, como provavelmente arquitetaram, em forma de roteiro, as cenas originalmente mostradas nas HQs.

Embora dinamicamente diagramada, com figuras surgindo em meio ao texto, o design não chega a ser inventivo, com tipologia e boxes de informação muito comuns em publicações enciclopédicas, o que realmente é uma forma digna de acondicionar dados, embora não incentive muito a leitura.

revista2

Na verdade, algumas imagens e texturas de fundo acabam se misturando a alguns parágrafos. É um mérito, porém, a divisão dos textos em blocos menores, praticamente temáticos, com títulos em negrito acima de cada um deles.

O letreiramento dos balões das HQs que ilustram a leitura é todo digital, não sei se traduzido e feito especialmente para a edição ou utilizado das edições de tais histórias lançadas pela Panini. Uma coisa é certa, amigo nostálgico: ao nos depararmos com cenas de Batman: Ano Um e O Cavaleiro das Trevas, de pronto descobrimos que o fascículo não escaneou as saudosas edições letreiradas à mão pela editora Abril nos anos 80…

revista3

Contei, das ilustrações do fascículo, pelo menos 13 com o lápis de Jim Lee, o que parece refletir uma opção editorial pelo chamariz comercial que o desenhista costuma ser desde os anos 1990. A supremacia de Jim Lee faz com que o arco Silêncio seja o mais reproduzido no fascículo, seguido de Batman Ano Um, desenhado por David Mazzuchelli e de Bob Kane com as primeiras HQs do cruzado de capa. Menção honrosa a Frank Miller, com a clássica cena do soco no Super-Homem (Superman é o c$!@#hoo!!!) em O Cavaleiro das Trevas, e Jim Aparo, que desenhou Morte em Família, na qual Jason Todd deveria ter morrido, e parte significativa de A Queda do Morcego.

Ponto para a divisão das seções da revista, que começa com a trajetória do vigilante de Gotham, do assassinato dos pais de Bruce Wayne até a chegada do filho do demônio, isto é, Damian. O que faz com que o Batman reproduzido em metal seja o infeliz apagado da existência, e não o atual morcego de Os Novos 52.

revista5

Na seção Grandes Clássicos do Batman, revisitamos as imbatíveis minisséries Batman Ano Um e O Cavaleiro das Trevas, mas o destaque vai para o resgate das primeiras edições de Batman – Detective Comics com a dupla Dennis O’Neil e Neal Adams, que revitalizaram o visual do combatente do crime e criaram o Morcego Humano.

Passei batido pela maçaroca de texto que acompanhava a seção de Aliados e Inimigos do morcego, indo parar na saborosa seção Bat-Trecos, com diversos apetrechos do cruzado embuçado, como o batarangue e o arpéu. De se reclamar, apenas o tamanho reduzido da seção, que dedicou quase o mesmo espaço do batmóvel as menos importantes batmoto e batnaves, deixando de mostrar modelos clássicos de carros que foram adaptados do cinema para os quadrinhos.

revista6

A seção Criando Uma Lenda fecha com chave de ouro o fascículo, apresentando um estudo da criação do morcego, por Mike Conroy, que escreveu diversas obras sobre HQs. Conroy trata da comparação com o Homem de Aço, das influências de Bob Kane e da importância de Bill Finger no desenvolvimento do personagem e de sua mitologia.

Falemos, então, sobre a propriamente dita estatueta do morcego. Parece inspirada na arte de Alex Ross, Frank Miller, Graham Nolan e, claro, de Jim Lee. O porte atlético e corpulento, e a pose majestosa e decidida remetem ao Batman de seus melhores e mais confiantes momentos, em que aterroriza o meliante só com sua aparição ou em que encara e chama para briga uma gangue inteira, sem se esconder nas sombras ou se enrolar em sua capa.

A beleza da miniatura e a qualidade da pintura, entretanto, não é tão grande quanto a fragilidade desse objeto de desejo. Deixei cair um outro item da Coleção DC, que adquiri antes do Batman, em outro país: o personagem Hitman, um assassino criado por Garth Ennis e John Mcrea, que ganhou revista própria nos anos 1990, já encerrada, em que chegou a contracenar com o morcegão.

revista8

Hitman possui uma pistola em cada mão. Após seu contato rápido, forçado e brusco com o piso, passou a contar com apenas uma. Uma pistola e uma mão. Tentei consertar com diversos tipos de cola, mas não ficou a mesma coisa. Uma pena. É por isso que o acondicionamento das miniaturas numa caixa protetora de papel e plástico que as acompanha é tão importante: embora a Eaglemoss, ao comercializar uma plataforma transada para reunir as miniaturas, incentive-nos a tirar os pobres bonecos da salvadora embalagem, é bom saber que, a qualquer momento que precisarmos, podemos contar com ela.

Bem… quanto a colecionar as demais miniaturas, prezados companheiros, aí já não tenho certeza. Sabe como é, dizem que o amor é cego, não a paixão. Decerto que as estatuetas são bonitas, bem esculpidas e pintadas, mas, como percebi que prefiro as ruivas, digo, as action figures, decidi abrir a relação e correr para os braços dos velhos bonequinhos da DC, cheios de acessórios e articulações.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Este post tem 4 comentários

  1. Jorge Hakaider

    Será que estes facículos virão para Salvador – Ba?

  2. JJota

    Sempre o uniforme clássico em destaque. CHUPA, NOVOS 52!

Deixe um comentário